sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

O ESTADO INTERMEDIÁRIO DOS MORTOS.


O Estado Intermediário representa um lugar espiritual fixo onde as almas e os espíritos dos mortos aguardam a ressurreição de seus corpos, para apresentarem-se, posteriormente, perante o Supremo Juiz.

Como existe uma diversidade de interpretações a respeito e, para evitar confusão de ideias acerca do estado intermediário dos mortos, devemos aclarar essa doutrina.

Jesus faz uma narrativa de um fato real, o que fica entendido não se tratar de uma parábola. Este é o entendimento da maioria dos estudiosos da Bíblia.

Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente.

Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele.

E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas.

E aconteceu que o mendigo morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico e foi sepultado.

E, no Hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão e Lázaro, no seu seio.

E, clamando, disse: Abraão, meu pai, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.

Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro, somente males; e, agora, este é consolado, e tu, atormentado.

E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá, passar para cá.

E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai,

pois tenho cinco irmãos, para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento.

Disse-lhe Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos.

E disse ele: Não, Abraão, meu pai; mas, se algum dos mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam.

Porém Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite (Lc.16.19-31).

A VIDA DEPOIS DA MORTE.

São vários os argumentos que reforçam a doutrina bíblica sobre a vida além-túmulo.

1. Argumento Histórico. 

Se a questão da vida além-morte estivesse fundamentada apenas em teorias e conjecturas filosóficas, ela já teria desaparecido. Mas as provas da crença na imortalidade estão impressas na experiência da humanidade.

2. Argumento Teológico. 

Procura provar que a vida do ser humano tem uma finalidade além da própria vida física. Há algo que vai além da matéria de nossos corpos, é a parte espiritual. Quando Jesus Cristo aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a incorrupção, estava, de fato, desfazendo a morte espiritual e concedendo vida eterna, a imortalidade (2Tm 1.10). A vida humana tem uma finalidade superior, uma razão de ser, um desígnio.

3. Argumento Moral. 

Há um governador moral dentro de cada ser humano chamado consciência que rege as suas ações. Sua existência dentro do espírito humano indica sua função interna, como um sensor moral, aliado à soberania divina.

4. Argumento Metafísico. 

Os elementos imateriais do ser humano denunciam o sentido metafísico que compõe a sua alma e espírito. Esses elementos são indissolúveis; portanto, como evitar a realidade da vida além-morte? É impossível! A palavra imortalidade no grego é athanasia e significa literalmente ausência de morte. No sentido pleno, somente Deus possui vida total, imperecível e imortal (1Tm 1.17). Ele é a Fonte de vida eterna e ninguém mais pode dá-la. No sentido relativo, o crente possui imortalidade conquistada pelos méritos de Jesus no Calvário (2Tm 1.8-12). 

O QUE NÃO É ESTADO INTERMEDIÁRIO.

1. Não é Purgatório. 

Heresia lançada pelos católicos romanos para identificar o Sheol-Hades como lugar de prova, ou de segunda oportunidade, para as almas daquelas pessoas que não conseguiram se purificar o suficiente para galgarem o céu. Declara a doutrina romana que é uma forma desses mortos serem provados e submetidos a um processo de purificação. Entretanto, essa doutrina não tem base na Bíblia e é feita sobre premissas falsas. Se o Purgatório fosse uma realidade, então a obra de Cristo não teria sido completa. Se alguém quer garantir sua salvação eterna, precisa garanti-la em vida física. Depois da morte, só resta a ressurreição.

2. Não é o Limbus Patrum. 

O vocábulo limbus significa borda, orla. A idéia é paralela ao Purgatório e foi criada pelos católicos romanos para denotar um lugar na orla ou na borda do inferno, onde as almas dos antigos santos ficavam até a ressurreição. Ensina ainda essa igreja que o limbus patrum (pais) era aquela orla do inferno onde Cristo desceu após sua morte na cruz, para libertar os pais (santos do Antigo Testamento) do seu confinamento temporário e levá-los em triunfo para o céu. Identificam “o seio de Abraão” como sendo o limbus patrum (Lc 16.23). Mas, o limbus patrum não tem apoio bíblico, e nem existe uma orla para os pais (santos antigos).

