PREGANDO A VERDADE

quinta-feira, 24 de julho de 2025

CINCO CARACTERÍSTICAS DA IGREJA CHEIA DO ESPÍRITO SANTO.


Uma igreja local cheia do Espírito Santo, não é identificada pelos grandes números de eventos que realiza, nem pelos gritos de glória e aleluia, nem pelos barulhos de "línguas estranhas", e sim pela perseverança dos crentes na fé, pela sede constante pela Palavra de Deus, pelo desejo ardente dos crentes pela oração, e pelas manifestações dos dons e do fruto do Espírito Santo. 

A igreja de Jerusalém, cheia do Espírito Santo, enfrentava desafios com perseverança, oração e ousadia. Diante da perseguição, os primeiros cristãos não recuaram, mas buscaram ainda mais a presença de Deus, fortalecendo-se na comunhão e na oração. O Espírito Santo capacitou a igreja a suportar aflições, permanecer firme na fé e proclamar o Evangelho com coragem. Assim, aprendemos que uma igreja cheia do Espírito Santo não se intimida diante das dificuldades, mas avança em sua missão com poder e autoridade. 

1) UMA IGREJA DE ORAÇÃO.

Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas... (At.1.14).

A igreja em Jerusalém vivia na pratica da oração. A oração é o combustível necessário para o Espírito Santo agir por intermédio da igreja e realizar grandes obras para glória do nome de Jesus e crescimento do Reino de Deus. 

Observamos na oração do capítulo 4.24-30 de Atos que os crentes oram para que Deus seja glorificado por meio de curas e milagres. Eles oram com um propósito. Não foi uma oração vaga, sem fé e sem foco. O objetivo principal da oração, foi para que o Senhor os livrasse das ameaças dos líderes religiosos, e concedesse aos seus servos ousadia para falarem a Palavra de Deus. 

Sem oração, não há poder, sem oração não ousadia para proclamar o Evangelho, sem oração a igreja fica vazia, desprovida da graça e sem poder do Espírito.

2) UMA IGREJA UNIDA.

Uma igreja cheia do Espírito Santo é unida.

"E, ouvindo eles isto, unânimes levantaram a voz a Deus"... (At.4.24). 

A concordância de Strong explica que a palavra "unânimes" vem do termo grego "homothymadon", que significa um grupo de pessoas agindo com o mesmo propósito e em total harmonia. Isso mostra que havia unidade e concordância na oração e nas ações entre os crentes. 

Uma igreja cheia do Espírito Santo, além de unida, sabe respeita as diferenças e entende que unidade não significa que todos são iguais. No meio da igreja, há crentes mais experientes e outros que ainda estão aprendendo; há aqueles que são maduros na fé e há os que ainda estão amadurecendo. Mas isso não impede que a igreja se una e busque servir a Deus com o mesmo propósito.

A igreja cheia do Espírito Santo, vive em união na comunhão fraternal entre irmãos. A igreja cheia do Espírito, não vive em competição entre irmãos, mas procura se unir e vencer juntos.

O Espírito Santo atua na igreja unida para convencer e converter os corações para Deus.

3) UMA IGREJA SINGELA.

E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração (At.2.46).

Havia comunhão entre os irmãos, no grego "Koinonia". Eles partiam o pão da comunhão do Senhor, e havia alegria por estarem juntos e todos se julgavam iguais diante de Deus. 

A singeleza de coração era e continua sendo, a marca da uma igreja cheia do Espírito Santo.

Algumas palavras sinônimas para SINGELEZA.

SIMPLES.

Refere-se a algo sem adornos ou complicações, algo direto e descomplicado. 

NATURAL.

Alguém que agi naturalmente, Indica ausência de artificialidade, algo espontâneo e genuíno. 

DESCOMPLICADA.

Sugere algo que não é complexo ou difícil de entender. 

MODESTA.

Simples, pequeno, sem mania de grandeza, falta de ostentação ou vaidade, que tem uma atitude humilde. 

INGÊNUA.

Transmite a ideia de pureza e falta de malícia, alguém simples, sem maldade.

DESPRETENCIOSA.

Indica algo que não busca chamar atenção, é modesta e sem grandes ambições. 

4) UMA IGREJA PERSEVERANTE.

E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações (At.2.42).

A igreja cheia do Espírito Santo está alicerçada e persevera nos quatro pilares da igreja: 1) Doutrina. 2) Comunhão. 3) Partir do pão. 4) Orações. É impossível uma igreja ser cheia do Espírito sem a pratica da perseverança nos quatro pilares da igreja. 

A igreja que persevera suporta os sofrimentos.

A igreja que persevera está convicta da sua fé.

A igreja que persevera não negocia seus valores.

5) UMA IGREJA OUSADA NA PREGAÇÃO DA PALAVRA. 

E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a Palavra de Deus (At.4.31).

Uma igreja cheia do Espírito Santo é uma igreja que tem a ousadia do Espírito para proclamar a verdade de Deus. O poder interior na vida do crente que vem do Espírito, lhe dá coragem e ousadia para falar a Palavra de Deus aos que precisam de salvação, libertação e cura.

