domingo, 2 de outubro de 2016

ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo. Porquanto, Deus nos elegeu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença. E, em seu amor, nos predestinou para sermos adotados como filhos, por intermédio de Jesus Cristo, segundo a benevolência da sua vontade, para o louvor da sua gloriosa graça, a qual nos outorgou gratuitamente no Amado (Efésios, 1.3-6).

A eleição Divina é um conceito teológico sempre presente nas cartas paulinas (Rm.8.28-30; Cl.3.12; I Ts.1.4; II Ts.2.13; Tt.1.1). Paulo por repetidas vezes escreve sobre este tema, por entender que Deus na sua soberania já havia determinado em Cristo a nossa eleição. Deus nos elegeu por meio de sua determinação soberana, na qual Ele nos deu sua graça salvadora sem considerar quaisquer possíveis méritos e deméritos nas pessoas escolhidas. Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador (Tito, 3.5,6). Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie (Efésios, 2.8,9). 
Todos nós fomos eleitos e predestinados em Cristo. Cristo é a ancora da nossa salvação pelo qual estamos seguros. Sem Cristo não existe eleição, a arca da nossa salvação é Cristo. Enquanto estivermos abordo no barco da salvação que é Cristo, estamos indo em direção ao porto seguro da nossa salvação. 
Fomos eleitos e predestinados Nele (em Cristo Jesus).

A eleição é uma doutrina misteriosa, mas maravilhosa; é uma doutrina que, embora não deixe espaço para o orgulho e vaidade, é porém uma grande bênção para o homem, pois garante a salvação de cada um dos eleitos de Deus. Alguns repudiam a doutrina da eleição, dizendo que mostra ser respeitadora de homens, mas deixa alguns sem esperança de salvação. A verdade é que ninguém pode saber se ele pertence aos eleitos ou não eleitos, exceto crendo ou então morrendo sem arrependimento, o que coloca a questão toda no nível da fé ou falta de fé do indivíduo. Observe o que Jesus diz acerca disso: “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (João 6:37). Aí aprendemos: (1) Que só aqueles que foram dados a Cristo no pacto da redenção virão a Ele. Isso se refere, é claro, à eleição. (2) Todos aqueles que foram assim dados virão a Cristo. A salvação de todos os eleitos é assegurada pelo chamado eficaz e a atração deles. Essa é graça eficaz ou irresistível. (3) Que embora essas coisas sejam gloriosamente assim, há porém também a esperança para todos os que se achegam a Cristo em fé serão por Ele recebidos. Assim, enfatiza-se a responsabilidade humana, de modo que ninguém pode culpar a Deus por qualquer homem que se perde. Já que ele não pode saber de antemão acerca de sua não eleição, e já que se oferece a promessa de aceitação a todos os que se achegam, o homem perdido se perde exclusivamente por causa de sua própria incredulidade da promessa de Deus, por não aceitarem o plano da salvação.

Ninguém tem a garantia de sua eleição, exceto ao se submeter ao chamado do evangelho e se arrepender de seus pecados e confiar na obra expiatória do Senhor Jesus Cristo, pois essas coisas são as primeiras evidências da eleição de alguém, como está escrito: “… e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna” (Atos 13:48).

Temos de nos lembrar de que a eleição é totalmente de Deus, que foi realizada na eternidade passada, que é para a salvação, e que inclui todos os meios necessários para cumprir a salvação, como está escrito: “Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade; Para o que pelo nosso evangelho vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Tessalonicenses, 2:13,14). 
Não resta assim nenhum espaço para o louvor do homem e suas obras ou atitudes, mas toda a glória é devida a Deus.

Se nos perguntassem o motivo por que temos de pregar o evangelho se Deus escolheu os homens para a salvação, deixamos Paulo responder: “Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade; Para o que pelo nosso evangelho vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Tessalonicenses 2:13-14). Se nos perguntassem de modo faccioso o motivo por que então não pregamos somente aos eleitos, respondemos primeiramente que não podemos saber antecipadamente quem são eles, a não ser pela reação deles ao evangelho, mas ainda que pudéssemos saber antecipadamente quem são eles, isso em nada nos aliviaria do dever de “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16:15). Quantos eleitos há, e quem são, de modo algum afeta nossa responsabilidade de proclamar fielmente a todo o mundo o evangelho da graça salvadora de Deus; é responsabilidade de Deus chamá-los através do evangelho que pregamos. O evangelho tem um de dois resultados quando é pregado: justificação ou juízo; assim, Paulo diz: “Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para estes certamente cheiro de morte para morte; mas para aqueles cheiro de vida para vida. E para estas coisas quem é idôneo?” (2 Coríntios 2:15-16). A pregação do evangelho torna mais ainda os homens responsáveis de prestar contas a Deus por sua incredulidade e rejeição.

Portanto, devemos crer e fazer valer a nossa eleição em Cristo, na sua obra redentora na cruz, fazendo cada vez mais firme a nossa salvação pela sua graça. Amém!