PREGANDO A VERDADE

quarta-feira, 9 de julho de 2025

SINAIS, MARAVILHAS E CURAS DIVINA.


E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.

E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém! (Mc.16.18,20).

Sinais, maravilhas e curas divinas são manifestações do poder de Deus, frequentemente associadas a eventos milagrosos e sobrenaturais. Estes podem ser interpretados como demonstrações do poder e da presença de Deus, bem como evidências da Sua graça manifestada na vida das pessoas. 

Sinais, maravilhas e curas são manifestações que se enquadram na categoria de milagres. Milagre é um evento sobrenatural, que entervém nas leis da natureza. 

Maravilhas e prodígios, geralmente está se referindo a milagres. A palavra "milagre" transmite a ideia de algo que é tremendo e estonteante. 

DOIS TERMOS NO HEBRAICO PARA DESCREVER MILAGRE.

1) OTH.

Oth, termo hebraico para "sinais" (Êx.3.12; 4.1-9,30,31; Nm.14.11,22; Dt.6.22; 26.8; Js.24.17; Sl.105.27; Jr.32.20,21).

2) MOPHETH.

Mopheth, termo hebraico para "maravilhas", que descreve os mesmos eventos que são, em algumas partes das Escrituras, chamados de "sinais" (Êx.7.9; Dt.29.5; Sl.78.43; I Rs.13.3,5).

TRÊS TERMOS NO GREGO PARA DESCREVER MILAGRE.

1) TERAS.

Teras, termo grego para "maravilha" e "prodígios", geralmente se referindo a milagres (Mt.24.24; Mc.13.22; Jo.4.48; At.2.19,22,43; 4.30; 14.3; 15.12; Rm.15.19; Hb.2.3,4).

2) DYNAMIS.

Dynamis, termo grego para "poder", é utilizado para se referir aos milagres operados por Jesus (Mt.15.38), aos dons espirituais (I Co.12.10), ao derramamento do Espírito Santo (At.1.8), e ao poder do Evangelho para salvar os pecadores (Rm.1.16). 

3) SEMEION.

Semeion, termo grego para descrever milagre, sinal, marca, prova (Lc.23.8; At.4.16,22). 

QUAL O PROPÓSITO DOS MILAGRES.

Os milagres na Bíblia são sempre manifestos para um propósito bem definido, e nunca para promoção pessoal. Nos relatos bíblicos da realização de milagres, algum problema foi resolvido, algum ato de misericórdia foi estendido, algum ensino foi enfatizado, alguma coisa útil foi realizada, credenciais de certas pessoas na posição de porta-vozes de Deus foram confirmadas, a fé em Deus foi propiciada, a glória de Deus foi promovida. 

MILAGRES AINDA SÃO OPERADOS NA ATUALIDADE?

O Que Pensam Os Cristãos Hoje?

Primeiro, há a teologia continuista. Esta se refere à visão de que os dons espirituais mencionados em 1Coríntios 12–14 ainda estão disponíveis e operantes, em alguma medida, nos dias de hoje. Isso é “continuismo”.

Segundo, há a teologia cessacionista. Esta defende que os dons sobrenaturais extraordinários, como falar em línguas, profecia, cura, discernimento de espíritos, entre outros, não são mais concedidos pelo Espírito e não devem ser buscados atualmente. Isso é o cessacionismo.

Infelizmente, entre os cristãos, há aqueles que afirmam que os milagres foram necessários apenas para os tempos bíblicos, e que hoje eles são desnecessários, e não mais acontecem. Entre estes estão os liberais em sua teologia e os cessacionistas. Alguns chegam a afirmar que os milagres serviu apenas de base para expansão do Evangelho e confirmação da fé dos primeiros cristãos. 

Todavia, o escritor aos hebreus falando sobre salvação e milagres, diz: Portanto, convém-nos atentar, com mais diligência, para as coisas que já temos ouvido, para que, em tempo algum, nos desviemos delas. Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser  anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram; testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade? (Hb.2.1-4).

* O Espírito Santo, através do escritor de hebreus, reafirma que Deus confirmou e aprovou a mensagem do evangelho com sinais, prodígios, milagres, e dons do Espírito Santo (At.2.22). Depois da ressurreição, Cristo prometeu que a confirmação milagrosa da mensagem do evangelho acompanharia todos aqueles que cressem. Deus deseja que o testemunho dos crentes seja mais do que simples palavras (Mc.16.18,20; Jo.10.25; At.2.22,43; I Co.2.4,5; Gl.3.5; I Ts.1.5; I Pe.1.12). 

* (Comentário Bíblia de Estudo Pentecostal).

EXISTEM FALSOS MILAGRES.