A igreja cheia do Espírito Santo é ousada:

1) Para enfrentar os opositores do Evangelho.

2) Para exercer os dons espirituais.

3) Para expor a Palavra de Deus com poder.

A primeira igreja não foi perfeita, como o livro de Atos deixa bem claro. Contudo, suas limitações eram superadas por um viver diário sob a dependência e capacitação do Espírito Santo.

Se queremos, de fato, ser uma igreja cheia do Espírito Santo, devemos nos esvaziar de tudo que desagrada a Deus e nos deixar encher do Espírito Santo. Amém! 

segunda-feira, 21 de julho de 2025

20 CURIOSIDADES NO EVANGELHO DE LUCAS.


O Evangelho de Lucas é o primeiro dos dois livros endereçados a um certo Teófilo (Lc.1.3; At.1.1). Embora o autor não se identifique pelo nome em nenhum dos dois livros, o testemunho unânime do cristianismo primitivo e as evidências escriturísticas indicam a autoria de Lucas nos dois livros.

Pelas epístolas de Paulo sabemos que Lucas era um "médico amado" (Cl.4.14) e um leal cooperador do apóstolo (II Tm.4.11; Fm.24). Pelos escritos de Lucas, percebemos que ele era um escritor culto e hábil, um historiador e teólogo inspirado. 

O Evangelho de Jesus foi escrito com propósitos diferentes, mas com o mesmo objetivo. Mateus escreveu para os judeus, Marcos escreveu para os romanos, Lucas escreveu aos gentios para proporcionar-lhes um registro completo e exato de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar, até o dia em que foi recebido em cima (At.1.1,2). 

O mundo gentio de língua grega dispunha de relatos orais de Jesus, dados por testemunhas oculares, bem como breves tratados escritos, mas nenhum Evangelho completo com os fatos na devida ordem, como Lucas assim escreveu (1.1-4). Lucas se propôs a investigar tudo cuidadosamente, e, provavelmente, fez pesquisa na Palestina enquanto Paulo esteve na prisão em Cesaréia (At.21.17; 23.23; 26.32) e terminou o seu Evangelho perto do fim daquele período, ou pouco depois de chegar a Roma com Paulo (At.28.16), entre os anos de 60 a 63 d.C.

No Evangelho segundo escreveu o evangelista Lucas, vamos identificar algumas particularidades curiosas, unicamente registradas no Evangelho de Lucas.

1) O Evangelho de Lucas é o único escrito por um gentio, não judeu (o próprio Lucas).

2) O Evangelho de Lucas é o mais detalhado e minuncioso dos quatro Evangelhos (1.1-4).

3) O Evangelho de Lucas é o único endereçado diretamente a uma pessoa, a qual ele chama de excelente Teófilo (1.3).

4) O Evangelho de Lucas apresenta o maior número de parábolas (35 parábolas), demonstrando ser este o assunto exclusivo de Lucas, mesmo tendo registro de 21 milagres operados por Jesus.

5) No Evangelho de Lucas a expressão "Filho do Homem" aparece 26 vezes: Lc 5.24; Lc 6.5; Lc 6.22; Lc 7.34; Lc 9.22; Lc 9.26; Lc 9.44; Lc 9.56; Lc 9.58; Lc 11.30; Lc 12.8 Lc 12.10; Lc 12.40; Lc 17.22; Lc 17.24; Lc 17.26; Lc 17.30; Lc 18.8; Lc 18.31; Lc 19.10; Lc 21.27; Lc 21.36; Lc 22.22; Lc 22.48; Lc 22.69; Lc 24.7. 

6) O Evangelho de Lucas é o único que fala sobre a infância de Jesus (2.41-52).

7) O Evangelho de Lucas é o único que informa sobre o nascimento de João Batista (1.5-25,57-66).

8) O Evangelho de Lucas é o único a dizer que Jesus tinha 30 anos quando iniciou seu ministério (3.23).

9) O Evangelho de Lucas começa em seu relato citando o rei Herodes, e termina citando os discípulos louvando e adorando o Senhor Jesus no templo (1.5; 24.52,53).

10) O Evangelho de Lucas apresenta a natureza humana de Jesus e descreve a sua genealogia a partir de José e termina em Adão (3.23-38).

11) O Evangelho de Lucas é o único que faz referência a sete pessoas cheias do Espírito Santo: (1) João Batista (1.15). (2) Maria (1.35) (3) Isabel (1.41). (4) Zacarias (1.67). (5) Simeão (2.25) (6) Ana, a profetiza (2.36,37). (7) Jesus (4.1).

12) O Evangelho de Lucas registra o maior número de curas e milagres operados por Jesus, no total de 21. 

13) Dos sete milagres de curas realizados no sábado por Jesus, o Evangelho de Lucas registra cinco: (1) Libertação de um endemoninhado (4.31-37). (2) Cura da sogra de Pedro (4.38,39). (3) Cura do homem da mão mirrada (6.6-10). (4) Cura da mulher encurvada (13.10-17). (5) Cura de um homem hidrópico (14.1-7).

