sexta-feira, 27 de setembro de 2019

O DESERTO DE NEGUEBE.

SENHOR, traze os nossos cativos de volta, assim como enches o leito dos ribeiros no deserto do Neguebe (Salmos, 126.4).

O Deserto do Neguebe está localizado no extremo sul de Israel, um lugar muito seco, um dos mais baixos da região. Cercado por cordilheiras, o deserto do Neguebe é uma densa extensão de terra, a principio improdutiva, ate que as torrentes de agua produzida pela chuva serôdia que cai abundantemente na região, por um longo período de tempo, invade o deserto trazendo grande inundação e transformando a terra árida em um rio que brota vida. Quando as águas evaporam, o deserto se transforma em um manancial com as mais belas flores e um verde onde somente se contempla no Neguebe.

Durante 6 meses o Neguebe é um lugar inóspito, sem vida, seco e sem esperança. Quem passava ali, jamais ousaria morar ou ficar um longo período de tempo, ninguém suportaria viver, estar naquele lugar. As pessoas passam pelo deserto mas ninguém quer estar em um.

As vezes na vida nos deparamos em desertos, estações e períodos de sequidão, onde a vida parece que se vai escorrendo entre os dedos, a esperança findou-se e tudo é sem cor, sem cheiro, sem sabor, é um nada. O deserto é assim, os desertos da vida são assim….

Depois da noite vem o dia, depois da tempestade vem a bonança, depois da escassez vem a abundancia, depois da sequidão vem a chuva e depois da luta vem a vitória. 
Eis que chega a temporada de chuvas no Neguebe. Como aquela faixa desértica é rodeada por grandes montanhas, elas se transformam em cachoeiras, onde as águas caem no deserto como torrentes, limpando tudo, ou melhor arrancando tudo o que encontra pela frente, e aquela terra árida, sem forma, e vazia se transforma em um rio porem, não é um riacho qualquer, um rio daqueles com correnteza forte, que carrega o que vê pela frente. As águas fluem com fúria, como se quisessem arrancar a dor, limpar as marcas, fazer novas marcas, mudar a região….
Existem momentos de temporais na vida, onde as águas caem de maneira áspera e por vezes geram dores. São chuvas serôdias com capacidade de limpar, transformar e mudar o deserto para um rio sem igual. Toda mudança ainda que seja para melhor, gera um desconforto inicial, transforma a nossa maneira de ver, pensar e encarar os fatos e a vida, a chuva produz limpeza, um novo cheiro, um novo cenário, uma novidade de vida.

- É TEMPO DE COLHETA.

E a chuva finda-se na região do Neguebe, o sol volta a brilhar. 
O grande e violento rio, cede espaço a um delicado córrego, que pouco a pouco vai secando e dando lugar a um fabuloso jardim com as mais belas cores, fantásticas flores e o verde que só é possível no Neguebe.
Estudiosos dizem que o vento transporta as sementes para o Neguebe mas, é a agua que gera o poder da vida !

E o deserto em nossas vidas se finda, o temporal deu uma trégua…. Chegou a hora da grande colheita, hora de colocar a mão no arado e ver o fruto do penoso trabalho: aquilo que aprendemos no deserto, as experiências em meio a falta de sentido e lógica, a perseverança em saber que tudo muda se não desistimos de lutar no deserto, a compreensão que estamos de passagem, que a chuva lava a alma e que tem poder de fazer brotar uma vida nova!

E assim a sorte do Neguebe é mudada a cada novo ciclo, e a vida nos ensina que nossas vidas são como os ciclos do Neguebe: momentos de seca, de muita agua, calor, momentos de frio… Momentos sem vida e momentos de abundância de tudo….
Como as torrentes do Neguebe transforma toda a região, assim verei o Manancial brotar no meu caminho, com as sementes que tenho plantado, e a fé que tenho gerado, transformará todo o meu deserto e me fará um vencedor.

Esta publicação foi escrita por Gregório Júnior e publicada em junho 11, 2009 às 3:21 am. Posteriormente foi adaptada por articulação de Geraldo Barbosa em 26 de setembro, 2019 às 23:20.
Fonte:  https://fateadal.wordpress.com/2009/06/11/o-deserto-de-neguebe/  

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

ESTA É A PROMESSA QUE ELE NOS FEZ ...