As Escrituras reconhecem a existência dos falsos milagres e os chamam de "prodígios de mentira" (II Ts.2.9). São eventos operados pelos espíritos maus, ou por homens, através do uso de meios que às vezes estão além do nosso conhecimento. A realidade destes milagres sobrenaturais devem ser analizados com um cuidadoso exame à luz da Bíblia, antes de aceitá-los como Divino (Dt.13.1-4). Caminhando junto aos falsos milagres estão os obreiros milagreiros, que praticam iniquidades usando o nome de Jesus (Mt.7.21-23). Estes estão se multiplicando nos dias atuais.

Tais falsos obreiros possuem algumas características peculiares. Entres elas, podemos citar: 

(1) Ênfase na promoção de si mesmo, em vez de buscar promover a glória de Deus. 

(2) Dá mais importância ao milagre, em vez de priorizar a pregação da Palavra de Deus. 

(3) Criatividades dos milagres nas mais diversas maneiras, como uso de técnicas de hipinose, sugestão mental e indução de pensamento positivo; utilizam todo uso de invenções e fórmulas para enganar com falsos milagres. 

(4) Agendamento de milagres com culto, dia e hora marcados, provocando a fé dos incautos, causando em muitas pessoas decepções e frustrações. 

(5) Uso de milagres como meio de barganha para arrecadação de grandes quantias em dinheiro, ofertas para sustento de ministérios, igrejas, impérios pessoais, etc. 

Todavia, diante dos falsos milagres, não há como negar os genuinos milagres na atualidade. Porém, a realização de milagres não se relaciona com nenhum poder humano ou próprio do homem. É o poder de Deus que opera milagres. Os milagres são uma realidade bíblica e atual, e devem ser cridos, pregados e buscados, sempre com o objetivo de promover a glória de Deus e o bem do próximo. 

TEM OURO E PRATA, MAS NÃO TEM UNÇÃO.

Conta-se que, no século XIII, Tomás de Aquino foi visitar o papa Inocêncio II, que o recebeu numa sala suntuosa, onde havia muitos adornos de ouro e prata. Ao ver toda aquela riqueza, Tomás de Aquino ficou impressionado. O papa lhe disse: Hoje não precisamos dizer como disse Pedro: "Não tenho prata nem ouro". Ao que Tomás de Aquino lhe respondeu: " É verdade, mas também, não se diz mais, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levante-se e ande!". A igreja primitiva da época dos apóstolos, tinha poucos recursos materiais, mas muitas riquezas espirituais e muita unção do Espírito Santo.

Hoje, os "homens e mulheres de Deus" têm muitas riquezas, mas faltam-lhes a unção do Espírito Santo.

A CURA DIVINA.

E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o Evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. E a sua fama correu por toda a Síria; e traziam-lhe todos os que padeciam acometidos de várias enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos e os para líticos, e ele os curava (Mt.4.23,24).

E muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos. E estavam todos unanimemente na alpendre de Salomão. Quanto aos outros, ninguém ousava ajuntar-se com eles; mas o povo tinha-os em grande estima. E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais, de sorte que transportavam os enfermos para as ruas e os punham em leitos e em camilhas, para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles. E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos, os quais todos eram curados (Atos, 5.12-16).

E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias, de sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam (Atos, 19.11,12).

Aconteceu estar de cama enfermo de febres e disenteria o pai de Públio, que Paulo foi ver, e, havendo orado, pôs as mãos sobre ele e o curou. Feito, pois, isto, vieram também ter com ele os demais que na ilha tinham enfermidades e sararam (Atos, 28.8,9).

Entre as muitas manifestações do poder de Deus que realiza milagres, destacamos, aqui, a "Cura Divina". A cura divina pode ser compreendida como o restabelecimento sobrenatural do enfermo, através da imposição de mãos e pela oração da fé, em nome do Senhor Jesus (Mc.16.18; Tg.5.14,15). Nesse processo, pode haver, ou não, a ocorrência dos dons de curar (I Co.12.9). Porém, o fator primordial é a invocação do nome poderoso de Jesus Cristo (Mc.16.18; At.3.6).

O problema das enfermidades e das mais variadas doenças, estão vinculadas às consequências do pecado, isto é, da Queda. Na Antiga Aliança, Deus revelou a Sua vontade em curar. No capítulo 15 de Êxodo lemos: E disse: Se ouvires atento a voz do SENHOR, teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o SENHOR, que te sara (Ex.15.26).

E servireis ao SENHOR, vosso Deus, e ele abençoará o vosso pão e a vossa água;  e eu tirarei do meio de ti as enfermidades (Ex.23.25).

Mas, a eles, os fez sair com prata e ouro,  e entre as suas tribos não houve um só enfermo (Sl.105.37).

É Ele que perdoa todas as tuas iniquidades e sara todas as tuas enfermidades (Sl.103.3).