14) O Evangelho de Lucas é exclusivo por ele salientar a solicitude de Jesus para com os necessecitados, inclusive mulheres, crianças, os pobres e os socialmente marginalizados.

15) O versículo determinante do Evangelho de Lucas é 9.51, e o versículo-chave é 19.10.

16) O notável título de Jesus neste Evangelho, a saber: "Filho do Homem", aparece 26 vezes.

17) Só o Evangelho de Lucas registra o episódio dos samaritanos não receberem Jesus e lhe negarem pousada (9.51-56).

18) Só o Evangelho de Lucas dá maior ênfase e importância ao Espírito Santo (1.15; 1.35; 1.41; 1.67; 2.25; 4.1,14,18; 10.21; 12.12; 24.49).

19) O Evangelho de Lucas é o único que registra a fala de Jesus ordenando seus discípulos ficarem na cidade de Jerusalém até que fossem revestidos de poder (24.49).

20) O Evangelho de Lucas é o único que registra o momento da ascensão do Senhor (24.50,51).

Finalmente, Lucas agiu como repórter investigador, entrevistando e conversando com as pessoas de todas as classes sociais, buscando informações detalhadas e minunciosas acerca dos atos de Jesus Cristo.

Lucas, o grego.

Lucas, o escritor.

Lucas, o historiador.

Lucas, o teólogo.

Lucas, o médico.

Lucas, o companheiro de Paulo.

Lucas, o missionário.

Lucas, o cristão.

sexta-feira, 18 de julho de 2025

SETE CURAS REALIZADAS POR JESUS NO SÁBADO.


Durante os séculos, os líderes religiosos judeus acrescentaram várias regras à lei de Deus. Por exemplo, a lei de Deus diz que o sábado é um dia de descanso (Ex.20.10,11). Mas os líderes religiosos fizeram acréscimos à lei, criando uma regra que afirmava que não se devia curar no sábado, porque isso seria considerado "trabalho". Sete vezes, Jesus curou pessoas no sábado. Ao fazer isso, Ele estava desafiando esses líderes religiosos, para que olhassem além de suas regras e vissem seu verdadeiro propósito, honrar a Deus, ajudando os necessitados. Deus teria ficado satisfeito se Jesus tivesse ignorado essas pessoas?  (Bíblia de Estudo Cronológica - Aplicação Pessoal).

1) CURA DE UM HOMEM ENDEMONINHADO (na sinagoga).

Jesus cura um homem possesso de um espírito maligno na sinagoga em Cafarnaum no sábado (Lc. 4.31-37).

2) CURA DA SOGRA DE PEDRO.

Após sair da Sinagoga, Jesus entra na casa de Pedro e cura a sua sogra, que estava com febre, também no sábado (Lc.4.38,39).

3) CURA DO HOMEM DA MÃO MIRRADA (na sinagoga).

Jesus cura um homem que tinha a mão atrofiada na sinagoga, no sábado (Lc.6.6-11).

4) CURA DA MULHER ENCURVADA (na sinagoga).

Jesus cura uma mulher que estava encurvada há dezoito anos, no sábado (Lc.13.10-17).

5) CURA DO HOMEM COM HIDROPISIA.

Jesus cura um homem com hidropisia (inchaço causado por acúmulo de líquidos) na casa de um líder fariseu no sábado (Lc.14.1-6).

Lucas chama a doença que o homem apresentava pelo nome médico em grego hidropisia, que se refere ao acúmulo de líquidos e fluídos; afetava outras partes do corpo e provocava inchaço generalizado.

A hidropisia é causada por distúrbios na circulação do sangue.

A hidropisia pode ter uma distribuição generalizada, ocorrendo em quase todas as partes do corpo, ou pode ser local, isto é, apresentar-se em uma parte apenas do corpo.

6) CURA DO PARALÍTICO DO TANQUE DE BETESDA (Jo.5.1-15).

Jesus cura um homem paralítico no tanque de Betesda no sábado, que há 38 anos estava enfermo.

7) CURA DE UM CEGO DE NASCENÇA.

Jesus cura um cego de nascença, Ele cuspiu na terra, e, com a saliva, fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego. E disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que significa o enviado). Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo (Jo.9.1-14).

Os escribas e fariseus, e os líderes religiosos da época de Jesus, não aceitavam o fato de Jesus realizar curas no sábado. Para eles, Jesus estava violando a Lei e levando o povo a desobedecer os ditames da Lei de Moisés. Mas Jesus tinha plena convicção que estava usando de misericórdia para com os necessitados. 

quarta-feira, 16 de julho de 2025

ALIANÇA DE SAL ENTRE DEUS E DAVI.


E pôs-se Abias empé em cima do monte Zemaraim, que está nas montanhas de Efraim, e disse: Ouvi-me, Jeroboão e todo o Israel!

Porventura, não vos convém saber que o SENHOR, Deus de Israel, deu para sempre a Davi a soberania sobre Israel, a ele e a seus filhos, por um concerto da sal? (II Cr.13.4,5).