E esta é a promessa que Ele nos fez: A vida eterna (I João, 2.25).

Muitas são as promessas de Deus que estão registradas no Livro Sagrado. Porém, a maior de todas as promessas é a que diz respeito a vida eterna. Há um pseudo evangelho que prioriza as bênçãos materiais e prega vida abundante aqui e agora. Deus não nos prometeu carros, casas, empresas, riquezas e etc., tudo isso é bom e é possível que Ele quer que prosperemos, mas estas coisas não deve ser a prioridade do Evangelho. Que a sedução de um evangelho capitalista não ofusque o brilho daquilo que há de mais precioso. "As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam (I Co.2.9).
Paulo diz: Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada (Rm.8.18). E conclui: Se esperarmos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens (I Co.15.19).
Que possamos viver o Evangelho genuíno, voltado para cruz de Cristo, que prioriza a salvação da alma do homem, que oferece remissão dos pecados, libertação, regeneração, justificação, santificação e por fim a vida eterna. Amém!

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

SAINDO DO CATIVEIRO COM ALEGRIA.

Quando o SENHOR trouxe do cativeiro os que voltavam a Sião, estávamos como os que sonham. Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de cânticos; então, se dizia entre as nações: Grandes coisas fez o SENHOR a estes. Grandes coisas fez o SENHOR por nós, e, por isso, estamos alegres. Faze-nos regressar outra vez do cativeiro, SENHOR, como as correntes do sul. Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria. Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvidas, com alegria, trazendo consigo os seus molhos (Salmos, 126.1-6).

O salmo 126 faz parte do grupo dos salmos 120 a 134, conhecidos como cânticos de romagem, ou cântico dos degraus. Esses salmos eram cantados por peregrinos durante a caminhada rumo a Jerusalém, onde eram celebradas as festas.
Este salmo expressa a grande satisfação e alegria do povo de Deus quando retornaram do cativeiro babilônico. Devido a sua desobediência e ingratidão ao SENHOR, foi necessário que a nação de Israel estivesse cativa na Babilônia por um período de 70 anos. Eles ficaram sem pátria, sem Lei, sem templo, sem cidade e quase perderam a identidade. Na Babilônia, os cativos de Israel aprenderam lições nunca antes vistas nem aprendidas em outras épocas.
Jerusalém havia passado por muitas calamidades, qualquer que tenha sido as calamidades que sobreveio a Jerusalém, o povo estava tão sofrido e sem esperança, que chegaram a pensar que sua aflição não teria fim. Quando Deus agiu de forma repentina, eles ficaram atônitos. Pensaram estar sonhando (126.1). Parecia bom demais para ser verdade. Os israelitas não foram os únicos a se surpreenderem com essa reviravolta. Até as nações gentias ficaram pasmadas e diziam: Grandes coisas fez o SENHOR a estes (126.2). Os israelitas concordavam e diziam: Grandes coisas fez o Senhor por nós ... e acrescentavam: Por isso, estamos alegres (126.3).
Os incrédulos notam quando Deus faz algo extraordinário por seu povo. Nós, os cristãos também devemos reconhecer os grandes feitos do SENHOR. Uma das maneiras pelas quais podemos expressar nossa alegria é o cântico. Os israelitas cantavam este novo cântico, e nós também podemos entoar hinos como: "A Deus seja a glória".

AS TORRENTES DO NEGUEBE.

Faze-nos regressar outra vez do cativeiro, SENHOR, como as correntes do sul (126.4).
O tempo jubiloso de restauração e alegria que esse salmo recorda ficou no passado, daí o povo pedir a Deus que continue a agir em favor deles e os restaure novamente. Eles desejam que a bênção ou a sorte de Jerusalém seja como as torrentes do Neguebe. O Neguebe é uma região desértica que fica ao sul de Israel, onde a terra é extremamente árida e o lugar inóspito para sobrevivência. Quando vêm as chuvas, o Neguebe se torna um manancial, as plantas florescem e a terra se cobre de verde; as plantações voltam a produzir alimentos para o povo, e a prosperidade chega. O salmista observou este ciclo da natureza e vê algo semelhante acontecer na vida da nação de Israel. Eles pedem que Deus volte a derramar suas bênçãos sem medida sobre a nação.
Assim como o deserto do Neguebe era transformado em um manancial, quando chegava o tempo da chuva; Deus também vai transformar este teu deserto em um manancial de bênçãos. Amém!