Concluimos que, a cura divina é a libertação das enfermidades. A cura do corpo e da alma, foi provida na expiação de Cristo na cruz, e é um privilégio de todos os crentes (Isaías, 53.5; Mateus, 8.16,17). 

Os sinais, prodígios, maravilhas, e curas divinas continuam sendo operados por Deus, na manifestação dos dons, no poder do Espírito Santo em todo o mundo, para a glória de Deus. Amém! 

(Partes deste estudo foi extraído do livro, A SÃ DOUTRINA de autoria do pastor Altair Germano).

sexta-feira, 4 de julho de 2025

33 HOMENS CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO.


E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito (Ef.5.18).

Nunca foi fácil ser cheio do Espírito Santo e se manter cheio contidianamente. "Enchei-vos" (imperativo passivo presente) temos o significado, em grego, de "ser enchido repetidas vezes". A vida espiritual do crente deve experimentar a renovação constante do Espírito Santo, mediante uma vida de oração e leitura da Palavra de Deus.

Ser cheio do Espírito Santo não significa falar em línguas estranhas, mas implica em manifestar o fruto do Espírito Santo conforme Paulo faz mensão em Galátas 5.22. O crente cheio do Espírito Santo é capaz de realizar obras especiais para o Reino de Deus e desenvolver habilidade em coisas nunca aprendidas, e fazê-las a ponto de causar espanto e admiração. 

1) JOSÉ (GN.41.37,38).

2) MOISÉS (Nm.11.17).

3) JOSUÉ (Dt.34.9).

4) BEZALEL (Ex.31.1-3; 35.30,31).

5) ELDADE (Nm.11.26-29).

6) MEDADE (Nm.11.26-29).

7) DAVI (I Sm.16.13; Sl.51.11).

8) SAUL (I Sm.10.10; 11.6; 19.23).

9) SANSÃO (Jz.14.6,19; 15.14).

10) GIDEÃO (Jz.6.34).

11) OTONIEL (Jz.3.10).

12) JEFTÉ (Jz.11.29).

13) BALAÃO (Nm.24.1,2).

14) AMASAI (I Cr.12.18).

15) AZARIAS (II Cr.15.1,2).

16) JAAZIEL (II Cr.20.14,15).

17) ZACARIAS (II Cr.24.20).

18) MIQUEIAS (Mq.3.8).

19) EZEQUIEL (Ez.3.24; 11.5).

20) ELIAS (I Rs.18.46).

21) JOÃO BATISTA (Lc.1.13-15).

22) PAULO (At.13.9).

23) PEDRO (At.4.8).

24) BARNABÉ (At.11.21-24).

25) APOLO (At.18.24,25).

26) ESTEVÃO (At.6.5,8,55).

27) FILIPE (At.6.5; 8.5-8).

28) PRÓCORO (At.6.3-5).

29) NICANOR (At.6.3-5).

30) TIMÃO (At.6.3-5).

31) PÁRMENAS (At.6.3-5).

32) NICOLAU (At.6.3-5). 

33) JESUS CRISTO.

Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele (At.10.38).

quarta-feira, 2 de julho de 2025

A LOUCURA DE UM LEVITA - Uma História Terrível.


Os levitas eram descendentes de Levi, um dos doze filhos de Jacó. Eram a única tribo de Israel que não tinha terra em Canaã. Ao invés de trabalharem a terra, eles tinha que viver e trabalhar para o tabernáculo e na adoração a Deus, eles eram sustentados com dízimos e ofertas do resto do povo (Nm 18:20-24). Os sacerdotes eram levitas que descendiam de Arão (Nm.3.10), enquanto que o resto dos levitas assistiam aos sacerdotes no serviço do tabernáculo. Os levitas eram considerados por Deus como consagrados para este serviço e ministério (Nm.3.5-13) e tinha uma responsabilidade especial de servirem a Deus juntos com os sacerdotes e o sumo sacerdote. 

Os últimos três capítulos do livro de juízes registram acontecimentos relacionados a um levita e sua concubina. O que começou como um conflito doméstico terminou em tragédia nacional. 

O que seria uma concubina? Um segunda esposa adquirida por compra ou como cativa de guerra, e era permitido numa sociedade poligâmica. Uma concubina era essencialmente uma escrava que não era uma prostituta, mas também não era uma esposa no sentido completo do termo. Era uma esposa de segunda classe. É por isto que nesta passagem o levita é chamado de senhor de sua concubina (Jz 19:27), mas também de seu marido (19:3). O que vemos aqui em Juízes é que um levita, que deveria permanecer santo, foi moldado pela cultura pagã em torno, comprando uma concubina e tratando-a como uma peça de sua propriedade. 

O LEVITA E SUA CONCUBINA.