Porém o SENHOR não quis destruir a casa de Davi, em atenção ao concerto que tinha feito com Davi, e porque também tinha dito que lhe daria por todos os dias uma lâmpada, a ele e a seus filhos (II Cr.21.7).

Crônicas registra a vitória de Abias como resultado de ele e Judá confiarem em Deus (v.16-18). O escritor de Reis não registra o incidente, antes declara que Abias "andou em todos os pecados que seu pai tinha cometido" (I Rs.15.3). 

A diferença entre Crônicas e Reis decorre do propósito dos diferentes escritores quando escreveram. O escritor de Reis tinha por alvo aviliar o quadro geral do reinado de cada rei. Já o escritor de Crônicas destaca os grandes momentos de fé e obediência da nação, para demonstrar que Deus ajudaria os israelitas, se confiassem em Deus e lhe obedecessem.

(Comentário Bíblia de Estudo Pentecostal)  

O Pacto de Sal com Davi refere-se à Aliança que Deus estabeleceu com Davi e seus descendentes, prometendo-lhes o reino de Israel para sempre. Essa aliança, descrita em 2 Crônicas 13:5, é chamada de "aliança de sal" devido ao simbolismo do sal como algo duradouro e fiel, similar à preservação que o sal oferece. O sal também era usado em ofertas e sacrifícios, simbolizando pureza e a natureza indestrutível da aliança. 

A referência mais clara à Aliança de Sal com Davi é encontrada em 2 Crônicas 13:5, onde o rei de Judá, Abias, diz que Deus de Israel, estabeleceu para sempre o reino para Davi e sua descendência,  por um concerto de sal.

No Salmo 89, está escrito: Achei a Davi, meu servo; com o meu santo óleo o ungi; com ele, a minha mão ficará firme, e o meu braço o fortalecerá. 

A minha benignidade lhe guardarei para sempre, e o meu concerto lhe será firme. E conservarei para sempre a sua descendência; e, o seu trono como os dias do céu.

Não quebrarei o meu concerto, não alterarei o que saiu dos meus lábios. Uma vez jurei por minha santidade (não mentirei a Davi). 

A sua descendência durará para sempre, e o seu trono será como o sol perante mim; será estabelecido para sempre como a lua; e a testemunha no céu é fiel (Sl.89.20,21,28,29,34-37).

Em Números 18:19, a Aliança de Sal também é mencionada em relação às ofertas a Deus, indicando a importância da fidelidade e da natureza duradoura do pacto entre Deus e o seu povo.

O sal era um elemento comum em rituais religiosos e simbolizava a aliança eterna entre Deus e o povo de Israel (Lv.2.13).

ALIANÇA DE SAL, SIGNIFICA:

1) Aliança Duradoura.

O Pacto de Sal com Davi é uma poderosa metáfora da fidelidade de Deus e da natureza duradoura de sua promessa.

O sal, com suas propriedades de conservação, representa a natureza permanente da promessa de Deus a Davi, um reino que duraria para sempre. 

2) Fidelidade de Deus.

O pacto de sal também simboliza a fidelidade de Deus em cumprir suas promessas, mesmo diante das falhas humanas. 

3) Fidelidade a Deus.

A aliança de sal envolve um compromisso de fidelidade entre ambas as partes. A aliança nos desafia a sermos fiéis a Deus, e em nossos relacionamentos e compromissos, refletindo a fidelidade de Deus. 

4) Conservação e Pureza.

O sal, como símbolo de conservação e pureza, reforça a ideia de um relacionamento eterno e indestrutível entre Deus e a linhagem de Davi. 

Esta pureza, implica em viver uma vida de santidade diante de Deus e conservar a Aliança com Ele firmada.

CONTRASTE ENTRE ABIAS E DAVI.

E, no décimo-oitavo ano do rei Jeroboão, filho de Nebate, Abias começou a reinar sobre Judá. E três anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Maaca, filha de Absalão.

E andou em todos os pecados que seu pai tinha cometido antes dele; e seu coração não foi perfeito para com o SENHOR, seu Deus, como o coração de Davi, seu pai.

Mas, por amor de Davi, o SENHOR lhe deu uma lâmpada em Jerusalém, levantando seu filho depois dele e confirmando Jerusalém.

Porquanto Davi tinha feito o que era reto aos olhos do SENHOR e não se tinha desviado de tudo o que lhe ordenara em todos os dias da sua vida, senão só no caso de Urias, o heteu (1 Rs.15.1-5).

SEU CORAÇÃO NÃO FOI PERFEITO PARA COM O SENHOR.

Esta expressão normalmente refere-se a idólatras. Está escrito que o coração de Davi era perfeito, porque ele nunca se desviou para seguir a outros deuses; ter um "coração perfeito", não significava perfeição moral. 

UMA LÂMPADA PARA DAVI.

Este termo empregado para Davi, significa que Deus resolvera nunca extinguir a linhagem e o concerto davídico. Essa "lâmpada" veio a ser por fim "a luz do mundo", na pessoa de Jesus Cristo (Jo.8.12).

