quinta-feira, 18 de maio de 2023

RISPA - Uma Mãe Protetora.


Durante o reinado de Davi houve uma fome que durou tês anos. Davi consultou o SENHOR, que lhe disse: "A fome veio por causa de Saul e de sua família sanguinária, por terem matado os gibeonitas". O rei então mandou chamar os gibeonitas e falou com eles. (Os gibeonitas não eram de origem israelita, mas remanescentes dos amorreus. Os israelitas tinham feito com eles um acordo sob juramento; mas Saul, em seu zelo por Israel eJudá, havia tentado exterminá-los.) Davi perguntou aos gibeonitas: "Que posso fazer por vocês? Como posso reparar o que foi feito, para que abençoem a herança do SENHOR?" Os gibeonitas responderam: "Não exigimos de Saul ou de sua família prata ou ouro, nem queremos matar ninguém em Israel". Davi perguntou: " O que querem que eu faça por vocês?", e eles responderam: "Quanto ao homem que quase nos exterminou e que pretendia destruir-nos, para que não tivéssemos lugar em Israel, que sete descendentes dele sejam executados perante o SENHOR, em Gibeá de Saul, no monte do SENHOR". "Eu os entregarei a vocês, disse o rei. O rei poupou Mefibosete, filho de Jônatas e neto de Saul, por causa do juramento feito perante o SENHOR entre Davi e Jônatas, filho de Saul. Mas o rei mandou buscar Armoni e Mefibosete, os dois filhos de Rispa, filha de Aiá, tinha dado a Saul. Com eles também os cinco filhos que Merabe, filha de Saul, tinha dado a Adriel, filho de Barzilai, de Meolá. Ele os entregou aos gibeonitas, que os executaram no monte, perante o SENHOR. Os sete foram mortos ao mesmo tempo, nos primeiros dias da colheita de cevada. 
Então Rispa, filha de Aiá, pegou um pano de saco e o estendeu para si sobre uma rocha. Desde o inicio da colheita até cair chuva do céu sobre os corpos, ela não deixou que as aves de rapina os tocassem de dia, nem os animais selvagens à noite. Quando Davi foi informado do que Rispa, filha de Aiá, concubina de Saul, havia feito, mandou recolher os ossos de Saul e de Jônatas, tomando-os dos cidadãos de Jabes-Gileade. (Eles haviam roubado os ossos da praça de Bete-Seá, onde os filisteus os tinham pendurado, no dia em que mataram Saul no monte Gilboa.) Davi trouxe de lá os ossos de Saul e de seu filho Jônatas, recolhidos dentre os ossos dos que haviam sido executados. Enterraram os ossos de Saul e de Jônatas no túmulo de Quis, pai de Saul, em Zela, na terra de Benjamim, e fizeram tudo o que o rei tinha ordenado. Depois disso Deus respondeu as orações em favor da terra de Israel (II Sm.21.1-14). 

Este capítulo 21 do segundo livro de Samuel, é triste e sombrio, por se tratar de fome e sete homens sendo executados. Mas o brilho e o destaque deste capítulo é uma mulher chamada Rispa, ela faz algo nobre que chama a atenção do rei Davi, e muda uma situação. 

Este período de fome durou três anos, e conforme a escassez avança, Davi compreende que se refere a alguma falha no cumprimento da lei de Deus e consulta o SENHOR para descobrir o motivo. A resposta de Deus foi: "É por causa de Saul e da sua casa sanguinária, porque matou os gibeonitas". Josué e Israel tinham feito um pacto com os gibeonitas, de modo que eles não seriam mortos juntamente com os demais cananeus (Js.9.15-21). Ao violar esse pacto, Saul causou sérias consequências ao povo, trazendo esta terrível fome sobre a nação de Israel. Davi chamou os gibeonitas e perguntou: O que quereis que eu vos faça? Davi não sugeriu formas de reparação pelo mal cometido por Saul contra os gibeonitas. Antes, perguntou o que eles desejavam para remover a maldição que pairava sobre o reino de Israel. Os gibeonitas não estavam interessados em reparação material; queriam a morte de sete descendentes homens de Saul como compensação pelos homens que haviam perdido. O rei aceitou o pedido dos gibeonitas e restaurou a aliança entre Israel e Gibeão. Além disso, cumpriu sua promessa a Jônatas ao proteger seu filho Mefibosete. Os homens entregues à morte eram filhos de Saul com Rispa, uma das suas concubinas, e os filhos de Merabe, filha de Saul. Davi não tinha aliança com a família dessas pessoas. 