O fato de um levita ter uma concubina reflete um rebaixamento do padrão estabelecido por Deus para a vida conjugal dos levitas (Lv.21.7,13-15; Ez.44.22). Para piorar a situação, a mulher aborrecendo-se dele, o deixou e tornou a casa de seu pai (Jz.19.2). A expressão "aborrecendo-se dele" também pode ser traduzida por "lhe foi infiel" (NVI). Em vez de tomar a medida prescrita na Lei, a saber, o divórcio (Dt.24.1), o levita a seguiu até a casa do pai dela em Belém, no território de Judá, e conseguiu persuadi-la a voltar com ele (Jz.19.3,4). O levita e seu sogro desenvolveram um relacionamento cordial, e o casal só partiu no quinto dia (Jz.19.5-10). A decisão de sair de Belém tão tarde foi imprudente, pois obrigou os viajantes a pernoitar em algum lugar antes de chegar ao destino final.

A CONCUBINA DO LEVITA É ESTUPRADA E MORTA.

Quando o levita, a concubina e o servo com seus dois jumentos se aproximaram de Jebus (Jerusalém), a cerca de dez quilômetros de Belém, o servo sugeriu: Caminhai, agora, e retiremo-nos a esta cidade dos jebuseus e passemos ali a noite (19.10,11). * Isto confirma que Jerusalém ainda estava nas mãos dos jebuseus quando este incidente ocorreu (1.21). Influenciado pelo medo de estrangeiros desconhecidos, o levita resistiu ao conselho do servo e viajou mais sete quilômetros até Gibeá (19.12), cidade benjamita. Infelizmente, seus compatriotas israelitas se mostraram descorteses e pouco hospitaleiros.

Em circunstâncias normais, era perigoso para qualquer viajante passar a noite na praça da cidade, mas o levita parecia não ter outra opção, pois ninguém se havia oferecido para hospedá-lo (19.15). Porém, um israelita que não era da tribo de Benjamim, um homem velho, da região montanhosa de Efraim, parou na praça e conversou com o levita (19.16,17). Ao descobrir de onde os viajantes eram e para onde estavam indo, ele os recebeu em sua casa. Apesar de o levita e seus acompanhantes estarem preparados para passar a noite na praça (de coisa nenhuma há falta... 19.19), o velho não permitiu que lhe negassem o privilégio de acolhê-los em seu lar. É provável que soubesse do comportamento de alguns habitantes da cidade, pois advertiu: Tão somente não passes a noite na praça (19.20). O levita aceitou o convite, e todos tiveram uma noite agradável, comendo, bebendo e, provavelmente, conversando, pois o levita era da mesma região de Efraim que o velho (19.21,18). 

Infelizmente, os momentos agradáveis duraram pouco, pois alguns homens perversos da cidade cercaram a casa e exigiram manter relações sexuais com o levita. Ao que parece, a homossexualidade era comum entre os cananeus, mas Deus proibiu essa prática expressamente: "Com homem não te deitarás, como se fosse uma mulher; é abominação" (Lv.18.22). Esse pecado é chamado de "sodomia" devido a práticas semelhantes comuns na cidade de Sodoma que, juntamente com Gomorra, foi destruída por causa de sua perversidade, exemplificada pelo episódio descrito em Gênesis 19.1-8.

A atrocidade moral dessa época fica ainda mais evidente quando, na tentativa de proteger o hóspede, o velho oferece sua filha virgem e a concubina do levita para serem usadas pelos homens perversos, como lhes aprouvesse (19.23,24). Por sua vez, o velho e o levita, em vez de agirem como homens honrados defendendo as mulheres dentro de casa, deixaram que a concubina fosse estuprada. O texto não especifica quantos homens atacaram a concubina, mas diz que eles a forçaram e abusaram dela toda a noite (19.25), e, consequentemente, pela manhã ela estava morta (19.26-28).

A CONCUBINA É DESMEMBRADA PELO LEVITA EM DOZE PARTES.

Essa história repulsiva apresenta vários elementos chocantes, a começar pela falta de hospitalidade para com um compatriota israelita (19.15), seguida de uma tentativa de sodomia (19.22). Também causa espanto a atitude do velho ao oferecer sua filha virgem para ser abusada (19.24); apesar de, no fim das contas, ela ter sido poupada e, obviamente, o estupro e a morte da concubina (19.25). Porém, o que provocou mais repulguinação foi o gesto do levita ao desmembrar sua concubina morta em doze partes, uma para cada tribo israelita, e destribuí-las pelas regiões de Israel como uma convocação (19.29), caso este que lembra uma atitude do rei Saul quando partiu um boi em doze partes enviando para as doze tribos de Israel, convocando-os para uma guerra (I Sm.11.6,7).