(Comentário Bíblia de Estudo Pentecostal)

No Antigo Testamento, Deus firmou uma Aliança de Sal com o seu povo. Na atual dispensação da Graça, temos uma Aliança de Sangue firmada em Jesus Cristo, para sempre. Amém! 

quarta-feira, 9 de julho de 2025

SINAIS, MARAVILHAS E CURAS DIVINA.


E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.

E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém! (Mc.16.18,20).

Sinais, maravilhas e curas divinas são manifestações do poder de Deus, frequentemente associadas a eventos milagrosos e sobrenaturais. Estes podem ser interpretados como demonstrações do poder e da presença de Deus, bem como evidências da Sua graça manifestada na vida das pessoas. 

Sinais, maravilhas e curas são manifestações que se enquadram na categoria de milagres. Milagre é um evento sobrenatural, que entervém nas leis da natureza. 

Maravilhas e prodígios, geralmente está se referindo a milagres. A palavra "milagre" transmite a ideia de algo que é tremendo e estonteante. 

DOIS TERMOS NO HEBRAICO PARA DESCREVER MILAGRE.

1) OTH.

Oth, termo hebraico para "sinais" (Êx.3.12; 4.1-9,30,31; Nm.14.11,22; Dt.6.22; 26.8; Js.24.17; Sl.105.27; Jr.32.20,21).

2) MOPHETH.

Mopheth, termo hebraico para "maravilhas", que descreve os mesmos eventos que são, em algumas partes das Escrituras, chamados de "sinais" (Êx.7.9; Dt.29.5; Sl.78.43; I Rs.13.3,5).

TRÊS TERMOS NO GREGO PARA DESCREVER MILAGRE.

1) TERAS.

Teras, termo grego para "maravilha" e "prodígios", geralmente se referindo a milagres (Mt.24.24; Mc.13.22; Jo.4.48; At.2.19,22,43; 4.30; 14.3; 15.12; Rm.15.19; Hb.2.3,4).

2) DYNAMIS.

Dynamis, termo grego para "poder", é utilizado para se referir aos milagres operados por Jesus (Mt.15.38), aos dons espirituais (I Co.12.10), ao derramamento do Espírito Santo (At.1.8), e ao poder do Evangelho para salvar os pecadores (Rm.1.16). 

3) SEMEION.

Semeion, termo grego para descrever milagre, sinal, marca, prova (Lc.23.8; At.4.16,22). 

QUAL O PROPÓSITO DOS MILAGRES.

Os milagres na Bíblia são sempre manifestos para um propósito bem definido, e nunca para promoção pessoal. Nos relatos bíblicos da realização de milagres, algum problema foi resolvido, algum ato de misericórdia foi estendido, algum ensino foi enfatizado, alguma coisa útil foi realizada, credenciais de certas pessoas na posição de porta-vozes de Deus foram confirmadas, a fé em Deus foi propiciada, a glória de Deus foi promovida. 

MILAGRES AINDA SÃO OPERADOS NA ATUALIDADE?

O Que Pensam Os Cristãos Hoje?

Primeiro, há a teologia continuista. Esta se refere à visão de que os dons espirituais mencionados em 1Coríntios 12–14 ainda estão disponíveis e operantes, em alguma medida, nos dias de hoje. Isso é “continuismo”.

Segundo, há a teologia cessacionista. Esta defende que os dons sobrenaturais extraordinários, como falar em línguas, profecia, cura, discernimento de espíritos, entre outros, não são mais concedidos pelo Espírito e não devem ser buscados atualmente. Isso é o cessacionismo.

Infelizmente, entre os cristãos, há aqueles que afirmam que os milagres foram necessários apenas para os tempos bíblicos, e que hoje eles são desnecessários, e não mais acontecem. Entre estes estão os liberais em sua teologia e os cessacionistas. Alguns chegam a afirmar que os milagres serviu apenas de base para expansão do Evangelho e confirmação da fé dos primeiros cristãos. 

Todavia, o escritor aos hebreus falando sobre salvação e milagres, diz: Portanto, convém-nos atentar, com mais diligência, para as coisas que já temos ouvido, para que, em tempo algum, nos desviemos delas. Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser  anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram; testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade? (Hb.2.1-4).

* O Espírito Santo, através do escritor de hebreus, reafirma que Deus confirmou e aprovou a mensagem do evangelho com sinais, prodígios, milagres, e dons do Espírito Santo (At.2.22). Depois da ressurreição, Cristo prometeu que a confirmação milagrosa da mensagem do evangelho acompanharia todos aqueles que cressem. Deus deseja que o testemunho dos crentes seja mais do que simples palavras (Mc.16.18,20; Jo.10.25; At.2.22,43; I Co.2.4,5; Gl.3.5; I Ts.1.5; I Pe.1.12). 

* (Comentário Bíblia de Estudo Pentecostal).

EXISTEM FALSOS MILAGRES.

As Escrituras reconhecem a existência dos falsos milagres e os chamam de "prodígios de mentira" (II Ts.2.9). São eventos operados pelos espíritos maus, ou por homens, através do uso de meios que às vezes estão além do nosso conhecimento. A realidade destes milagres sobrenaturais devem ser analizados com um cuidadoso exame à luz da Bíblia, antes de aceitá-los como Divino (Dt.13.1-4). Caminhando junto aos falsos milagres estão os obreiros milagreiros, que praticam iniquidades usando o nome de Jesus (Mt.7.21-23). Estes estão se multiplicando nos dias atuais.

