E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.
E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém! (Mc.16.18,20).
Sinais, maravilhas e curas divinas são manifestações do poder de Deus, frequentemente associadas a eventos milagrosos e sobrenaturais. Estes podem ser interpretados como demonstrações do poder e da presença de Deus, bem como evidências da Sua graça manifestada na vida das pessoas.
Sinais, maravilhas e curas são manifestações que se enquadram na categoria de milagres. Milagre é um evento sobrenatural, que entervém nas leis da natureza.
Maravilhas e prodígios, geralmente está se referindo a milagres. A palavra "milagre" transmite a ideia de algo que é tremendo e estonteante.
Dynamis, termo grego para "poder", é utilizado para se referir aos milagres operados por Jesus (Mt.15.38), aos dons espirituais (I Co.12.10), ao derramamento do Espírito Santo (At.1.8), e ao poder do Evangelho para salvar os pecadores (Rm.1.16).
Semeion, termo grego que significa "sinal, marca, prova" (Lc.23.8; At.4.16,22).
QUAL O PROPÓSITO DOS MILAGRES.
Os milagres na Bíblia são sempre manifestos para um propósito bem definido, e nunca para promoção pessoal. Nos relatos bíblicos da realização de milagres, algum problema foi resolvido, algum ato de misericórdia foi estendido, algum ensino foi enfatizado, alguma coisa útil foi realizada, credenciais de certas pessoas na posição de porta-vozes de Deus foram confirmadas, a fé em Deus foi propiciada, a glória de Deus foi promovida.
MILAGRES AINDA SÃO OPERADOS NA ATUALIDADE?
O Que Pensam Os Cristãos Hoje?
Primeiro, há a teologia continuista. Esta se refere à visão de que os dons espirituais mencionados em 1Coríntios 12–14 ainda estão disponíveis e operantes, em alguma medida, nos dias de hoje. Isso é “continuismo”.
Segundo, há a teologia cessacionista. Esta defende que os dons sobrenaturais extraordinários, como falar em línguas, profecia, cura, discernimento de espíritos, entre outros, não são mais concedidos pelo Espírito e não devem ser buscados atualmente. Isso é o cessacionismo.
Infelizmente, entre os cristãos, há aqueles que afirmam que os milagres foram necessários apenas para os tempos bíblicos, e que hoje eles são desnecessários, e não mais acontecem. Entre estes estão os liberais em sua teologia e os cessacionistas. Alguns chegam a afirmar que os milagres serviu apenas de base para expansão do Evangelho e confirmação da fé dos primeiros cristãos.
Todavia, o escritor aos hebreus falando sobre salvação e milagres, diz: Portanto, convém-nos atentar, com mais diligência, para as coisas que já temos ouvido, para que, em tempo algum, nos desviemos delas. Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram; testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade? (Hb.2.1-4).
* O Espírito Santo, através do escritor de hebreus, reafirma que Deus confirmou e aprovou a mensagem do evangelho com sinais, prodígios, milagres, e dons do Espírito Santo (At.2.22). Depois da ressurreição, Cristo prometeu que a confirmação milagrosa da mensagem do evangelho acompanharia todos aqueles que cressem. Deus deseja que o testemunho dos crentes seja mais do que simples palavras (Mc.16.18,20; Jo.10.25; At.2.22,43; I Co.2.4,5; Gl.3.5; I Ts.1.5; I Pe.1.12).
* (Comentário Bíblia de Estudo Pentecostal).
EXISTEM FALSOS MILAGRES.
As Escrituras reconhecem a existência dos falsos milagres e os chamam de "prodígios de mentira" (II Ts.2.9). São eventos operados pelos espíritos maus, ou por homens, através do uso de meios que às vezes estão além do nosso conhecimento. A realidade destes milagres sobrenaturais devem ser analizados com um cuidadoso exame à luz da Bíblia, antes de aceitá-los como Divino (Dt.13.1-4). Caminhando junto aos falsos milagres estão os obreiros milagreiros, que praticam iniquidades usando o nome de Jesus (Mt.7.21-23). Estes estão se multiplicando nos dias atuais.
Tais falsos obreiros possuem algumas características peculiares. Entres elas, podemos citar:
(1) Ênfase na promoção de si mesmo, em vez de buscar promover a glória de Deus.
(2) Dá mais importância ao milagre, em vez de priorizar a pregação da Palavra de Deus.