É possível que, diante da falta de um governo central e de juízes, o levita tenha considerado que esse ato repulsivo seria a única forma de obrigar as outras tribos a tomar uma providência. Sua tática funcionou, pois chamou a atenção de todos (19.30) e levou a nação inteira a reagir: "Todo o povo se levantou como um só homem" (20.1,8,11). Somente os benjamitas não se manifestaram (20.3). Talvez a tribo a qual pertenciam os criminosos não tenha recebido nenhuma parte do corpo da concubina e duas partes tenham sido enviadas à tribo de Manassés, uma para os habitantes a leste do Jordão e outra para os habitantes a oeste do rio. 

Na conclusão dos fatos, esta história termina com uma guerra entre os israelitas e os benjamitas (20.1-48). O capítulo 21, o final do livro de Juízes, narra a história da restauração da tribo de Benjamim (21.1-25). O escritor termina o livro dizendo:"Naquela época não havia rei em Israel; cada um fazia o que lhe parecia certo". 

Apesar de o período de juízes ter sido marcado por apostasia religiosa, atrocidade moral e anarquia política, ainda havia uma noção geral de justiça e unidade nacional, e os israelitas mantiveram sua identidade como povo resgatado da terra do Egito (19.30).

(Texto extraido do Comentário Bíblico Aflicano).

* Obs.: Com alguns acréscimos articulados por Geraldo Barbosa, autor do Blog.

sexta-feira, 27 de junho de 2025

POR QUE DAVI COMEU DOS PÃES DA PROPOSIÇÃO?


Para entendermos porque Davi comeu os pães da proposição, é essencial compreender o que esses pães representavam dentro do contexto bíblico. Os pães da proposição, também conhecidos como pães da presença, eram uma parte importante do ritual de adoração no tabernáculo de Deus, conforme descrito em Levítico 24:5-9. Esses pães eram preparados para serem colocados diante de Deus como uma oferta simbólica, representando a comunhão entre Deus e Seu povo. Eles eram feitos de farinha pura e estavam dispostos na mesa do Tabernáculo, na presença de Deus, sendo trocados a cada sábado, conforme a tradição.

Em uma situação de necessidade, Davi comeu os pães da proposição juntamente com seus homens (1 Samuel 21.1-6). Essa violação da lei cerimonial mais tarde foi usada por Jesus como um argumento de misericórdia contra os fariseus (Mateus 12.1-4; Marcos 2:26; Lucas 6:4).

A história registrada em 1 Samuel 21.1-6 revela que, diante de uma perseguição iminente e da falta de recursos, Davi se viu em uma situação de extrema necessidade. Não era apenas a fome física que o motivava a buscar ajuda, mas também o seu desespero por proteção Divina.

Quando Davi chegou à cidade de Nobe, ele estava fugindo de Saul, que havia se tornado seu inimigo mortal. Desesperado e sem recursos, a necessidade de sustento tornou-se urgente. Foi nesse contexto que ele procurou o sacerdote Aimeleque, pedindo algo para saciar sua fome e dos homens que com ele estavam. Em resposta, não tendo pão comum, Aimeleque ofereceu-lhe os pães da proposição, que estavam reservados exclusivamente para uso sagrado, e só os sacerdotes podiam comer.

Este episódio nos mostra que Davi comeu os pães da proposição não por desrespeito à lei, mas por uma necessidade urgente. A ação de Aimeleque, ao fornecer esses pães, foi uma demonstração da misericórdia de Deus em situações de necessidade extrema. Embora os pães fossem considerados sagrados e reservados para um uso específico, a compaixão e o cuidado de Deus com o ser humano prevaleceram, mostrando que a necessidade de Davi era mais urgente do que a observância rigorosa da lei.

A atitude de Aimeleque não deve ser vista como uma quebra da lei, mas sim como uma aplicação prática do princípio da misericórdia de Deus. Este ato é uma demonstração de que a misericórdia é maior do que os sacrifícios e rituais da Lei. Jesus, em Mateus 12.3-4, fez referência a esse evento para ensinar aos fariseus que a misericórdia deve ser mais importante do que as cerimônias e rituais da Lei de Moisés. das leis. Disse Jesus aos fariseus: Não tendes lido o que fez Davi, quando teve fome, ele e os que com ele estavam? Como entrou na Casa de Deus e comeu os pães da proposição, que não lhes era lícito comer, nem aos que com ele estavam, mas só aos sacerdotes? (Mt.12.3,4).

Portanto, por que Davi comeu os pães da proposição? A razão é clara: A necessidade de sobrevivência e a misericórdia de Deus, que é sempre maior do que as normas, os rituais e cerimônias da Lei. Este episódio revela que, em momentos de carência, Deus providencia o que precisamos e mostra a sua compaixão. Deus é compassivo ao priorizar a vida humana, mesmo quando as circunstâncias parecem demandar o cumprimento rigoroso de regras e protocolos da Lei. Isto revela mais uma vez, o favor de Deus manifesto pela sua graça.

