O termo hebraico original para sinagoga é "beit knesset", que significa “casa de reunião”. A palavra “sinagoga” é o paralelo grego para este termo hebraico.
O termo sinagoga quer dizer lugar de reunião ou assembleia. Durante o cativeiro na Babilônia o Templo de Salomão havia sido destruído, longe de sua terra e sem um lugar de adoração, os judeus se reuniam para ouvir e meditar sobre as escrituras sagradas, estes ajuntamentos receberam o nome de sinagogas. O surgimento das sinagogas está diretamente relacionado com os escribas, pois eles eram os responsáveis por transcreverem as escrituras usadas nas reuniões. Os rolos contendo cópias da Lei e dos Profetas ficavam dentro de uma arca chamada de “Arca da Torá”. As passagens que eram lidas geralmente por um ancião ou um mestre da lei eram chamadas de “porções”. Com o passar do tempo regras foram estabelecidas para que se houvesse uma sinagoga, uma delas era que onde houvesse dez homens judeus adultos ali seria constituída uma assembleia. Mais tarde sinagoga passou a dar nome ao local onde às comunidades judaicas se reuniam. Nesses edifícios além de se reunirem para adorar a Deus e estudar as escrituras, também as crianças aprendiam a ler e escrever, além de haver discussões acerca das questões sociais e julgamentos públicos.
Após a volta do exílio, os judeus adotaram o uso das sinagogas que logo se espalharam por toda região da Palestina, um novo templo foi construído e finalizado por volta de 516 a. C. Na religiosidade dos judeus, o templo passou a ser o local de adoração ao “Eterno” através dos serviços, sacrifícios e dos dízimos, enquanto as sinagogas tornaram-se os locais de ensino e oração. Jesus e seus discípulos frequentavam o templo e as sinagogas. Por diversas vezes as escrituras nos mostra Jesus ensinando e discutindo com os mestres da lei nas sinagogas. No templo, Jesus expulsa cambistas e mercadores, além de profetizar sobre sua destruição.
Quando pesquisamos o Novo Testamento em busca de informações sobre a sinagoga, encontramos o seguinte: A principal atividade praticada na sinagoga era a leitura das Escrituras e o ensino delas. Jesus ensinou várias vezes nas sinagogas da Galiléia e Judéia (Mt 4.23; 9.35; 13.54; Mc 1.21, 39; 6.2; Lc 4.15, 44; 6.6; Jo 6.59; 18.20)
As sinagogas foram local importante do ministério de ensino de Jesus (Mt 4.23; 9.35; 13.54; Mc 1.21, 39; 6.2; Lc 4.15, 44; 6.6; Jo 6.59; 18.20), que, além de ensinar, também curou (Mt 12.9-14; Mc 3.1-6; Lc 6.6-11; 13.10-17) e expulsou demônio de pessoas dentro de sinagogas (Mc 1.23-27; Lc 4.33-38).
De acordo com as fontes talmúdicas, havia em torno de 480 sinagogas em Jerusalém antes da destruição do templo. Flávio Josefo (Contra Ápio, 2.17) considerava a leitura pública e o aprendizado da Torá o elemento essencial do serviço semanal da sinagoga, prática que ele entendia ter sido ordenada por Moisés. (Fonte destas informações: Bíblia de Estudo Arqueológica).
* Nota: Não há respaldo bíblico, nem fonte extrabíblica que afirme que havia três cadeiras principais na plataforma da sinagoga (lugar onde ficava o Bimá, uma espécie de Púlpito). Alguns pregadores e expositores da Bíblia afirmam que a cadeira do meio estava reservada para o Messias, só ele poderia assentar-se nela. Baseado no texto do Evangelho de Lucas 4.14-21, afirmam que quando Jesus acabou de Ler o rolo do profeta Isaías, Ele assentou-se na cadeira do meio, declarando-se ser Ele o Messias.
CONVERGÊNCIA E DIVERGÊNCIA ENTRE A IGREJA E A SINAGOGA.
A palavra igreja vem do grego “ecclesia”, assim como sinagoga também significa reunião ou assembleia. Na Sinagoga os judeus e outros povos, se reuniam nos sábados para ouvirem sobre ensinamentos o livro da Lei e dos profetas. Na Igreja se reunem os seguidores de Jesus, com o propósito de adorar a Deus e ouvir a ministração da Palavra de Deus. No início os discípulos de Jesus se reuniam nas casas, muitas vezes os apóstolos também anunciavam a mensagem do evangelho de Cristo nas sinagogas.
As reuniões eram chamadas de sinagogas. Em sua carta no capítulo 2 Tiago escreve que não se deve ter a fé em Jesus Cristo fazendo acepção de pessoas, ele diz que nas reuniões um homem que entra com um traje de luxo não pode ser tratado melhor do que uma pessoa pobre. Originalmente foi utilizado o termo sinagoga para se referir as reuniões: “Se, portanto, entrar na vossa sinagoga algum homem com anéis de ouro nos dedos...” (Tg 2:2), outras versões bíblicas utilizam os termos; igreja, assembleia, congregação ou reunião.
Embora o cristianismo tenha se originado de muitas crenças do judaísmo, se tratam de duas religiões diferentes que se convergem em muitas crenças, mas se diferem nos rituais e em algumas interpretações bíblicas. Enquanto no judaísmo reuniões acontecem em sinagogas para adoração, oração e ensino das escrituras, no cristianismo as igrejas devem exercer as mesmas funções.
Nas sinagogas só havia culto se houvesse no mínimo dez pessoas; na igreja, Jesus falou: Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles (Mt.18.20).
Para o judeu a adoração não está completa, pois, o “Templo” que era o lugar dos sacrifícios precisa ser reconstruído, já para os cristãos o lugar de sacrifício é o monte Calvário, onde Jesus morreu como preço de resgate para que pudéssemos herdar a vida eterna. Devemos nos reunir no nome de Jesus, pois só em Cristo a nossa adoração pode ser perfeita e completa. Amém!