SEMEANDO EM LÁGRIMAS E COLHENDO COM JÚBILO.

Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria. Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvidas, com alegria, trazendo consigo os seus molhos (126.5,6).
A promessa de fartura é precedida por uma labuta de dor sofrimento e lágrimas. Os agricultores precisam limpar o terreno, arar o solo, remover as ervas daninhas, semear e cultivar as plantações. O SENHOR promete que colheremos os frutos de nosso trabalho e nos regozijaremos. Enquanto trabalhamos, somos encorajados pelas lembranças das grandes coisas que Deus fez no passado, certos de que Ele pode realiza-las novamente.
O tempo do cativeiro passou, e o tempo de cantar chegou. As harpas já não estão mais penduradas nos salgueiros (Sl.137.1,2). Agora os altos louvores de Deus estar em nossas gargantas, e a espada de dois fios em nossas mãos (Sl.149.6).
O cativeiro não dura para sempre, chegou o tempo que Deus vai virá o teu cativeiro e mudar a tua sorte. Crê somente!

Boa parte desta postagem foi articulada do Comentário Bíblico Africano, editora Mundo Cristão edição 2010.

domingo, 22 de setembro de 2019

O JUSTO VIVERÁ DA FÉ.

Eis que a sua alma se incha, não é reta nele; mas o justo, pela sua fé, viverá (Hc.2.4).

Esta é a única vez que aparece a palavra FÉ no Antigo Testamento. Este é o versículo principal do livro de Habacuque, onde Deus mostra a grande diferença entre o justo e o ímpio. No contexto histórico, a situação da nação de Judá era irreversível, os babilônicos estavam as vésperas de atacar Judá e leva-los cativos. O profeta estava preocupado e perturbado por causa do silêncio de Deus e porque Deus tardava em agir. Diante das indagações do profeta, Deus responde e manda que ele escreva com clareza e torne bem visível (Hc.2.2). Deus diz ao profeta que a aparente prosperidade do ímpio é breve e que ele será punido pelo seu orgulho e arrogância. Aqui nós entendemos que, o ímpio será punido pelas suas maldades, mas o justo sobreviverá pela sua fidelidade. O ímpio será destruído, mas o justo viverá da fé e será recompensado.

FÉ E FIDELIDADE.

São duas palavras diferentes com significados similares. A fidelidade é a outra face da fé, que expressa lealdade constante Aquele com quem estamos ligados. Enquanto a fé é abstrata, ou seja, não é palpável nem visível; a fidelidade é concreta, porque é expressa através de atos de total obediência e devoção a Deus.

Esta expressão "O JUSTO VIVERÁ DA FÉ" Se repete por três vezes no N.T.

* Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé (Rm.1.17).
* E é evidente que, pela lei, ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé (Gl.3.11).
* Mas o justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele (Hb.10.38).

O ESTILO DE VIDA DO JUSTO.

Vive da FÉ (Rm.1.17).

Anda por FÉ (II Co.5.7).

Peleja pela FÉ (Judas, 3).

Obedece pela FÉ (Hb.11.8).

É salvo por meio da FÉ (Ef.2.8).

CONCLUSÃO:
O cristão verdadeiro vive pela fé, acreditando sempre no poder de Deus e dependendo da sua misericórdia. Viver pela fé significa obedecer a Deus e depender inteiramente Dele. Infelizmente, muitos cristãos estão vivendo uma fé artificial, de interesses, querendo barganhar com Deus, uma fé palpável, materializada, baseada naquilo que se vê. Muitos querem primeiro vê para depois crê. Onde Jesus disse ao contrario: "Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não me viram e creram!"(Jo.20.29). Que possamos viver pela fé, independentemente das circunstâncias, seja na bonança, seja na escassez, seja nas derrotas, seja nas vitórias, seja na adversidade ou na prosperidade. Que possamos repetir junto com Paulo: "Tudo posso Naquele que me fortalece"(Fp.4.13). Amém!