Finalmente, a história de Davi nos ensina que, muitas vezes, Deus se revela de maneira especial através das nossas necessidades. Quando Davi estava em um momento de grande vulnerabilidade, a provisão de Deus não só atendeu à sua necessidade física, mas também fortaleceu sua fé e confiança Nele. A nossa caminhada espiritual é frequentemente marcada por momentos de dificuldades, mas é nesses momentos que podemos experimentar mais intensamente o cuidado de Deus e Sua intervenção em nossas vidas. 

Que o Pão da Graça de Deus nunca nos falte, e que nenhum protocolo da Lei seja impedimento para desviar a misericórdia e a bondade de Deus em nossas vidas. Amém!

segunda-feira, 23 de junho de 2025

O PRINCÍPIO DAS DORES.

 

E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo.

Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digoque não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada.

E, estando assentado no monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos, em particular, dizendo: Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?

E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane, porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.

E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.

Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino,e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.

Mas todas essas coisas são o princípio das dores (Mateus 24:1-8).

O PRINCÍPIO DAS DORES, é uma expressão que foi utilizada pelo Senhor Jesus, quando Ele pronunciou o seu sermão escatológico sobre o fim dos tempos. 

O PRINCÍPIO DAS DORES, são os acontecimentos que sinalizam a volta de Jesus e o fim dos tempos. Os sinais que precedem a volta de Jesus é comparado as dores de parto de uma mulher que está gravida. Quando a mulher gravida começa a sentir as contrações e em seguida as dores de parto, é sinal evidente de que ela está prestes a dá a luz, ou seja, a criança que está no seu ventre a nove meses, vai nascer para ver a luz de um mundo desconhecido. 

No aspecto escatológico, o princípio das dores já teve o seu início e terá o seu fim com o retorno do Senhor Jesus em glória. Estamos vivendo e sentido as dores da tribulação, estas dores serão intensificadas no período da grande tribulação, e cuminará com volta de Jesus em glória para livrar a nação de Israel na guerra do Armagedom, destruir o Anticristo e estabelecer o seu Reino milenar.

No sermão escatológico pronunciado por Jesus, em resposta a pergunta feita pelo seus discípulos, Ele afirma e enumera pelo menos 12 acontecimentos que serão sinais para a sua volta e o fim dos tempos, os quais estamos vendo acontecerem e se repetirem cada vez mais nos dias atuais.

SINAIS QUE PRECEDEM A VOLTA DE CRISTO E O TEMPO DO FIM:

1) Falsos Cristos.

2) Falsos profetas.

3) Guerras.

4) Nação contra nação.

5) Reino contra reino.

6) Fomes.

7) Pestes (Epidemias).

8) Terremotos.

9) Ódio.

10) Traição.

11) Multiplicação da iniquidade (maldades, violência, blasfêmias).

12) Falta de amor (esfriamento do amor a Deus, a família, ao próximo e a sociedade em geral)

Mas, todas estas coisas são o princípio das dores, disse Jesus. Ou seja, estamos na iminência de que as dores ainda irão aumentar até se tornar insuportável. 

Haverá uma falsa paz e segurança para as nações, e muitos serão enganados. Está escrito: Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão (1 Tessalonicenses 5:3).

Sobre o governante mundial que há de vir, o profeta Daniel profetizou dizendo: ²⁴ Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos.

Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos.

E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais.

A cidade e o lugar santo serão destruídos pelo povo do governante que virá. O fim virá como uma inundação; guerras continuarão até o fim, e desolações foram decretadas. Com muitos ele fará uma aliança que durará uma semana (sete anos). No meio da semana ele dará fim ao sacrifício e à oferta. E numa ala do templo será colocado o sacrifício terrível, até que chegue sobre ele o fim que lhe está decretado (Dn.9.24-27).

Quem ler entenda, o fim está próximo.

O mundo está se preparando para a vinda do Anticristo (o governo mundial), mas a verdadeira igreja está preparada, aguardando a vinda de Cristo. Amém! 

Maranata! 

domingo, 22 de junho de 2025

SINAGOGA - SIGNIFICADO E ORIGEM.


O termo hebraico original para sinagoga é "beit knesset", que significa “casa de reunião”. A palavra “sinagoga” é o paralelo grego para este termo hebraico.