Após executarem os sete descendentes de Saul, deixando seus corpos no campo, vuneráveis aos ataques de aves de rapina e animais ferozes, o que era considerado vergonhosos entregar o corpo de alguém para ser comido por animais. Rispa entra em ação e faz algo para impedir que seus filhos não sofressem essa humilhação. Ele foi em secreto, pegou um pano de saco e os cobriu para evitar que fossem devorados por aves de rapina e animais ferozes. Sua atitude como mãe protetora comoveu Davi, que providenciou um enterro digno para Saul, Jônatas e os sete filhos, na sepultura de Quis, pai de Saul, provavelmente onde Saul gostaria de ser enterrado. Depois desse ato, a chuva voltou e a fome deu lugar a fartura de alimentos. 

TRÊS LIÇÕES PODEMOS APRENDER COM RISPA:

1- RISPA NÃO DESPREZOU SEUS FILHOS, MESMO DEPOIS DE MORTOS.

Rispa era uma mulher forte e de caráter firme. Seu nome significa “Pedra Quente”. Ela era filha de Aiá, cujo nome vem da mesma raiz da palavra “intocável”. Ela foi mulher do rei Saul e teve com ele dois filhos: Armoni e Mefibosete e que estavam ali mortos diante dela, mas Rispa velava por seus filhos mortos, dia e noite e mantinha o luto. Mães não desistam dos seus filhos, mesmo que estejam mortos em delitos e pecados, lute por eles em oração, Deus há de fazer um milagre.

2- RISPA DEMONSTROU AMOR INCONDICIONAL. 

Rispa não deixou de amar seus filhos mesmo sabendo do que eles haviam feito. Para isso não é necessário ir muito longe, basta olharmos para as filas intermináveis nas portas dos presídios. Quantas mães ficam ali em todas as visitas para ver seus filhos e demonstrar o seu amor por eles, apesar do que eles fizeram. Dificilmente você verá um pai ali, mas mães você perde a conta. Como diz um antigo adágio: “Pai é qualquer um, mas mãe só é uma". Uma mãe não olha para a deficiência de seu filho, ela olha para O SEU FILHO. Ela o ama, cuida e vela por ele. Dificilmente uma mãe verdadeira se esquecerá do seu filho, ou deixará de amá-lo. 

3- RISPA CHAMOU A ATENÇÃO DO REI DAVI E MUDOU UMA SITUAÇÃO.

A Bíblia é clara quando nos diz que o que o homem planta ele colhe (Gl 6.7). Rispa não se deu por vencida. Seus filhos podiam estar mortos, mas no mínimo eles mereciam um sepultamento descente. A atitude de Rispa chegou aos ouvidos do rei Davi, o que lhe despertou trazer os ossos de Saul e Jônatas e sepultá-los no túmulo de Quis pai de Saul, juntamente com os dois filhos de Rispa e os cinco filhos de Merabe, que eram descendente de Saul. Aqui eu aprendo que, quando fazemos algo nobre que chama a atenção de Deus, Ele se levanta em nosso benefício e muda a situação.

CONCLUSÃO: 
Rispa é uma mulher esquecida na Bíblia, ela quase não aparece, mas por uma atitude nobre de mãe protetora, ela deixa sua marca na história. De nada adianta fazer tantas coisas para nossa própria glória, que sejamos motivados pelo amor, e que pratiquemos boas obras em secreto para glória de Deus. Pense nisso!