3. Não é o Limbus Infantus. 

A palavra infantus refere-se à crianças. Na doutrina romana, havia no Sheol-Hades um lugar especial de habitação das almas de todas as crianças não batizadas. Segundo essa doutrina, nenhuma criança não batizada pode entrar no céu. Por outro lado, é inaceitável a idéia do limbus infantus como um lugar de prova, também, para crianças.

4. Não é Reencarnações. 

Não é um estado para reencarnações, um lugar de migrações e perambulações espaciais. Os espíritas gostam de usar o texto de Lucas 16.22,23, para afirmarem que os mortos podem ajudar os vivos. Mas Jesus, ao ensinar sobre o assunto, declarou que era impossível que Lázaro ou algum outro que estivesse no Paraíso saísse daquele lugar para entregar mensagem aos familiares do rico. Jesus disse que os vivos tinham “a Lei e os Profetas”, isto é, eles tinham as Escrituras. Os mortos não podiam sair de seus lugares para se comunicarem com os vivos. Portanto, é uma fraude afirmar essa possibilidade de comunicação com os mortos. Usam equivocadamente João 3.3 para defenderem a idéia da reencarnação. Vários textos bíblicos anulam essa falsa doutrina (Dt 18.9-14; Jó 7.9,10; Ec 9.5,6; Lc 16.31). A Bíblia fala sobre a ressurreição dos mortos e não sobre reencarnação.

O QUE É ESTADO INTERMEDIÁRIO.

1. É Uma Habitação Espiritual Fixa e Temporal. 

Biblicamente, o Estado Intermediário é um modo de existir entre a morte física e a ressurreição final do corpo sepultado. No Antigo Testamento, esse lugar é identificado como Sheol (no hebraico), e no Novo Testamento como Hades (no grego). Os dois termos dizem respeito ao reino da morte (Sl 18.5; 2Sm 22.5,6). É um lugar espiritual em que as almas e espíritos dos mortos habitam fixamente até que seus corpos sejam ressuscitados, para a vida eterna ou para a perdição eterna. E o estado das almas e espíritos, fora dos seus corpos, aguardando o tempo em que terão de comparecer perante Deus.

2. E Um Lugar de Consciência Ativa e Racional. 

Segundo Jesus descreveu esse lugar, o rico e Lázaro participam de uma conversação no Sheol-Hades, estando apenas em lados diferentes (Lc 16.19-31). O apóstolo Paulo descreve-o, no que tange aos salvos, como um lugar de comunhão com o Senhor (2Co 5.6-9; Fp 1.23). A Bíblia denomina-o como um “lugar de consolação”, “seio de Abraão” ou “Paraíso” (Lc 16.22,25; 2Co 12.2-4). Se fosse um lugar neutro para as almas e espíritos dos mortos, não haveria razão para Jesus identificá-lo com os nomes que deu. Da mesma forma, “o lugar de tormento” não teria razão de ser, se não houvesse consciência naquele lugar. Rejeita-se segundo a Bíblia, a teoria de que o Sheol-Hades é um lugar de repouso inconsciente. A Bíblia fala dos crentes falecidos como “os que dormem no Senhor” (1Co 15.6; 1Ts 4.13), e isto não refere-se a uma forma de dormir inconsciente, mas de repouso, de descanso. As atividades existentes no Sheol-Hades não implicam que os mortos possam sair daquele lugar, mas que estão retidos até a ressurreição de seus corpos para apresentarem-se perante o Senhor (Lc 16.19-31; 23.43; At 7.59).

