quarta-feira, 16 de junho de 2021

JEFTÉ - De Rejeitado A Líder Da Nação.

Jefté, o gileadita, era um guerreiro valente. Sua mãe era uma prostituta; seu pai chamava-se Gileade. A mulher de Gileade também lhe deu filhos, que, quando já estavam grandes, expulsaram Jefté, dizendo: Você não vai receber nenhuma herança de nossa família, pois é filho de outra mulher. Então Jefté fugiu dos seus irmãos e se estabeleceu em Tobe. Ali um bando de vadios uniu-se a ele e o seguia (Jz.11.1-3).

JEFTÉ, cujo nome significa "aberto" ou "aquele que abre" , era um candidato improvável à liderança de Israel. Poderíamos chamar sua história de "A trajetória de um rejeitado à líder da nação". Era descendente da tribo de Manassés (I Cr.7.14-17), filho ilegítimo de Gileade com uma prostituta de nome ignorado. Jefté era gileadita em razão tanto do lugar onde havia nascido quanto o nome de seu pai. Mas, como filho de uma prostituta, também era um pária. Seus irmãos, os filhos legítimos de Gileade, o expulsaram da casa paterna e recusaram dividir a herança com o "bastardo" Jefté. Diante deste episódio de rejeição, Jefté fugiu para Tobe, uma terra distante, na Síria, onde se tornou conhecido por suas aventuras militares e se cercou de homens levianos (11.3). 

A CHAMADA DE JEFTÉ À LIDERANÇA.

Jefté foi esquecido por algum tempo, e nesse tempo de esquecimento e rejeição Deus estava trabalhando a seu favor. Passado algum tempo, nenhum voluntário aceitou o desafio feito pelos líderes do povo: Os líderes do povo de Gileade disseram uns aos outros: "Quem iniciar o ataque contra os amonitas será chefe dos que vivem em Gileade"(10.18). Vendo os lideres do povo que não havia candidato para um enfretamento com os amonitas, foram em busca de Jefté em Tobe e suplicaram: Vêm e sê nosso chefe, para que combatamos contra os filhos de Amom (11.4-6). A resposta de Jefté dá a entender que alguns de seus irmãos que antes havia o odiado e o expulsado, estavam juntos com a delegação que veio a sua procura (11.7). Jefté impôs uma condição e fez uma aliança com os israelitas na presença do SENHOR em Mispa (11.9-11). Aqui nós aprendemos que, quem tem chamada de Deus para Obra, não se oferece, mas é reconhecido e chamado no tempo certo.

JEFTÉ TENTA UMA NEGOCIAÇÃO DE PAZ.

Jefté possuía uma combinação de inteligência, conhecimento e astúcia militar nunca vista antes em um juiz. Ele apelou à razão ao chamar o rei dos amonitas para dialogar. Ele inicia o diálogo com uma pergunta: Que há entre mim e ti que vieste a mim a pelejar contra minha terra? (11.12). Ao receber a resposta do rei dos amonitas, Jefté refutou suas argumentações com uma narrativa de fatos históricos, recapitulando a história dos israelitas desde a libertação e saída do Egito até a ocupação da terra prometida na qual na qual agora estavam (11.13-22). A argumentação de Jefté foi objetiva: Israel não tomou as terras dos amonitas. O Deus de Israel expulsou os amonitas e nos deu o seu território. Os filhos de Amom querem obrigar-nos a sair daqui? (11.23,24). Jefté reconheceu que o direto de propriedade sobre qualquer terra pertence a Deus e ele pode usá-la como bem lhe parecer (11.24;Sl.24.1). Também apelou para um histórico de trezentos anos de tolerância e coexistência pacífica (11.25,26), e conclui sua declaração apelando para Deus como juiz supremo (11.27). O rei dos amonitas recusou dar ouvidos à argumentação de Jefté (11.28), dando a entender que a guerra era inevitável. 

A UNÇÃO DE JEFTÉ COMO JUIZ.

Até aqui, o SENHOR havia permanecido em silêncio, apesar de Jefté ter reconhecido a sua ação desde o início (11.11,21,23,27). Quando os amonitas se recusaram a negociar e declararam guerra contra a nação de Israel, veio o Espírito do SENHOR e ungiu a Jefté (11.29), e ele liderou com uma força sobrenatural e feriu os amonitas e todos inimigos que lhe vieram de encontro. O texto sagrado não diz quantos homens acompanharam Jefté, mas essa informação não é essencial. O importante é que a presença e o poder do SENHOR estava sobre ele. Em resumo, quando Israel saiu para lutar contra os amonitas, o SENHOR os entregou nas mãos de Jefté (11.32). Ele conquistou vinte cidades, desde Aroer até as vizinhanças de Minite, chegando a Abel-Queramim. Assim os amonitas foram subjugados pelos israelitas (11.33). Uma campanha militar bem sucedida, Deus estava aprovando Jefté como juiz e líder da nação de Israel. Aqui nós aprendemos que, não adianta rejeitar, nem reprovar aquele que Deus já escolheu e vocacionou para fazer a sua obra. Para muitos Jefté não passava de filho ilegítimo de Gileade, um bastardo, filho de uma prostituta. Mas Deus usa as coisas fracas e desprezíveis para confundir as fortes e plausíveis. 

CONCLUSÃO: 

Títulos. Diplomas. Certificados. Formaturas. Graduações. Status... podem ser adquiridos e até comprados; mas a Unção ninguém compra, vem de Deus. Jefté venceu, por uma única razão, a Unção do SENHOR estava sobre ele.

Fonte: Comentário Bíblico Africano pg.310.

Obs.: Esta postagem foi extraída e articulada do Comentário Bíblico Africano, com algumas modificações do texto e acréscimos adaptados pelo autor deste Blog.