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

LEI & GRAÇA.

E todos nós recebemos também da sua plenitude, com graça sobre graça.
Porque a Lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo (Jo.1.16,17).
De maneira que a Lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificados (Gálatas, 3.24).

O que Paulo quer dizer em Gálatas 3.24 quando diz que “a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo”? A expressão "aio" no grego é traduzido como tutor (paidagogos), que significa literalmente ‘conduzir criança’. Designa o homem que acompanhava a criança à escola e no retorno dela. O tutor ou pedagogo entregava a criança ao instrutor. Era seu dever proteger a criança contra dano físico e moral. O pedagogo tinha também autoridade para disciplinar a criança e para instruí-la em questões da conduta. Às vezes, sua disciplina era bastante severa.
A Lei dada a Israel era muito semelhante a tal tutor. Servia para controlar a conduta dos israelitas, e, quando acatada, protegia-os contra dano físico e moral. Conforme Moisés disse ao povo: “Se escutares os mandamentos de Yahweh, teu Deus, que hoje te ordeno, de modo a amar a Yahweh, teu Deus, para andar nos seus caminhos e guardar seus mandamentos, e seus estatutos, e suas decisões judiciais, então forçosamente ficarás vivo e te multiplicarás, e Yahweh, teu Deus, terá de abençoar-te na terra à qual vais para tomar posse dela.” (Deu. 30:16) Além disso, a Lei mantinha os israelitas unidos como povo, apesar de serem conquistados e passarem a estar sob domínio estrangeiro. Preservava as condições necessárias para o aparecimento do Messias, protegia a Palavra de verdade de Deus e impedia que a adoração verdadeira fosse totalmente eclipsada e perdida de vista.
Mas, por causa da imperfeição dos israelitas, a Lei expunha suas transgressões e mostrava-lhes que estavam sob condenação. Os sacrifícios que tinham de oferecer, sob a Lei, eram um lembrete constante de sua pecaminosidade. (Sl. 3:10, 11, 19; Hb. 10:1-4). Ao salientar assim os erros dos israelitas, a Lei realmente os disciplinava e mostrava-lhes a necessidade de serem libertados da escravidão do pecado. Os que tiraram proveito desta disciplina puderam identificar a Jesus como sendo o prometido Messias ou Cristo. Assim, de fato, a Lei entregava’ os israelitas devidamente disciplinados a Jesus Cristo, o verdadeiro Instrutor.
A Lei, conforme diz Hebreus 10:1, tem uma sombra das boas coisas vindouras. Por isso precisava ceder diante da realidade que “pertence ao Cristo” (Col. 2:16, 17). A Lei, como sombra, dava uma ideia da forma geral ou do desenho da realidade, porque Jesus colocou as coisas prefiguradas pela Lei no domínio da verdade real. É por isso que João 1:17 declara: “A Lei foi dada por intermédio de Moisés, a graça (benignidade imerecida) e a verdade vieram por intermédio de Jesus Cristo.”

O AIO PASSOU E A FÉ CHEGOU.

Mas, depois que a fé veio, já não estamos debaixo de aio (Gálatas, 3.25).
A Lei foi como uma ponte que serviu para nos conduzir a Cristo. A Lei veio para revelar o pecado e colocar limites ao comportamento humano. Porque sem lei não há delito, e não havendo delito não há pecado. Estes fatos, portanto, mostram que seria inapropriado que os cristãos permanecessem debaixo da lei mosaica. Ela serviu bem ao seu objetivo como tutor. “Mas agora que chegou a fé, [isto é, a fé em Jesus Cristo,] não estamos mais debaixo dum tutor.” O Instrutor designado por Deus, Jesus Cristo, assumiu o controle. O comando agora é da graça. Aleluia!

* Este comentário foi adaptado pelo autor deste Blog da fonte: https://www.institutogamaliel.org/o-que-significa-a-lei-nos-serviu-de-aio/

ENSINOS DE JESUS SOBRE A LEI E A GRAÇA (Mateus, 5.17-48).