O SHEOL-HADES, ANTES E DEPOIS DO CALVÁRIO

1. Antes do Calvário. 

O Sheol-Hades dividia-se em três partes distintas. Para entender essa habitação provisória dos mortos, podemos ilustrá-lo por um círculo dividido em três partes. A primeira parte é o lugar dos justos, chamada “Paraíso”, “seio de Abraão”, “lugar de consolo” (Lc 16.22,25; 23.43). A segunda é a parte dos ímpios, denominada “lugar de tormento” (Lc 16.23). A terceira fica entre a dos justos e a dos ímpios, e é identificada como “lugar de trevas”, “lugar de prisões eternas”, “abismo” (Lc 16.26; 2Pe 2.4; Jd v.6). Nessa terceira parte foi aprisionada uma classe de anjos caídos, a qual não sai desse abismo, senão quando Deus permitir nos dias da Grande Tribulação (Ap 9.1-12). Não há qualquer possibilidade de contato com esses espíritos caídos; habitantes do Poço do Abismo.

2. Depois do Calvário. 

Houve uma mudança dentro do mundo das almas e espíritos dos mortos após o evento do Calvário. Quando Cristo enfrentou a morte e a sepultura, e as venceu, efetuou uma mudança radical no Sheol-Hades (Ef 4.9,10; Ap 1.17,18). A parte do “Paraíso” foi trasladada para o terceiro céu, na presença de Deus (2Co 12.2,4), separando-se completamente das “partes inferiores“ onde continuam os ímpios mortos. Somente, os justos gozam dessa mudança em esperança pelo dia final quando esse estado temporário se acabará, e viverão para sempre com o Senhor, num corpo espiritual ressurreto.

Essa doutrina bíblica fortalece a nossa fé ao dar-nos segurança acerca dos mortos em Cristo, e é a garantia de que a vida humana tem um propósito elevado, além de renovar a nossa esperança de estar para sempre com o Senhor. Amém!

Estudo Extraído de: Lições Bíblicas.
3º Trimestre de 1998
Título: Escatologia — O estudo das últimas coisas
Comentarista: Elienai Cabral

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

AS MARCAS DE UM PREGADOR.


Para o que (digo a verdade em Cristo, não minto) fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios, na fé e na verdade (I Tm.2.7).

... para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios (II Tm.1.11).

Paulo tinha um grande prazer e sentia-se privilegiado por ter sido constituído por Deus pregador. Paulo prioriza o título de pregador, quando destaca três ofícios para os quais ele foi constituído: (1) Pregador. (2) Apóstolo. (3) Doutor ou mestre dos gentios. Paulo considerava que ser pregador é ser um mensageiro de Deus, um homem que recebe a mensagem de Deus para entregar ao povo. O verdadeiro pregador é um canal de Deus para transmitir a sua mensagem.

O verdadeiro pregador tem um grande apego a Palavra; deleitar-se em ler, estudar e meditar na Palavra, além de buscar vivê-la. Um pregador convicto de sua chamada e vocação, ele não abre mão do seu ministério, ele começa como pregador e termina como pregador. O verdadeiro pregador deixa um legado para as gerações futuras, ele tem marcas e marca a sua história. O homem de Deus que dedicou a sua vida em pregar e ensinar a Palavra de Deus, mesmo depois de sua morte, ele será lembrado como o pregador do Evangelho de Jesus. 

TRÊS MARCAS NA VIDA DE UM PREGADOR:

1- HUMILDADE.

Deus não chama e nem usa os exaltados, nem os autossuficientes, nem os soberbos.

... Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes (Tg.4.6).

A graça é para os humildes. A sabedoria é para os símplices e a revelação é para os servos.

A exposição das tuas palavras dá luz e dá entendimento aos símplices (Sl.119.130).

2- ORAÇÃO.

Orando em todo o tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos e por mim; para que me seja dada no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho (Ef.6.18,19).

O verdadeiro pregador deve viver uma vida de oração, porque é através da oração que ele recebe de Deus a iluminação, a direção e a revelação da Palavra.

3- UNÇÃO.

Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele (At.10.38).

A unção do Espírito é algo que deve está na vida do verdadeiro pregador. Um pregador sem a unção do Espírito a sua pregação é vazia; por mais beleza de oratória e eloquência que ele possa ter. A unção é que faz a diferença, porque a mensagem é transmitida com graça e autoridade do Espírito na vida do pregador.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

SEM PROFECIA O POVO SE CORROMPE.