O termo sinagoga quer dizer lugar de reunião ou assembleia. Durante o cativeiro na Babilônia o Templo de Salomão havia sido destruído, longe de sua terra e sem um lugar de adoração, os judeus se reuniam para ouvir e meditar sobre as escrituras sagradas, estes ajuntamentos receberam o nome de sinagogas. O surgimento das sinagogas está diretamente relacionado com os escribas, pois eles eram os responsáveis por transcreverem as escrituras usadas nas reuniões. Os rolos contendo cópias da Lei e dos Profetas ficavam dentro de uma arca chamada de “Arca da Torá”. As passagens que eram lidas geralmente por um ancião ou um mestre da lei eram chamadas de “porções”. Com o passar do tempo regras foram estabelecidas para que se houvesse uma sinagoga, uma delas era que onde houvesse dez homens judeus adultos ali seria constituída uma assembleia. Mais tarde sinagoga passou a dar nome ao local onde às comunidades judaicas se reuniam. Nesses edifícios além de se reunirem para adorar a Deus e estudar as escrituras, também as crianças aprendiam a ler e escrever, além de haver discussões acerca das questões sociais e julgamentos públicos.

Após a volta do exílio, os judeus adotaram o uso das sinagogas que logo se espalharam por toda região da Palestina, um novo templo foi construído e finalizado por volta de 516 a. C. Na religiosidade dos judeus, o templo passou a ser o local de adoração ao “Eterno” através dos serviços, sacrifícios e dos dízimos, enquanto as sinagogas tornaram-se os locais de ensino e oração. Jesus e seus discípulos frequentavam o templo e as sinagogas. Por diversas vezes as escrituras nos mostra Jesus ensinando e discutindo com os mestres da lei nas sinagogas. No templo, Jesus expulsa cambistas e mercadores, além de profetizar sobre sua destruição.

Quando pesquisamos o Novo Testamento em busca de informações sobre a sinagoga, encontramos o seguinte: A principal atividade praticada na sinagoga era a leitura das Escrituras e o ensino delas. Jesus ensinou várias vezes nas sinagogas da Galiléia e Judéia (Mt 4.23; 9.35; 13.54; Mc 1.21, 39; 6.2; Lc 4.15, 44; 6.6; Jo 6.59; 18.20) 

As sinagogas foram local importante do ministério de ensino de Jesus (Mt 4.23; 9.35; 13.54; Mc 1.21, 39; 6.2; Lc 4.15, 44; 6.6; Jo 6.59; 18.20), que, além de ensinar, também curou (Mt 12.9-14; Mc 3.1-6; Lc 6.6-11; 13.10-17) e expulsou demônio de pessoas dentro de sinagogas (Mc 1.23-27; Lc 4.33-38). 

De acordo com as fontes talmúdicas, havia em torno de 480 sinagogas em Jerusalém antes da destruição do templo. Flávio Josefo (Contra Ápio, 2.17) considerava a leitura pública e o aprendizado da Torá o elemento essencial do serviço semanal da sinagoga, prática que ele entendia ter sido ordenada por Moisés. (Fonte destas informações: Bíblia de Estudo Arqueológica).

* Nota: Não há respaldo bíblico, nem fonte extrabíblica que afirme que havia três cadeiras principais na plataforma da sinagoga (lugar onde ficava o Bimá, uma espécie de Púlpito). Alguns pregadores e expositores da Bíblia afirmam que a cadeira do meio estava reservada para o Messias, só ele poderia assentar-se nela. Baseado no texto do Evangelho de Lucas 4.14-21, afirmam que quando Jesus acabou de Ler o rolo do profeta Isaías, Ele assentou-se na cadeira do meio, declarando-se ser Ele o Messias. 

CONVERGÊNCIA E DIVERGÊNCIA ENTRE A IGREJA E A SINAGOGA.

A palavra igreja vem do grego “ecclesia”, assim como sinagoga também significa reunião ou assembleia. Na Sinagoga os judeus e outros povos, se reuniam nos sábados para ouvirem sobre ensinamentos o livro da Lei e dos profetas. Na Igreja se reunem os seguidores de Jesus, com o propósito de adorar a Deus e ouvir a ministração da Palavra de Deus. No início os discípulos de Jesus se reuniam nas casas, muitas vezes os apóstolos também anunciavam a mensagem do evangelho de Cristo nas sinagogas. 

As reuniões eram chamadas de sinagogas. Em sua carta no capítulo 2 Tiago escreve que não se deve ter a fé em Jesus Cristo fazendo acepção de pessoas, ele diz que nas reuniões um homem que entra com um traje de luxo não pode ser tratado melhor do que uma pessoa pobre. Originalmente foi utilizado o termo sinagoga para se referir as reuniões: “Se, portanto, entrar na vossa sinagoga algum homem com anéis de ouro nos dedos...” (Tg 2:2), outras versões bíblicas utilizam os termos; igreja, assembleia, congregação ou reunião.

Embora o cristianismo tenha se originado de muitas crenças do judaísmo, se tratam de duas religiões diferentes que se convergem em muitas crenças, mas se diferem nos rituais e em algumas interpretações bíblicas. Enquanto no judaísmo reuniões acontecem em sinagogas para adoração, oração e ensino das escrituras, no cristianismo as igrejas devem exercer as mesmas funções. 

