Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo (I Pe.1.15,16).
Santidade é algo que Deus exige do seu povo. Viver em santidade não é uma opção para o crente, mas uma exigência de Deus para todos os seus servos. Ser santo em toda maneira de viver, se constitui um estilo de vida para aqueles que entregaram sua vida em consagração a serviço do Reino de Deus. Ser santo é viver separado do sistema pecaminoso do mundo, sendo diferente no meio de uma geração corrompida pelo pecado.
Santo quer dizer “separado” consagrado para o serviço de Deus.
Quando alguém é intitulado “santo”, entende-se que essa pessoa é separada dos costumes mundanos, é uma pessoa que vive ou tenta viver em acordo com a vontade de Deus e os ensinos de Jesus, é aquele que por exemplo, evita ambientes depravados, imoralidades, adultério, palavrões, excessos, falso juízo, evita heresias, falsas doutrinas, etc. Em geral, é aquele que vive neste mundo mas não faz parte dele, é aquele que entregou sua vida a Deus e por isso, pela fé, foi separado e considerado Santo, mesmo com seus defeitos e pecados.
ORIGEM DAS PALAVRAS NO GREGO.
SANTO - Agios
SANTIDADE - Agiótita
SANTIFICAÇÃO - Agiasmós
NO HEBRAICO.
SANTO - Kadosh
A palavra “Kadosh” (santo) significa algo que é “outro” (diferente) o oposto daquilo que é comum. A palavra vem carregada de um sentido de santidade e consagração.
A palavra "santo" no hebraico, tem por sentido o ato de "separar", em grego "separar- separado", "diferenciar, diferenciado".
Teríamos os cristãos se tornado fracos em nossa postura a respeito de santidade? Jamais parece ter sido dito muito sobre isso. Quantos sentem como se estivessem vivendo vidas santas? Pergunte-se a alguém sobre o nível de santidade em sua vida e pode-se ficar surpreso pela resposta recebida. Os cristãos negligenciam a santidade? Pode ser que sim, pode ser que não, mas a santidade ainda merece investigação. Afinal, Deus disse, tanto no Velho como no Novo Testamento, "Santos sereis, porque eu, o Senhor, sou santo" (Levítico 19:2; 1 Pedro 1:16). O Velho Testamento é um bom lugar para começar. Comecemos respondendo a um par de perguntas. Primeiro, o que é "santo"? E então, qual é a fonte de santidade?
O QUE É SANTO?
O termo santo é o oposto de impuro ou profano. Vocês têm que fazer separação entre o santo e o profano, entre o puro e o impuro (Lv.10.10).
O termo hebraico para santo provavelmente partiu de um conceito primitivo de separação ou remoção do sagrado do meio profano. Deus tomou a palavra e usou-a para descrever muitas coisas e atividades separadas para adoração. O termo para santo é encontrado predominantemente em sentido religioso e usualmente contém um significado fundamental de "separado", ou "fora" do uso comum. O uso do termo santo foi habitualmente restrito pelas regras cerimoniais ou limitado a certo povo (Israel, sacerdotes), lugares (tabernáculo), coisas (altares), ou tempos (sábado).
Qadash, o termo para santo no Velho Testamento, é usado mais de 600 vezes, de muitos modos. Muitas vezes é usado para nomear alguma coisa a ser separada; o santo lugar, por exemplo (Êxodo 28:43; 29:30), era separado dos lugares comuns para propósitos de adoração. Outras vezes é usado para descrever uma característica. O nome de Deus é literalmente expresso "meu santo nome" (Levítico 20:3; 22:2). Sião é, às vezes, chamado o "santo monte" (Salmo 2:6). Frequentemente, o termo é usado como verbo. "Santificar" uma coisa é "consagrá-la", ou separá-la do comum. Deus "santificou" o altar (Êxodo 29:29), o Templo (1 Reis 8:64), pessoas (Êxodo 19:10, 14) e lugares (Êxodo 19:23). Em poucos casos a santidade é transmissível a outros objetos (Êxodo 29:37; 30:29; Levítico 6:27) mas na maioria dos casos somente a impureza é transmissível e poluente para o que é santo (Ageu 2:12-13). Os objetos santos são muito numerosos para serem nomeados aqui mas, para dar uma ideia, o tabernáculo (ou mais tarde o Templo) e todos os artigos envolvidos na adoração, as pessoas que executavam a adoração, a terra em volta do tabernáculo e a nação inteira de Israel eram considerados santos.