Não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei, esse é bem-aventurado (Pv.29.18). 

Houve um tempo em que os pentecostais interpretavam este versículo de modo equivocado. Em sua maioria se afirmava que este termo "profecia" era uma referência ao dom de profecia que é citado por Paulo em I coríntios 12.10. A Bíblia de Estudo Pentecostal, comentada por Donald Stamps, em seu comentário diz: "Profecia" neste versículo traduz a palavra hebraica hazon (literalmente visão e também revelação). A vontade revelada de Deus e suas justas exigências, conforme expressas nas Escrituras, devem ser constantemente explanadas perante a congregação; senão, muitos começarão a se conformar com o mundo (Rm.12.1,2) e a transgredir a lei de Deus. A tradução da Bíblia NVI (Nova Versão Internacional), diz: Onde não há revelação divina, o povo se desvia, mas como é feliz quem obedece à lei! Neste caso o termo profecia tem haver com a Palavra, que é a verdadeira profecia de Deus para humanidade.

DOZE RAZÕES PELAS QUAIS A PALAVRA NÃO DEVE SER DESPREZADA.

1- Sem Palavra o povo se corrompe.

2- Sem Palavra o povo não é edificado.

3- Sem Palavra o povo não cresce em conhecimento.

4- Sem Palavra o povo não aprende a Verdade.

5- Sem Palavra o povo não desenvolve sua fé.

6- Sem Palavra o povo não anda na Caminho certo.

7- Sem Palavra o povo não é alimentado.

8- Sem Palavra o povo não vence os ataques de Satanás.

9- Sem Palavra o povo não está apto para Batalha.

10- Sem Palavra o povo não está completo com todas as armaduras de Deus.

11- Sem Palavra o povo não é reconhecido como Exército do Senhor.

12- Sem Palavra a igreja não é edificada, não é fortalecida e nem anda no temor do Senhor.

Portanto, a falta da profecia (Palavra de Deus), levará o povo à bancarrota, enquanto que a obediência a Palavra fará com que sejamos abençoados. Amém! 

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

O QUE É SER CHEIO DO ESPÍRITO SANTO?


E não vos embriagues com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito (Ef.5.18). ARC

Não se embriaguem com vinho, que leva à libertinagem, mas deixem-se encher pelo Espírito (Ef.5.18), NVI

E não vos embriagueis com vinho, que leva à devassidão, mas deixai-vos encher pelo Espírito (Ef.5.18). BKJ

Paulo recomenda aos cristãos da igreja em Éfeso que não se embriaguem com vinho, porque este vai lhes dominar e levá-los a contenda, a libertinagem e a devassidão. Assim como a embriaguez domina uma pessoa e altera suas atitudes, o Espírito Santo transforma o comportamento de uma pessoa quando Ele passa a habitar em sua vida. Estar cheio do Espírito Santo deve ser algo contínuo e não apenas momentâneo. Então, concluímos que: Ser cheio do Espírito Santo não é simplesmente falar línguas estranhas. Ser cheio do Espírito Santo vai muito além da manifestação dos dons espirituais. Ser cheio do Espírito Santo implica em viver dominado pelo Espírito e totalmente dependente da direção de Deus. 

Ser cheio do Espírito Santo não é pular nem rodopiar no meio do povo.

Ser cheio do Espírito Santo não é sentir arrepios e dizer que Jesus está na casa.

Ser cheio do Espírito Santo não é profetizar movido pela emoção.

Ser cheio do Espírito Santo não significa ser batizado no Espírito Santo com evidência de línguas estranhas. Um crente pode ser cheio do Espírito Santo sem nunca ter falado línguas estranhas. Ser cheio do Espírito Santo, implica em ter o Espírito Santo e manifestar o fruto do Espírito em sua vida diária. Ser cheio do Espírito Santo é viver numa dinâmica espiritual poderosa, a ponto de impactar e influenciar as pessoas que lhes cercam. Ser cheio do Espírito Santo é se esvaziar totalmente das coisas mundanas e se deixar encher pelo Espírito.