(3) Criatividades dos milagres nas mais diversas maneiras, como uso de técnicas de hipinose, sugestão mental e indução de pensamento positivo; utilizam todo uso de invenções e fórmulas para enganar com falsos milagres.
(4) Agendamento de milagres com culto, dia e hora marcados, provocando a fé dos incautos, causando em muitas pessoas decepções e frustrações.
(5) Uso de milagres como meio de barganha para arrecadação de grandes quantias em dinheiro, ofertas para sustento de ministérios, igrejas, impérios pessoais, etc.
Todavia, diante dos falsos milagres, não há como negar os genuinos milagres na atualidade. Porém, a realização de milagres não se relaciona com nenhum poder humano ou próprio do homem. É o poder de Deus que opera milagres. Os milagres são uma realidade bíblica e atual, e devem ser cridos, pregados e buscados, sempre com o objetivo de promover a glória de Deus e o bem do próximo.
TEM OURO E PRATA, MAS NÃO TEM UNÇÃO.
Conta-se que, no século XIII, Tomás de Aquino foi visitar o papa Inocêncio II, que o recebeu numa sala suntuosa, onde havia muitos adornos de ouro e prata. Ao ver toda aquela riqueza, Tomás de Aquino ficou impressionado. O papa lhe disse: Hoje não precisamos dizer como disse Pedro: "Não tenho prata nem ouro". Ao que Tomás de Aquino lhe respondeu: " É verdade, mas também, não se diz mais, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levante-se e ande!". A igreja primitiva da época dos apóstolos, tinha poucos recursos materiais, mas muitas riquezas espirituais e muita unção do Espírito Santo.
Hoje, os "homens e mulheres de Deus" têm muitas riquezas, mas faltam-lhes a unção do Espírito Santo.
A CURA DIVINA.
E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o Evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. E a sua fama correu por toda a Síria; e traziam-lhe todos os que padeciam acometidos de várias enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos e os para líticos, e ele os curava (Mt.4.23,24).
E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E estavam todos unanimemente na alpendre de Salomão. Quanto aos outros, ninguém ousava ajuntar-se com eles; mas o povo tinha-os em grande estima. E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais, de sorte que transportavam os enfermos para as ruas e os punham em leitos e em camilhas, para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles. E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos, os quais todos eram curados (Atos, 5.12-16).
E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias, de sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam (Atos, 19.11,12).
Aconteceu estar de cama enfermo de febres e disenteria o pai de Públio, que Paulo foi ver, e, havendo orado, pôs as mãos sobre ele e o curou. Feito, pois, isto, vieram também ter com ele os demais que na ilha tinham enfermidades e sararam (Atos, 28.8,9).
Entre as muitas manifestações do poder de Deus que realiza milagres, destacamos, aqui, a "Cura Divina". A cura divina pode ser compreendida como o restabelecimento sobrenatural do enfermo, através da imposição de mãos e pela oração da fé, em nome do Senhor Jesus (Mc.16.18; Tg.5.14,15). Nesse processo, pode haver, ou não, a ocorrência dos dons de curar (I Co.12.9). Porém, o fator primordial é a invocação do nome poderoso de Jesus Cristo (Mc.16.18; At.3.6).
O problema das enfermidades e das mais variadas doenças, estão vinculadas às consequências do pecado, isto é, da Queda. Na Antiga Aliança, Deus revelou a Sua vontade em curar. No capítulo 15 de Êxodo lemos: E disse: Se ouvires atento a voz do SENHOR, teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o SENHOR, que te sara (Ex.15.26).
E servireis ao SENHOR, vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a vossa água; e eu tirarei do meio de ti as enfermidades (Ex.23.25).
Mas, a eles, os fez sair com prata e ouro, e entre as suas tribos não houve um só enfermo (Sl.105.37).
É Ele que perdoa todas as tuas iniquidades e sara todas as tuas enfermidades (Sl.103.3).
Concluimos que, a cura divina é a libertação das enfermidades. A cura do corpo e da alma, foi provida na expiação de Cristo na cruz, e é um privilégio de todos os crentes (Isaías, 53.5; Mateus, 8.16,17).
Os sinais, prodígios, maravilhas, e curas divinas continuam sendo operados por Deus, na manifestação dos dons, no poder do Espírito Santo em todo o mundo, para a glória de Deus. Amém!
(Partes deste estudo foi extraído do livro, A SÃ DOUTRINA de autoria do pastor Altair Germano).