O Velho Testamento usa o termo santo para descrever algo que é separado de coisas comuns, impuras, contaminadas, do vício e da idolatria, e consequentemente se torna um antônimo para tais coisas. Ele descreve todas as pessoas, lugares, coisas e tempos de algum modo associados com Deus e sua adoração. Se um tal artigo de algum modo se tornasse impuro, tinha que ser limpo novamente com sacrifício de sangue. Skinner descreve o significado de santidade dizendo que santidade, "... em resumo, expressa uma relação que consiste negativamente em separação do uso comum, e positivamente em dedicação ao serviço de Jeová".
QUAL É A FONTE DA SANTIDADE?
Deus disse aos israelitas, "Eu sou o Senhor vosso Deus; portanto vós vos consagrareis, e sereis santos, porque eu sou santo" (Levítico 11:44).
SANTIDADE não é um atributo de Deus, mas sua natureza essencial.
Santidade se refere a Deus e ou aquilo feito santo por ele e portanto nenhuma santidade existe fora dele. "Santo" indica a própria separação de Deus da impureza ou pecado em sua perfeição de ser. Coisas que eram inerentemente limpas poderiam tornar-se santas ao serem dedicadas a Deus e seu serviço, tanto por Deus como por uma cerimônia estabelecida por ele. Somente Deus tem poder e autoridade para tornar santos e purificar coisas contaminadas pela impureza. Portanto, toda santidade vem de Deus.
OS TEMPOS DA SANTIFICAÇÃO.
1. Santificação Posicional ou Passada
A santificação posicional é também conhecida como santificação passada, ou ainda, santificação instantânea. É uma obra do Espírito que nos posiciona como separados para Deus quando aceitamos a Cristo como Salvador. Trata-se de uma mudança moral que ocorre no momento da regeneração (Tt 3.5), de pecador para santificado em Cristo. A iniciativa e a execução dessa santificação são unicamente de Deus (At 26.18; 1 Co 1.2).
2. Santificação Real ou Progressiva
Essa santificação é chamada progressiva porque nela o crente cresce em vitória sobre o pecado e em Cristo. O nosso crescimento espiritual começa com a santificação posicional no momento em que recebemos o Senhor Jesus como salvador e isso continua durante toda a nossa vida em direção à maturidade cristã (Fp 3.12, 13). Diferente da santificação posicional, que é obra exclusiva de Deus, a santificação progressiva “envolve uma parceria com Deus”.
3. A Santificação Futura ou Glorificação
Essa é a santificação perfectiva, quando o Senhor Jesus nos transformar de modo que sejamos semelhantes a Ele na sua vinda (1 Ts 5.23). Essa santificação é chamada também de “glorificação” (Rm 8.29, 30; Fp 3.21). Na ressurreição seremos completos, e isso é extensivo à santificação, quando o Senhor Jesus declarar “que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso” (Fp 3.21). É nessa ocasião que veremos a Deus como ele é (1 Jo 3.2). Essa é a nossa esperança.
(Livro de Apoio - Pr. Ezequias Soares)
Na nova aliança, santificação é a semelhança do caráter de Cristo e o efeito real da salvação na vida cristã. Santificar todas as pessoas que se convertem a Cristo é especialidade do Espírito Santo. Essa santificação é instantânea, mas é ao mesmo tempo progressiva, pois esse processo continua na vida do crente. É desejo de todo cristão se parecer com Jesus e ter uma vida santa como Jesus teve.