UM CRENTE SÓ PODE SER CHEIO DO ESPÍRITO SANTO SE FOR BATIZADO?

Há uma diferença em ter o Espírito Santo e ser cheio do Espírito Santo. Temos exemplos na Bíblia de várias pessoas que eram cheias do Espírito Santo, sem serem batizadas com evidência de línguas estranhas.

Exemplos:

Isabel - 

E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo (Lc.1.41).

Zacarias -

E Zacarias, seu pai, foi cheio do Espírito Santo e profetizou ... (Lc.1.67).

João Batista -

... Porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe (Lc.1.15).

Apolo -

E chegou a Éfeso um certo judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, varão eloquente e poderoso nas Escrituras. Este era instruído no caminho do Senhor; e, fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisa do Senhor, conhecendo somente o batismo de João (At.18.24,25).

Barnabé -

Ele era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor (At.11.24).

Que possamos viver esta experiência de sermos cheios do Espírito Santo em nossas vidas e desfrutarmos de toda a plenitude do Espírito. Amém!  

sábado, 20 de janeiro de 2024

A PENEIRA DE SATANÁS.


Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo. Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos (Lc.22.31,32). ARC

Simão, Simão, Satanás pediu vocês para peneirá-los como trigo. Mas eu orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E quando você se converter, fortaleça os seus irmãos (Lc.22.31,32). NVI

Simão, Simão, eis que Satanás já recebeu autorização para vos peneirar como trigo! Eu, entretanto, roguei por ti, para que a tua fé não se esgote; tu pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos! (Lc.22.31,32). BKJ

A proposta da ciranda de Satanás não foi apenas para Pedro. Observe que a fala de Jesus está no plural: Satanás "Vos pediu para vos cirandar como trigo". Fazendo referência aos discípulos em geral. 

A expressão do verbo "cirandar" é a mesma que "peneirar". Esta era a forma da agricultura da época, em que o agricultor peneirava os grãos jogando de um lado a outro, sacudindo a peneira até que toda a palha fosse eliminada e sobrasse apenas os grãos de trigo. 

Jesus alertou a Pedro de que problemas viriam e que Satanás estaria atacando os apóstolos. Observe que, antes de qualquer reação de Pedro, Jesus acrescentou: “mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça”.

Jesus se dirige diretamente a Pedro em tom de advertência: Simão, Simão! Isto porque Ele sabia das emoções de Pedro e sua estrutura espiritual poderia não suportar a tal provação da peneira de Satanás. Por isso o Senhor lhe disse: "Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça".

Pedro ainda era imaturo e não entendia nada do mundo espiritual. Jesus deixa claro que Pedro ainda não estava convertido, quando disse: "E quando você se converter, fortaleça os seus irmãos". Ainda hoje há muitos cristãos que precisam se converterem; muitos são convencidos, mas não convertidos.

A declaração de Jesus a respeito de Pedro revela duas verdades importantes: (1) Deus permite que Satanás nos tente somente dentro de certos limites (Jó.1.10,12). (2) O Diabo não faz o que quer com o povo de Deus e Jesus intercede por nós diante do Pai para que os seus não fracassem na fé. 

Aqui também aprendemos que Satanás nos observa e até sabe nosso potencial, mas só nos toca se Deus o permitir. Os discípulos foram sacudidos pela peneira de Satanás, porque a ele foi permitido fazê-lo, mas todos passaram e foram confirmados e fortalecidos na fé, exceto Judas, o traidor.

Tem coisas no mundo espiritual que Deus permite que sejamos provados até certo ponto, mas logo Ele dá um basta na situação e nos conduz à vitória. Amém! 

sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

A BOA MILÍCIA DA FÉ.


Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas (I Tm.6.12).

Os termos "milita" e "milícia" provém da palavra grega que significa "agonizar". Paulo vê a vida cristã como uma guerra; uma luta intensa que requer lealdade permanente a Cristo e enfrentar os adversários do evangelho. Como militantes da fé, todos nós somos conclamados a defender o evangelho em qualquer ocupação em que Deus nos colocou. 

O QUE É MILÍCIA?

