domingo, 17 de junho de 2018

GRAVETOS, VÍBORA E FOGO.

Estando a salvos em terra, soubemos que a ilha se chamava Malta. Os habitantes da ilha demonstraram impressionante bondade para conosco. Prepararam uma fogueira e receberam bem a todos nós, pois estava chovendo e fazia bastante frio. Enquanto Paulo ajuntava um feixe de gravetos e os lançava ao fogo, uma víbora, espantada com o calor, agarrou-se à sua mão. Assim que os habitantes da ilha viram aquela cobra presa na mão de Paulo, comentaram uns com os outros: “Com toda certeza esse homem é um assassino, pois, tendo sido salvo do mar revolto, a Justiça não lhe permitiu continuar vivendo!” Contudo, Paulo sacudindo a cobra no fogo, não sofreu mal algum. Eles, porém, acreditavam que Paulo começasse a inchar ou que caísse morto de um momento para outro, mas, havendo esperado por muito tempo e observado que nada de anormal lhe acontecia, mudaram de opinião e passaram a exclamar que ele era um deus (Atos, 28.1-6).

Os bárbaros foram solidários com os sobreviventes do naufrágio. Por causa do frio eles foram se aquecer diante da fogueira e Paulo juntou alguns gravetos secos para lançar no fogo já existente. Então, para fugir do “calor”, a víbora se revelou de onde estava camuflada. A experiência do naufrágio havia sido extremamente traumática e descansar era tudo o que aqueles homens precisavam e antes de prosseguir a viagem. Estava escuro e frio e o apóstolo resolveu acrescentar lenha na fogueira. A vida de Paulo passa por uma série de eventos que parece não terminar. Agora, em Malta, uma víbora se agarra em sua mão e ele ainda é julgado como assassino. Mas ele não se deixou abater nem pela víbora, nem pela opinião alheia. Todos esperavam que Paulo morresse, mas ele de modo simples sacudiu a víbora na fogueira e agiu como se nada houvesse acontecido. De repente, viram que Paulo já não era mais uma maldição e passaram a compará-lo com um “deus”. 

GRAVETOS.

O clima frio fez com que Paulo se preocupa-se em ajuntar gravetos para alimentar o fogo, para que este não se apagasse. 
Observemos que a fogueira já estava acesa e Paulo conduzia gravetos secos para adicioná-los ao fogo e este aumentar.
Traçando aqui um paralelo da vida espiritual, entendemos que, a frieza espiritual não deve permanecer na vida da igreja, é preciso manter o fogo do Espírito acesso e alimentá-lo com os gravetos da oração, da consagração e da leitura e prática da palavra de Deus. 
Deus está a procura de homens e mulheres que estejam dispostos a juntar gravetos para alimentar o fogo do Espírito e extinguir a frieza espiritual do meio do povo de Deus. Enquanto houver gravetos para queimar, o fogo não vai se apagar; ele permanecerá acesso e não vai virar cinzas. Está escrito: Sem lenha, o fogo se apagará (Pv.26.20). É preciso manter o fogo acesso. O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará (Lv.6.13). Faça a sua parte, junte os seus gravetos e o fogo de Deus permanecerá acesso na sua vida. 

VÍBORA.

A víbora entre os gravetos secos é um símbolo da ação de Satanás, numa tentativa de se esconder e atacar de surpresa os servos de Deus. Quando essa víbora é levada ao fogo da presença de Deus, o calor do Espírito Santo gera o incômodo, fazendo com que o inimigo se manifeste e parta em retirada. A unção que estava sobre a vida de Paulo era mais forte que o veneno da serpente e assim também acontece com todo aquele que está cheio do poder do Espírito Santo. 
O fato da víbora abocanhar a mão de Paulo nos ensina como Satanás tenta nos frear, inutilizando nossas ferramentas de trabalho, que neste caso, era as mãos de Paulo. A mordida não aconteceu somente pelo fato da víbora fugir do fogo, foi um golpe de retaliação, um último golpe antes da derrota. Assim como Paulo, que não se importando com a víbora, de pronto a lançou no fogo, que é o seu lugar, deve ser a nossa atitude. Há pessoas agindo como víbora, sendo usadas como instrumento de Satanás, destilando seu veneno para nos prejudicar. Mas para estas víboras tem o fogo e o poder do Espírito para as consumir. Com víboras não se brinca, nem se perde tempo em dialogar, se lança no fogo. Lugar de víboras é no fogo. 

FOGO.

O fogo é símbolo do Espírito Santo, que deve ser alimentado pelos gravetos da oração, da santificação, da leitura, do ensino e pratica da palavra de Deus. A fogueira do avivamento precisa se manter acessa, caso contrário a frieza e a antipatia espiritual irão prevalecer.
Quem gosta de fogo faz como Paulo, se preocupa em juntar gravetos para aumentar o fogo e não deixa-lo apagar. Não importa se as víboras irão lhe morder, quem tem o poder de Deus não teme as mordidas das víboras. Para as víboras (os inimigos da obra), tem o fogo de Deus. 
Os que não gostam de fogo, irão lhe criticar e julgar, como fizeram com Paulo. Mas não devemos dá ouvidos as criticas. Não podemos ser parados pelo que pensam ou acham de nós. Muitos não entendem como Deus está agindo conosco e traçam um perfil de acordo com o que veem. Para uns somos malditos, para outros somos deuses, mas o que importa, na verdade, é o que somos para Deus e o que Ele é para nós. 

CONCLUSÃO:
A experiência nos ensina que as grandes provações são sinais de grandes maravilhas por parte do nosso Deus. Após a batalha com a víbora, Paulo se torna a esperança daqueles nativos e, como gratidão pela benção alcançada, eles tanto honraram quanto supriram as necessidades do apóstolo (Atos, 28.9, 10).
O Espírito impulsionou Paulo até Malta e o que para muitos era uma grande provação, para Deus era uma oportunidade de atuar com seu Servo. Paulo jamais chegaria lá se não fosse a força dos ventos contrários (Atos, 27.4). Não estava em seus planos estar em Malta; seu alvo era Roma (Atos, 23.11). Aquela víbora não mordeu outra pessoa a não ser Paulo, foi  por causa desse incidente que se desencadeou um avivamento e a glorificação do nome de Jesus.