Não pensem que vim abolir a Lei ou os profetas; não vim abolir, mas cumprir (Mt.5.17).
Jesus foi o único homem que cumpriu toda a Lei sem tropeçar em um único mandamento.
O Mestre ensinando sobre a Lei, deixou claro que a graça é muito mais exigente do que a Lei. Na Lei a pessoa teria que consumar o ato para ser réu de juízo; na Graça mesmo sem consumar o ato, mas só em pensar ou planejar o mal no coração, já está reprovado e sujeito a juízo. 
A Lei declara: Ame o próximo e odeie seu inimigo. A Graça diz: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem (Mt.5.43-45).
A Lei não tolerava o erro e punia de imediato. A Graça perdoa o pecador, mas não tolera a pratica do pecado. A Lei apenas cobria os pecados através de sacrifícios de animais; a Graça removeu o pecado através do único sacrifício de Jesus Cristo na cruz do calvário.
Na promulgação da Lei morreram quase três mil almas (Êxodo, 32.19-29). Na inauguração da dispensação da Graça, quase três mil almas foram salvas (Atos, 2.37-41).
Que possamos viver debaixo da Graça, sem abusar da Graça.
Os rituais e cerimoniais da Lei foi para os judeus e passou; mas a Lei dos mandamentos continuam, porém, na graça que recebemos de Cristo. Cristo é o fim da Lei e o começo de uma nova Aliança. Porque o fim da Lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê (Rm.10.4). Amém!

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

CONFORME A PROFECIA DE DANIEL 11.37 O ANTICRISTO SERÁ HOMOSSEXUAL?

Depois, se levantará em seu lugar um homem vil, ao qual não tinham dado a dignidade real; mas ele virá caladamente e tomará o reino com engano. E esse rei fará conforme a sua vontade, e se levantará, e se engrandecerá sobre todo deus; e contra o Deus dos deuses falará coisas incríveis e será prospero, até que a ira se complete; porque aquilo que está determinado será feito. E não terá respeito aos deuses de seus pais, nem terá respeito ao amor das mulheres, nem a qualquer deus, porque sobre tudo se engrandecerá (Daniel:11.21,36,37).

Alguns estudiosos da Bíblia de forma equivocada, têm defendido a ideia de que o Anticristo será homossexual. Baseados na profecia de Daniel, segue o texto: "Não terá respeito aos deuses de seus pais, nem ao desejo de mulheres, nem a qualquer deus, porque sobre tudo se engrandecerá" (Dn.11.37). É importante observar que o texto de Daniel 11.21-45 é uma profecia de dupla referência, que teve um cumprimento histórico parcial no rei grego Antíoco Epifânio no segundo século antes de Cristo. Porém essa profecia ainda terá um cumprimento futuro na pessoa do Anticristo durante o período da grande tribulação.

PARA ENTENDERMOS MELHOR SOBRE ESTA QUESTÃO VEJAMOS O QUE DIZ ALGUMAS TRADUÇÕES:

Bíblia Almeida: Não terá respeito aos deuses de seus pais, nem ao desejo de mulheres, nem a qualquer deus, porque sobre tudo se engrandecerá.

Bíblia de Jerusalém: Sem consideração para com os deuses de seus pais, sem consideração para com o favorito das mulheres ou para com qualquer outro deus, é a si mesmo que ele exaltará acima de tudo.

Nova Tradução na Linguagem de Hoje: Esse rei não adorará os deuses que os seus antepassados adoravam, nem os deuses que as mulheres preferem, nem qualquer outro deus, pois ele acreditará que está acima de todos os deuses.

NVI: Ele não terá consideração pelos deuses dos seus antepassados nem pelo deus preferido das mulheres, nem por deus algum, mas se exaltará acima de todos.