Segundo o dicionário de Aurélio, milícia é uma corporação militar bem disciplinada e adestrada para guerra. A igreja de Cristo é comparada a um exército bem disciplinado e pronto para guerra. Nós como soldados de Cristo, estamos alistados para guerra, e esta guerra é na dimensão espiritual. Paulo escrevendo ao jovem pastor Timóteo, diz: Ninguém que milita se embaraça com negócio desta vida, a fim de agrada àquele que o alistou para guerra (II Tm.2.4). A bíblia nos revela que estamos em guerra, e essa guerra teve início lá no Éden quando Deus sentenciou a serpente: Estabelecerei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o descendente dela; porquanto, este te ferirá a cabeça, e tu lhe picarás o calcanhar” (Gn.3.15). Nesta guerra, a nossa luta não é contra as pessoas em si; o nosso inimigo é invisível, porém real. Porquanto, nossa luta não é contra seres humanos, e sim contra principados e potestades, contra os dominadores deste sistema mundial em trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais (Ef.6.12). 

Paulo considerou a vida cristã como um "bom combate". Esta é a única luta que vale a pena. Militar a boa milícia da fé é agonizar, estando cercado por todos os lados. Paulo diz: Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e está com Cristo, porque isto é ainda muito melhor (Fp.1.23). Paulo declara que quando chegou a Macedônia, não teve repouso, antes, foi em tudo atribulado; por fora combates, por dentro temores (II Co.7.5). A vida cristã é marcada por lutas, combates, aflições, tribulações é sofrimentos. Na atualidade estamos vendo um evangelho de triunfalismo, de glória e glamour. Onde na verdade o Mestre Jesus Cristo nos ensina um evangelho de renúncias, de sofrimento, desprezo e perseguição. A igreja de Jesus está envolvida numa guerra espiritual sem tréguas na luta contra o pecado, contra Satanás e contra o sistema mundano. 

A milícia cristã deve guerrear contra todo o mal, não por seu próprio poder, mas com armas espirituais (II Co.10,3-5; Ef.6.10-18). Na sua guerra espiritual, o cristão é conclamado a suportar as aflições como bom soldado de Cristo (II Tm.2.3), sofrer pela causa do evangelho (Mt.5.10-12; Rm.8.17; II Co.11.23; II Tm.1.8), combater o bom combate da fé (I Tm.6.12; II Tm.4.7), defender o evangelho (Fp.1.16), combater pela fé (Fp.1.27), vestir toda armadura de Deus (Ef.6.11), destruir as fortalezas de Satanás (II Co.10.4), levar cativo todo pensamento a obediência de Cristo (II Co.10.5) e fortalecer-se na guerra contra o pecado (Hb.11.34). Resistindo até o sangue na luta contra o pecado (Hb.12.4). Esta luta, chamada de "bom combate da fé" vale a pena, porque no final o grande General Jesus Cristo, irá nos recompensar com a coroa da vida. Amém! 

(Partes desta postagem foi extraída da Bíblia de Estudo Pentecostal).    

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

A NATUREZA DA IGREJA.


A palavra ekklesia (igreja), literalmente, refere-se à reunião de um povo, por convocação (gr.ekkateo). Uma convocação dos que foram chamados para fora de um sistema pecaminoso para serem exclusivos servidores e adoradores do Deus vivo e verdadeiro. A palavra igreja pode referir-se a uma igreja local (Mt.18.17; At.15.4) ou à igreja no sentido universal (Mt.16.18; At.20.28; Ef.2.21,22). Evidentemente há muitas características que mostram o que é uma verdadeira igreja.

SETE DEFINIÇÕES QUE CARACTERIZAM A NATUREZA DA IGREJA:

(1) A IGREJA É O POVO DE DEUS.

A igreja é apresentada como o povo de Deus (I Co.1.2; 10.32; I Pe.2.-10), o agrupamento de crentes redimidos como fruto da morte de Cristo (I Pe.1.18,19). É um povo peregrino que já não pertence a esta terra (Hb.13.12-14). A igreja é o povo de Deus que foi chamado para deixar o mundo e ingressar no Reino de Deus. A separação do mundo é parte inerente da natureza da verdadeira igreja de Cristo.