Nas sinagogas só havia culto se houvesse no mínimo dez pessoas; na igreja, Jesus falou: Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles (Mt.18.20).

Para o judeu a adoração não está completa, pois, o “Templo” que era o lugar dos sacrifícios precisa ser reconstruído, já para os cristãos o lugar de sacrifício é o monte Calvário, onde Jesus morreu como preço de resgate para que pudéssemos herdar a vida eterna. Devemos nos reunir no nome de Jesus, pois só em Cristo a nossa adoração pode ser perfeita e completa. Amém! 

quinta-feira, 19 de junho de 2025

O MANIFESTO DE NAZARÉ.

 

Lucas 4.14-30, este texto é chamado "O Manifesto de Nazaré". Foi na Sinagoga de Nazaré onde Jesus se manifesta como o Messias esperado. Jesus foi para Nazaré cerca de um ano depois do início do seu ministério. Foi na sinagoga de Nazaré, que Jesus manifestou a sua identidade de Messias após ler a profecia escrita no rolo do profeta Isaías, onde está escrito sobre o Messias que haveria de vir.

Na época de Jesus, Nazaré era uma pequena vila rural na região da Galileia. Era uma comunidade judaica pouco significativa e isolada, localizada a cerca de 157 km de Jerusalém, no meio das montanhas. As casas eram simples, muitas vezes com uma única sala e anexadas a grutas escavadas na rocha. Acredita-se que a vila tinha cerca de 50 casas e uma população estimada entre 500 e 1000 habitantes. 

Nazaré é mencionada nos evangelhos como o local onde Jesus foi criado e onde passou grande parte de sua vida. Jesus era conhecido como "Jesus de Nazaré" ou "Jesus, o Nazareno", indicando sua origem na vila.

Em Nazaré, muitos não acreditavam em Jesus, os habitantes de Nazaré vinham Jesus como um homem comum, não acreditavam ser Ele o Filho de Deus, o Messias que havia de vir. Sobre a incredulidade dos moradores de Nazaré na pessoa de Jesus, o evangelho segundo Marcos nos informa: E, partindo dali, chegou à sua terra, e os seus discípulos o seguiram. E, chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se admiravam, dizendo: De onde lhe vêm essas coisas? E que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais maravilhas por suas mãos? Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, e de José, e de Judas, e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele. E Jesus lhes dizia: Não há profeta sem honra, senão na sua terra, entre os seus parentes e na sua casa. E não podia fazer ali obras maravilhosas; somente curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. E estava admirado da incredulidade deles. E percorreu as aldeias vizinhas, ensinando (Mc.6.1-6). 

As sinagogas foram local importante do ministério de ensino de Jesus (Mt 4.23; 9.35; 13.54; Mc 1.21, 39; 6.2; Lc 4.15, 44; 6.6; Jo 6.59; 18.20), que, além de ensinar, também curou (Mt 12.9-14; Mc 3.1-6; Lc 6.6-11; 13.10-17) e expulsou demônio de pessoas dentro de sinagogas (Mc 1.23-27; Lc 4.33-38). 

SETE AÇÕES DE JESUS NA SINAGOGA DE NAZARÉ:

Em Lucas 4.14-30, texto chamado "Manifesto de Nazaré", vemos Jesus agir de acordo com a seguinte ordem:

1) Entra na sinagoga.

2) Levanta-se para ler.

3) Lê o profeta Isaías.

4) Fecha o livro.

5) Devolve ao assistente.

6) Assenta-se.

7) Começa a explicar o texto.

COMO ENTENDER O TEXTO: E, cerrando o livro e tornando a dá-lo ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele (Lc.4.20). 

O fato de Jesus se levantar e ler o texto de Isaías, causou impacto na assembleia, a ponto de questionarem: "Quem é este que sendo um filho de carpinteiro ousa ler a Palavra de Deus". Olhavam atentos para Jesus, porque queriam ver o que falaria sobre este texto de Isaías. Jesus assim o fez e deixou todos impressionados.

Resultado deste episódio foi a indignação dos Fariseu e chefes que o tiraram da Sinagoga, indo para a beira de um precipício nas cercanias de Nazaré e queiam jogá-lo abaixo. Jesus passou no meio deles e seguiu o caminho.

A tese citada por muitos pregadores é dizer que Jesus assentou-se na cadeira do meio, a qual estava reservada para o Messias, por isso todos olhavam atentos para Ele. A verdade é que, não existe nenhuma profecia nas Escrituras de que o Messias iria assentar-se na cadeira do meio da Sinagoga. Nem há registros históricos que afirmem que havia três cadeiras na plataforma onde ficava a Bemá (uma especié de Púlpito) na Sinagoga.