Ao lermos o texto em conjunto com seus versículos anteriores e posteriores, observamos que o texto está falando sobre idolatria. Com a correta tradução, entendemos facilmente que o texto nos diz que o Anticristo no futuro (da mesma forma que Antíoco Epifânio no passado), não venerará nenhum deus, pois ele mesmo se considerará um deus. Por isso, ele terá respeito e consideração apenas pelo poder bélico e militar de seus exércitos e de suas armas, definidos por Daniel, como “deus das fortalezas”. Então o que seria o “deus preferido das mulheres” ou o “desejado das mulheres”? Basta analisarmos a cultura grega antiga para descobrirmos a resposta. Na época de Antíoco, havia um deus grego chamado Adonis, que era o deus da beleza e do desejo sexual. Este deus grego era conhecido como o desejado das mulheres. Então concluímos que Daniel 11.36-38 apenas nos afirma que o Anticristo não terá consideração por nenhum deus a não ser ele mesmo pois, ele próprio considerará a si mesmo um deus.
Outra interpretação, tem uma linha de pensamento diferenciada, e vê como desejo das mulheres de Israel de ser a mãe do Messias. Essa hipótese, aplicada ao texto, enfatizaria a rejeição por parte de Antíoco Epifânio, em relação a fé do povo de Israel, que esperava o Messias.
Quem vê nesse versículo uma ligação com o homossexualismo, pretende ler que o rei grego Antíoco Epifânio, a quem se refere o versículo, não se interessava pelo desejo sexual da mulher. ou seja, não interessava ter relações com as mulheres. Essa é uma interpretação muito machista, pois resume o desejo das mulheres em sexo. Além disso, o contexto, que fala claramente de idolatria, não dá nenhum respaldo a essa interpretação.

CONCLUSÃO:
Quando interpretamos o texto bíblico de forma equivocada, corremos um risco muito grande de tomar certas passagens da Bíblia para sublinhar e confirmar discriminações. Não devemos usar a Bíblia para descriminar e desmoralizar as pessoas. Sem dúvidas, ela nos dá regras morais para vivermos de forma correta; mas ela também respeita o livre arbítrio de cada pessoa, e que cada um é livre para viver a sua própria vida como lhe convém.

Esta postagem é uma articulação feita pelo autor deste Blog extraída da página, Só Escatologia: https://www.facebook.com/SoEscatologia/posts/647053918682532 e do site abíblia.org: http://www.abiblia.org/ver.php?id=4388

domingo, 15 de setembro de 2019

HABACUQUE - O PROFETA QUE QUESTIONOU A DEUS.

Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritarei: Violência! E não salvarás? (Hc.1.2).

Habacuque era um homem que buscava respostas. Perturbado pelo que observava, fazia perguntas difíceis e confrontava a Deus com seus questionamentos. Estas perguntas não eram meramente exercícios intelectual ou amargas reclamações. Habacuque viu um mundo agonizante e cheio de injustiças, e isto deixou o seu coração partido. Por que existe o mal no mundo? Por que os ímpios parecem ser vitoriosos? Por que Deus tarda em fazer justiça? O profeta, com grande confiança e coragem, levou suas reclamações diretamente a Deus. E o SENHOR lhe respondeu com uma avalanche de provas e predições, que convenceu o profeta.

INFORMAÇÕES SOBRE HABACUQUE.

Há poucas informações a respeito do profeta Habacuque, cujo nome significa "abraçar" e aparece apenas duas vezes no livro (1.1; 3.1) e não é mencionado em nenhum outro livro da Bíblia. Supõe-se que tenha sido levita em virtude de seu salmo litúrgico (cap.3), porém tal raciocínio não se mostra lógico, pois o mesmo ocorre com Davi, que escreveu muitos salmos litúrgicos mas não era levita. Habacuque é citado no Apócrifo do acréscimo do livro de Daniel, 14.28-42, no qual o profeta foi levado de Jerusalém para Babilônia, suspenso pelos cabelos por um anjo, para alimentar Daniel que estava na cova dos leões há seis dias sem se alimentar.

CONTEXTO HISTÓRICO.

Embora o livro não seja datado, a data mais provável seria 607 a.C. durante o reinado do iníquo rei Jeoaquim, antes de ser subjugado por Nabucodonosor. Habacuque viveu em Judá durante o reinado de Jeoaquim. Ele profetizou no período entre a queda do império da Assíria em 612 a.C. e a invasão da Babilônia a nação de Judá em 588 a.C. Na ocasião a Babilônia já havia derrotado o Egito em 605 em Carquemis e a Assíria em 612, e se tornava a maior potência mundial. Habacuque foi contemporâneo de Jeremias, e profetizou com ele em Judá, no reino do sul.