(2) A IGREJA É O TEMPLO DE DEUS.

A igreja como templo de Deus é o lugar onde se manifesta a glória de Deus. Os crentes como templo de Deus é a morada do Espírito Santo (I Co.3.16; II Co.6.14; 7.1; Ef.2.11-22; I Pe.2.4-10). Este fato, no tocante à igreja requer dela separação da iniquidade e da imoralidade.

(3) A IGREJA É O CORPO DE CRISTO.

A igreja é o corpo de Cristo. Sendo Cristo a cabeça do corpo, é Ele quem cuida e dirige a igreja, a qual lhe pertence. Esta ideia que alguém diz que a igreja é cabeça e não calda, está totalmente equivocada; à luz da Bíblia a igreja não é cabeça nem calda, ela é o corpo de Cristo. A igreja como corpo de Cristo (I Co.6.15,16; 10.16,17; 12.12-27). A Cabeça do corpo é Cristo (Cl.1.18; Ef.1.22; 4.15; 5.23). 

(4) A IGREJA É UMA COMUNHÃO (gr. koinonia).

A igreja verdadeira vive uma comunhão espiritual entre os crentes. Esta comunhão deve ser uma demonstração visível do mútuo amor e cuidado entre os irmãos (Jo.13.34,34). O apóstolo João expressou esta verdade quando disse: Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado (I Jo.1.7). "Comunhão" (gr. koinonia) literalmente significa "ter em comum", e envolve compartilhar e participar. Os cristãos têm tal comunhão porque têm a fé cristã em comum (Tt.1.3; Jd.3), a graça de Deus em Cristo em comum (Fp.1.7; I Co.1.9), a presença neles do Espírito em comum (Jo.20.22; Rm.8.9,11), os dons do Espírito em comum (Rm15.27) e um inimigo em comum (I Pe.5.8). Não pode haver nenhuma comunhão verdadeira com aqueles que rejeitam os ensinos da Palavra de Deus.

(5) A IGREJA É UM MINISTÉRIO (gr. diakonia).

Como ministério a igreja ministra prestando serviço através dos dons (gr. charismata), que é outorgado pelo Espírito Santo, conforme Ele distribui com cada crente em particular (Rm.12.6; I Co.1.7; 12.4-11,20-31; Ef.4.11). Assim sendo a igreja é composta por crentes dotados de dons para servirem uns aos outros, tendo como base principal a Palavra de Deus.

(6) A IGREJA É UM EXÉRCITO.

A igreja é um exército engajado num conflito espiritual, batalhando com a espada e o poder do Espírito (Ef.6.17). Paulo enfatiza esta verdade quando escreve ao seu filho Timóteo: Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo. Ninguém que milita se embaraça com negócio desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente (II Tm.2.3-5). Este combate é espiritual, contra Satanás e o pecado. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas (II Co.10.4). O Espírito que está na igreja a enche e a capacita como guerreiro habilitado manejando bem a Palavra de Deus, libertando as pessoas do domínio de Satanás e anulando todos os poderes das trevas (At.26.18; Hb.4.12; Ef.6.17; II Co.10.4-6). Este exército luta contra um inimigo real, mas que é invisível. O General do exército da igreja é Cristo, que nunca perdeu batalha contra Satanás.

(7) A IGREJA É COLUNA E FUNDAMENTO DA VERDADE.

Esta afirmativa está escrito em I Timóteo 3.15. A igreja como coluna e fundamento da verdade, deve sustentar a verdade revelada por Cristo e pelos apóstolos, e conservá-la íntegra, defendendo-a contra os deturpadores e os falsos mestres (Fp.1.17). A igreja como coluna e fundamento da verdade, não compactua com a mentira nem faz aliança com os falsificadores da verdade. Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade (II Co.13.8). A igreja é coluna e fundamento da verdade do começo ao fim. Amém! 

(Estudo adaptado da Bíblia de Estudo Pentecostal)