Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o Justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito, no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão, os quais em outro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água (I Pe.3.18-20).
A descida de Cristo ao Hades, divide opiniões entre os estudiosos da Bíblia. Os versículos 18 a 20 do capítulo 3 da primeira carta de Pedro, têm sido de difícil interpretação para os expositores da Bíblia. Uma das interpretações mais convincente, é que Cristo, depois da sua morte e ressurreição, foi até o Hades e pregou aos espíritos em prisão, que pecaram nos dias de Noé.
Cristo desceu ao inferno para proclamar a sua vitória sobre a morte e Satanás. Pedro diz que Cristo pregou apenas àqueles que foram desobedientes nos dias de Noé, provavelmente por serem considerados os que pecaram de modo mais profundo. Afinal, Deus exterminou toda a vida na terra por causa dos pecados deles. Isto não significa dizer que eles tiveram uma nova oportunidade para salvação, Cristo apenas foi proclamar a sua vitória e levar uma mensagem de advertência àquela geração desobediente, que continuam no Hades esperando o juízo final.
A nota de rodapé da Bíblia King James, diz: Pedro usa propositalmente a expressão original grega kerussein "proclamar" ou "anunciar", em vez de evanggelizen, "evangelizar", para deixar bem claro o tipo de pregação vitoriosa realizada por Jesus sobre o inimigo (Satanás) e toda a malignitude do universo (II Pe.2.4,5; Cl.2.15).
A descida de Cristo ao inferno, proclama a vitória de Cristo sobre Satanás. Esta vitória foi proclamada no céu, na terra e no inferno. Paulo diz: Quando Ele subia em triunfo às alturas, levou cativo muitos prisioneiros e destribuiu dons aos homens (Ef.4.8). Pedro afirma, dizendo: O qual subiu aos céus e está à direita de Deus; a Ele estão sujeitos anjos, autoridades e poderes (I Pe.3.22). Aleluia!