QUESTIONAMENTOS DO PROFETA E RESPOSTAS DE DEUS.

1- A primeira queixa de Habacuque.

Até quando, SENHOR, clamarei por socorro, sem que tu ouças? Até quando gritarei a ti: Violência! sem que haja salvação? Por que me fazes ver a injustiça, e contemplar a maldade? A destruição e a violência estão diante de mim; há luta e conflito por todo lado. Por isso a lei se enfraquece e a justiça nunca prevalece. Os ímpios prejudicam os justos, e assim a justiça é pervertida (1.2-4).

Resposta do SENHOR.

Olhem as nações e contemplem-nas, fiquem atônitos e pasmem; pois nos vossos dias farei algo em que não creriam se lhes fosse contado. Estou trazendo os babilônios, nação cruel e impetuosa, que marcha por toda extensão da terra para apoderar-se de moradias que não lhe pertencem. É uma nação apavorante e terrível, que cria a sua própria justiça e promove a sua própria honra. Seus cavalos são mais velozes que os leopardos, mais ferozes que os lobos à tarde. Sua cavalaria vem de longe. Seus cavalos vêm a galope; vêm voando como ave de rapina que mergulha para devorar; todos vêm prontos para a violência. Suas multidões avançam como o vento do deserto, e fazendo tantos prisioneiros como a areia da praia. Menosprezam os reis e zombam dos governantes. Riem de todas as cidades fortificadas, pois constroem rampas de terra e por elas as conquistam. Depois passam como o vento e prosseguem; homens carregados de culpa, e que têm por deus a sua própria força (1.5-11).

2- A segunda queixa de Habacuque.

SENHOR, tu não és desde a eternidade? Meu Deus, meu Santo, tu não morrerás. SENHOR, tu designaste essa nação para executar juízo; ó Rocha, determinaste que ela aplicasse o castigo. Teus olhos são tão puros que não suportam ver o mal; não podes tolerar a maldade. Então, por que toleras os perversos? Por que ficas calado enquanto os ímpios devoram os que são mais justos que eles? Tornaste os homens como peixes do mar, como animais, que não são governados por ninguém. O inimigo puxa todos com anzóis, apanha-os em sua rede e nela os arrasta; então alegra-se e exulta. E por essa razão ele oferece sacrifício à sua rede e queima incenso em sua honra, pois, graças à sua rede, vive em grande conforto e desfruta iguarias. Mas, continuará ele esvaziando a sua rede, destruindo sem misericórdia as nações? (1.12-17).
Ficarei no meu posto de sentinela e tomarei posição sobre a muralha; aguardarei para ver o que o SENHOR me dirá e que resposta terei à minha queixa (2.1).

Resposta do SENHOR.

Então o SENHOR respondeu: Escreva claramente a visão em tábuas, para que se leia facilmente. Pois a visão aguarda um tempo designado; ela fala do fim, e não falhará. Ainda que demore, espere-a; porque ela certamente virá e não se atrasará. Escreva: O ímpio está envaidecido; seus desejos não são bons; mas o justo viverá pela sua fidelidade (2.2-4).

Cinco "Ais" contra a nação ímpia dos caldeus (Babilônia).

De fato, a riqueza é ilusória, e o ímpio é arrogante e não descansa; ele é voraz como a sepultura e como a morte. Nunca se satisfaz; apanha para si todas as nações e ajunta para si todos os povos. Todos estes povos um dia rirão dele com canções de zombaria, e dirão:
(1) Ai daquele que amontoa bens roubados e enriquece mediante extorsão! (2.6)
(2) Ai daquele que obtêm lucros injustos para a sua casa, para pôr seu ninho no alto e escapar das garras do mal! (2.9).
(3). Ai daquele que edifica uma cidade com sangue e a estabelece com crime! (2.12).
(4). Ai daquele que dá bebida ao seu próximo, misturando-a com o seu furor, até que ele fique bêbado, para lhe contemplar a nudez (2.15).
(5). Ai daquele que diz à madeira: Desperte! Ou à pedra sem vida: Acorde! Poderá o ídolo dar orientação? Está coberto de ouro e prata, mas não respira (2.19).