Tais falsos obreiros possuem algumas características peculiares. Entres elas, podemos citar: 

(1) Ênfase na promoção de si mesmo, em vez de buscar promover a glória de Deus. 

(2) Dá mais importância ao milagre, em vez de priorizar a pregação da Palavra de Deus. 

(3) Criatividades dos milagres nas mais diversas maneiras, como uso de técnicas de hipinose, sugestão mental e indução de pensamento positivo; utilizam todo uso de invenções e fórmulas para enganar com falsos milagres. 

(4) Agendamento de milagres com culto, dia e hora marcados, provocando a fé dos incautos, causando em muitas pessoas decepções e frustrações. 

(5) Uso de milagres como meio de barganha para arrecadação de grandes quantias em dinheiro, ofertas para sustento de ministérios, igrejas, impérios pessoais, etc. 

Todavia, diante dos falsos milagres, não há como negar os genuinos milagres na atualidade. Porém, a realização de milagres não se relaciona com nenhum poder humano ou próprio do homem. É o poder de Deus que opera milagres. Os milagres são uma realidade bíblica e atual, e devem ser cridos, pregados e buscados, sempre com o objetivo de promover a glória de Deus e o bem do próximo. 

TEM OURO E PRATA, MAS NÃO TEM UNÇÃO.

Conta-se que, no século XIII, Tomás de Aquino foi visitar o papa Inocêncio II, que o recebeu numa sala suntuosa, onde havia muitos adornos de ouro e prata. Ao ver toda aquela riqueza, Tomás de Aquino ficou impressionado. O papa lhe disse: Hoje não precisamos dizer como disse Pedro: "Não tenho prata nem ouro". Ao que Tomás de Aquino lhe respondeu: " É verdade, mas também, não se diz mais, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levante-se e ande!". A igreja primitiva da época dos apóstolos, tinha poucos recursos materiais, mas muitas riquezas espirituais e muita unção do Espírito Santo.

Hoje, os "homens e mulheres de Deus" têm muitas riquezas, mas faltam-lhes a unção do Espírito Santo.

A CURA DIVINA.

E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o Evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. E a sua fama correu por toda a Síria; e traziam-lhe todos os que padeciam acometidos de várias enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos e os para líticos, e ele os curava (Mt.4.23,24).

E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E estavam todos unanimemente na alpendre de Salomão. Quanto aos outros, ninguém ousava ajuntar-se com eles; mas o povo tinha-os em grande estima. E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais, de sorte que transportavam os enfermos para as ruas e os punham em leitos e em camilhas, para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles. E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos, os quais todos eram curados (Atos, 5.12-16).

E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias, de sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam (Atos, 19.11,12).

Aconteceu estar de cama enfermo de febres e disenteria o pai de Públio, que Paulo foi ver, e, havendo orado, pôs as mãos sobre ele e o curou. Feito, pois, isto, vieram também ter com ele os demais que na ilha tinham enfermidades e sararam (Atos, 28.8,9).

Entre as muitas manifestações do poder de Deus que realiza milagres, destacamos, aqui, a "Cura Divina". A cura divina pode ser compreendida como o restabelecimento sobrenatural do enfermo, através da imposição de mãos e pela oração da fé, em nome do Senhor Jesus (Mc.16.18; Tg.5.14,15). Nesse processo, pode haver, ou não, a ocorrência dos dons de curar (I Co.12.9). Porém, o fator primordial é a invocação do nome poderoso de Jesus Cristo (Mc.16.18; At.3.6).

O problema das enfermidades e das mais variadas doenças, estão vinculadas às consequências do pecado, isto é, da Queda. Na Antiga Aliança, Deus revelou a Sua vontade em curar. No capítulo 15 de Êxodo lemos: E disse: Se ouvires atento a voz do SENHOR, teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o SENHOR, que te sara (Ex.15.26).

E servireis ao SENHOR, vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a vossa água;  e eu tirarei do meio de ti as enfermidades (Ex.23.25).

Mas, a eles, os fez sair com prata e ouro,  e entre as suas tribos não houve um só enfermo (Sl.105.37).

É Ele que perdoa todas as tuas iniquidades e sara todas as tuas enfermidades (Sl.103.3).

Concluimos que, a cura divina é a libertação das enfermidades. A cura do corpo e da alma, foi provida na expiação de Cristo na cruz, e é um privilégio de todos os crentes (Isaías, 53.5; Mateus, 8.16,17). 

Os sinais, prodígios, maravilhas, e curas divinas continuam sendo operados por Deus, na manifestação dos dons, no poder do Espírito Santo em todo o mundo, para a glória de Deus. Amém! 

(Partes deste estudo foi extraído do livro, A SÃ DOUTRINA de autoria do pastor Altair Germano).

sexta-feira, 4 de julho de 2025

33 HOMENS CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO.


E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito (Ef.5.18).

Nunca foi fácil ser cheio do Espírito Santo e se manter cheio contidianamente. "Enchei-vos" (imperativo passivo presente) temos o significado, em grego, de "ser enchido repetidas vezes". A vida espiritual do crente deve experimentar a renovação constante do Espírito Santo, mediante uma vida de oração e leitura da Palavra de Deus.

Ser cheio do Espírito Santo não significa falar em línguas estranhas, mas implica em manifestar o fruto do Espírito Santo conforme Paulo faz mensão em Galátas 5.22. O crente cheio do Espírito Santo é capaz de realizar obras especiais para o Reino de Deus e desenvolver habilidade em coisas nunca aprendidas, e fazê-las a ponto de causar espanto e admiração. 

1) JOSÉ (GN.41.37,38).

2) MOISÉS (Nm.11.17).

3) JOSUÉ (Dt.34.9).

4) BEZALEL (Ex.31.1-3; 35.30,31).

5) ELDADE (Nm.11.26-29).

6) MEDADE (Nm.11.26-29).

7) DAVI (I Sm.16.13; Sl.51.11).

8) SAUL (I Sm.10.10; 11.6; 19.23).

9) SANSÃO (Jz.14.6,19; 15.14).

10) GIDEÃO (Jz.6.34).

11) OTONIEL (Jz.3.10).

12) JEFTÉ (Jz.11.29).

13) BALAÃO (Nm.24.1,2).

14) AMASAI (I Cr.12.18).

15) AZARIAS (II Cr.15.1,2).

16) JAAZIEL (II Cr.20.14,15).

17) ZACARIAS (II Cr.24.20).

18) MIQUEIAS (Mq.3.8).

19) EZEQUIEL (Ez.3.24; 11.5).

20) ELIAS (I Rs.18.46).

21) JOÃO BATISTA (Lc.1.13-15).

22) PAULO (At.13.9).

23) PEDRO (At.4.8).

24) BARNABÉ (At.11.21-24).

25) APOLO (At.18.24,25).

26) ESTEVÃO (At.6.5,8,55).

27) FILIPE (At.6.5; 8.5-8).

28) PRÓCORO (At.6.3-5).

29) NICANOR (At.6.3-5).

30) TIMÃO (At.6.3-5).

31) PÁRMENAS (At.6.3-5).

32) NICOLAU (At.6.3-5). 

33) JESUS CRISTO.

Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele (At.10.38).

quarta-feira, 2 de julho de 2025

A LOUCURA DE UM LEVITA - Uma História Terrível.


Os levitas eram descendentes de Levi, um dos doze filhos de Jacó. Eram a única tribo de Israel que não tinha terra em Canaã. Ao invés de trabalharem a terra, eles tinha que viver e trabalhar para o tabernáculo e na adoração a Deus, eles eram sustentados com dízimos e ofertas do resto do povo (Nm 18:20-24). Os sacerdotes eram levitas que descendiam de Arão (Nm.3.10), enquanto que o resto dos levitas assistiam aos sacerdotes no serviço do tabernáculo. Os levitas eram considerados por Deus como consagrados para este serviço e ministério (Nm.3.5-13) e tinha uma responsabilidade especial de servirem a Deus juntos com os sacerdotes e o sumo sacerdote. 

Os últimos três capítulos do livro de juízes registram acontecimentos relacionados a um levita e sua concubina. O que começou como um conflito doméstico terminou em tragédia nacional. 

O que seria uma concubina? Um segunda esposa adquirida por compra ou como cativa de guerra, e era permitido numa sociedade poligâmica. Uma concubina era essencialmente uma escrava que não era uma prostituta, mas também não era uma esposa no sentido completo do termo. Era uma esposa de segunda classe. É por isto que nesta passagem o levita é chamado de senhor de sua concubina (Jz 19:27), mas também de seu marido (19:3). O que vemos aqui em Juízes é que um levita, que deveria permanecer santo, foi moldado pela cultura pagã em torno, comprando uma concubina e tratando-a como uma peça de sua propriedade. 

O LEVITA E SUA CONCUBINA.

O fato de um levita ter uma concubina reflete um rebaixamento do padrão estabelecido por Deus para a vida conjugal dos levitas (Lv.21.7,13-15; Ez.44.22). Para piorar a situação, a mulher aborrecendo-se dele, o deixou e tornou a casa de seu pai (Jz.19.2). A expressão "aborrecendo-se dele" também pode ser traduzida por "lhe foi infiel" (NVI). Em vez de tomar a medida prescrita na Lei, a saber, o divórcio (Dt.24.1), o levita a seguiu até a casa do pai dela em Belém, no território de Judá, e conseguiu persuadi-la a voltar com ele (Jz.19.3,4). O levita e seu sogro desenvolveram um relacionamento cordial, e o casal só partiu no quinto dia (Jz.19.5-10). A decisão de sair de Belém tão tarde foi imprudente, pois obrigou os viajantes a pernoitar em algum lugar antes de chegar ao destino final.

A CONCUBINA DO LEVITA É ESTUPRADA E MORTA.