A SOBERANIA DE DEUS.

O SENHOR é Soberano e diante Dele todos devem ficar em silêncio para ouvi-lo falar.
O SENHOR, porém, está em seu santo templo; diante dele fique em silêncio toda a terra (2.20).
A resposta de Deus para o profeta, revela a sua soberania sobre as nações. Deus deixa claro para Habacuque, que Ele está no comando e no controle de todas as coisas, e que nada passará impune. Ele tem uma agenda a ser cumprida ao seu tempo. Para a nação de Judá chegará o tempo de serem disciplinados pelo SENHOR, até que aprendam a lição no cativeiro babilônico. Porém, para Babilônia, o SENHOR fará justiça e a punirá por todos os seus malefícios, orgulho e arrogância. Deus é o SENHOR, a sua justiça tarda, mas não falha. Ele disse ao profeta: ... se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará (2.2). A última palavra é a de Deus, diante Dele todos devem ficar calados e submissos para ouvir a sua palavra. No mundo há muitas vozes, mas só uma nos basta, a voz de Deus.

SETE CURIOSIDADES NO LIVRO DO PROFETA HABACUQUE:

1- Habacuque é o único livro onde há um diálogo com Deus de perguntas e respostas.

2- Habacuque começa o seu livro se queixando e termina cantando.

3- Habacuque é o único profeta que faz menção a fé do justo (2.4).

4- Habacuque é o único livro que tem uma expressão que lembra um outdoor: Então, o SENHOR me respondeu e disse: Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler o que correndo passa (2.2).

5- Habacuque é o único profeta que faz uma oração em forma de cântico (3.1).

6- Habacuque e Isaías são os únicos profetas que utilizam a expressão "Ai" em suas profecias.
Habacuque usa a expressão "Ai" cinco vezes: (2.6,9,12,15,19).
Isaías usa a expressão "Ai" sete vezes: (Is.5.8,11,18,20,21,22,23).

7- Habacuque é o único livro que termina com uma linda expressão de fé.
O profeta expressa sua fé dizendo: "Porquanto, ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas, todavia, eu me alegrarei no SENHOR, exultarei no Deus da minha salvação. JEOVÁ, o Senhor, é minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas (3.17-19).

CONCLUSÃO:
As perguntas do profeta e as respostas de Deus registradas neste livro, nos deixa impactados e confrontados com seus clamores: "Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritarei: Violência! E não salvarás? (1.2). De fato, quase todo o capítulo 1 é dedicado às suas questões. No início do capítulo 2, Habacuque declara que esperará para ouvir as respostas de Deus às suas reclamações. Então o SENHOR começa a falar e diz ao profeta que escreva sua resposta claramente para que todos tomem conhecimento e compreendam. Deus diz, que os ímpios "triunfam", mas no final serão julgados, e a justiça prevalecerá. O juízo pode não vir rapidamente, mas virá. As respostas de Deus no capítulo 2, traz consolo ao coração do profeta e satisfaz os seus questionamentos. Então, Habacuque conclui seu livro com uma oração de triunfo. Com suas perguntas respondidas e uma nova compreensão do poder e do amor de Deus, ele se regozija em Deus e faz sua oração expressando sua fé pela justiça e providência Divina.
Aqui nós aprendemos que Deus tem respostas para todas as perguntas, questionamentos e dilemas. Portanto, confie sempre no SENHOR; leve suas queixas, suas inquietudes e questionamentos ao SENHOR, só Ele tem respostas, solução e providência para sua vida. Habacuque louvou a Deus por ter respondido às suas perguntas. O mal não triunfará para sempre; o SENHOR está no controle, e podemos confiar que Ele defenderá aqueles que lhe são fiéis. Devemos sempre esperar pacientemente pelas suas providências. Amém!

Partes desta postagem foi extraída e articulada das seguintes fontes: Comentário Bíblico Africano; Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal; Conheça melhor o Antigo Testamento (Stanley Ellisen).