Quando o levita, a concubina e o servo com seus dois jumentos se aproximaram de Jebus (Jerusalém), a cerca de dez quilômetros de Belém, o servo sugeriu: Caminhai, agora, e retiremo-nos a esta cidade dos jebuseus e passemos ali a noite (19.10,11). * Isto confirma que Jerusalém ainda estava nas mãos dos jebuseus quando este incidente ocorreu (1.21). Influenciado pelo medo de estrangeiros desconhecidos, o levita resistiu ao conselho do servo e viajou mais sete quilômetros até Gibeá (19.12), cidade benjamita. Infelizmente, seus compatriotas israelitas se mostraram descorteses e pouco hospitaleiros.

Em circunstâncias normais, era perigoso para qualquer viajante passar a noite na praça da cidade, mas o levita parecia não ter outra opção, pois ninguém se havia oferecido para hospedá-lo (19.15). Porém, um israelita que não era da tribo de Benjamim, um homem velho, da região montanhosa de Efraim, parou na praça e conversou com o levita (19.16,17). Ao descobrir de onde os viajantes eram e para onde estavam indo, ele os recebeu em sua casa. Apesar de o levita e seus acompanhantes estarem preparados para passar a noite na praça (de coisa nenhuma há falta... 19.19), o velho não permitiu que lhe negassem o privilégio de acolhê-los em seu lar. É provável que soubesse do comportamento de alguns habitantes da cidade, pois advertiu: Tão somente não passes a noite na praça (19.20). O levita aceitou o convite, e todos tiveram uma noite agradável, comendo, bebendo e, provavelmente, conversando, pois o levita era da mesma região de Efraim que o velho (19.21,18). 

Infelizmente, os momentos agradáveis duraram pouco, pois alguns homens perversos da cidade cercaram a casa e exigiram manter relações sexuais com o levita. Ao que parece, a homossexualidade era comum entre os cananeus, mas Deus proibiu essa prática expressamente: "Com homem não te deitarás, como se fosse uma mulher; é abominação" (Lv.18.22). Esse pecado é chamado de "sodomia" devido a práticas semelhantes comuns na cidade de Sodoma que, juntamente com Gomorra, foi destruída por causa de sua perversidade, exemplificada pelo episódio descrito em Gênesis 19.1-8.

A atrocidade moral dessa época fica ainda mais evidente quando, na tentativa de proteger o hóspede, o velho oferece sua filha virgem e a concubina do levita para serem usadas pelos homens perversos, como lhes aprouvesse (19.23,24). Por sua vez, o velho e o levita, em vez de agirem como homens honrados defendendo as mulheres dentro de casa, deixaram que a concubina fosse estuprada. O texto não especifica quantos homens atacaram a concubina, mas diz que eles a forçaram e abusaram dela toda a noite (19.25), e, consequentemente, pela manhã ela estava morta (19.26-28).

A CONCUBINA É DESMEMBRADA PELO LEVITA EM DOZE PARTES.

Essa história repulsiva apresenta vários elementos chocantes, a começar pela falta de hospitalidade para com um compatriota israelita (19.15), seguida de uma tentativa de sodomia (19.22). Também causa espanto a atitude do velho ao oferecer sua filha virgem para ser abusada (19.24); apesar de, no fim das contas, ela ter sido poupada e, obviamente, o estupro e a morte da concubina (19.25). Porém, o que provocou mais repulguinação foi o gesto do levita ao desmembrar sua concubina morta em doze partes, uma para cada tribo israelita, e destribuí-las pelas regiões de Israel como uma convocação (19.29), caso este que lembra uma atitude do rei Saul quando partiu um boi em doze partes enviando para as doze tribos de Israel, convocando-os para uma guerra (I Sm.11.6,7).

É possível que, diante da falta de um governo central e de juízes, o levita tenha considerado que esse ato repulsivo seria a única forma de obrigar as outras tribos a tomar uma providência. Sua tática funcionou, pois chamou a atenção de todos (19.30) e levou a nação inteira a reagir: "Todo o povo se levantou como um só homem" (20.1,8,11). Somente os benjamitas não se manifestaram (20.3). Talvez a tribo a qual pertenciam os criminosos não tenha recebido nenhuma parte do corpo da concubina e duas partes tenham sido enviadas à tribo de Manassés, uma para os habitantes a leste do Jordão e outra para os habitantes a oeste do rio. 

Na conclusão dos fatos, esta história termina com uma guerra entre os israelitas e os benjamitas (20.1-48). O capítulo 21, o final do livro de Juízes, narra a história da restauração da tribo de Benjamim (21.1-25). O escritor termina o livro dizendo:"Naquela época não havia rei em Israel; cada um fazia o que lhe parecia certo". 

Apesar de o período de juízes ter sido marcado por apostasia religiosa, atrocidade moral e anarquia política, ainda havia uma noção geral de justiça e unidade nacional, e os israelitas mantiveram sua identidade como povo resgatado da terra do Egito (19.30).

(Texto extraido do Comentário Bíblico Aflicano).

* Obs.: Com alguns acréscimos articulados por Geraldo Barbosa, autor do Blog.