Sou semelhante ao pelicano no deserto; sou como uma coruja nas solidões.
Velo e sou como o pardal solitário no telhado (Salmos, 102.6,7).
Neste salmo Davi derrama a sua alma perante o SENHOR e expressa seus problemas e afliçoes pessoas, fazendo também um paralelo com a situação da nação de Israel. Parece ter escrito este salmo algum tempo depois que Jerusalém foi levada ao cativeiro pelos babilônios. Sua cidade amada foi reduzida a escombros, o que explica a referência a pedras e pó (v.14). Davi tem esperança na libertação da nação de Israel, e antevê o reavivamento e a cura de seu povo (vs.13-22). Por fim, Davi acredita que, mesmo com suas limitações e flagilidades, Deus pelejará por ele e a favor do seu povo.
Neste salmo Davi utiliza uma linguagem metafórica quando compara a sua situação adversa com três tipos de aves: (1) O pelicano. (2) A coruja. (3) O pardal.
Fazendo comparações metafóricas, Davi diz:
Sou semelhante ao pelicano no deserto.
Sou como a coruja entre as ruínas.
Sou como o pardal solitário no telhado.
INFORMAÇÕES SOBRE O PELICANO.
O pelicano é uma ave aquática marcante, conhecida pelo seu bico longo com uma bolsa gular elástica usada para pescar peixes, que coleta junto com água, escorrendo o excesso para comer o alimento. Sociáveis, vivem em bandos, voam em formações e podem ser encontrados em diversos habitats aquáticos, sendo a única ave com o bico mais longo do mundo. Existem sete espécies, variando em cor (branco, cinza, marrom) e tamanho, e se alimentam principalmente de peixes, podendo viver mais de 25 anos.
A expressão bíblica "Sou semelhante ao pelicano no deserto", não corresponde a realidade do habitat natural do pelicano. Todavia, o salmista expressa uma situação extrema quando não há como sobreviver no seu habitat natural. Isto expressa sentimentos de desolação, solidão e angústia. Quando estamos passando por situações que forgem a nossa realidade, quando chegamos ao extremo e chegamos a lugares inóspto na esperança de sobreviver. Mas confiamos e acreditamos que Deus está nas fontes de águas e também na sequidão do deserto.
INFORMAÇÕES SOBRE A CORUJA.
As corujas são aves de rapina da ordem Strigiformes, conhecidas por suas adaptações evolutivas excepcionais para a vida noturna. Existem mais de 200 espécies no mundo, sendo que o Brasil abriga pelo menos 22 delas.
Características Físicas e Habilidades
Visão Noturna: Possuem olhos tubulares e fixos que captam luz com eficiência extrema, permitindo que vejam em quase total escuridão. Por serem fixos, a coruja compensa a falta de movimento ocular girando o pescoço em até 270 graus.
Audição Aguçada: Muitas espécies têm orelhas assimétricas e um "disco facial" (penas ao redor do rosto) que funciona como um funil, direcionando sons mínimos de presas para os canais auditivos.
Voo Silencioso: Penas com bordas especiais quebram o fluxo de ar, permitindo que elas voem sem fazer barulho e surpreendam suas presas.
Anatomia: Possuem bico curvo e garras fortes. Seu peso varia de 60g a mais de 1kg, dependendo da espécie.
Geralmente são solitárias, tem habitos noturnos e territoriais, embora algumas espécies possam viver em pequenos grupos familiares.
A coruja em certas ocasiões se isola, ficando solitária nas ruínas, em lugares altos de difícil acesso.
Diante da situação em que estava enfrentando, Davi sentindo-se desolado e solitário, declara: "Sou como uma coruja na solidão". Ao que parece, os amigos do salmista, e talvez até seus familiares, o haviam abandonado. Ele estava cercado de inimigos que dele escarneciam (v.8). Sentindo-se solitário ele busca refúgio em Deus e confia na sua misericórdia.
Assim também muitas vezes acontece conosco, quando nos sentimos desprezados e solitários temos Deus que nos ouve, nos consola e nos tira das ruínas e da solidão da alma.
INFORMAÇÕES SOBRE O PARDAL.
O pardal é uma ave pequena, robusta, comum em ambientes urbanos e rurais do mundo todo, conhecido por sua plumagem marrom e cinza, com machos tendo um babador preto e coroa cinza, enquanto fêmeas são mais pálidas, com uma listra clara sobre o olho. Alimentam-se de sementes, insetos e restos de comida humana, vivem em bandos barulhentos e constroem ninhos em fendas de edifícios ou árvores, sendo uma espécie adaptável e cosmopolita, introduzida no Brasil por volta de 1906.
Na sua angústia, Davi diz: Não consigo dormir; pareço um passáro solitário no telhado (Sl.102.7, NVI). O desolamento e a solidão nos leva a uma reflexão mais profunda. Nestas horas, geralmente procuramos a Deus em busca de consolo diante das lutas e aflições que enfrentamos. Todavia, Deus nosso Pai celestial, não abandona seus filhos, Ele vem ao nosso socorro e cura as feridas da nossa alma. Está escrito, que o SENHOR nos ouve e nos socorre no dia da angústia (Sl.20.1). Você não vai morrer neste deserto, Deus está te moldando e te ensinando, porque Ele tem coisas excelentes para te entregar e coisas novas a realizar em sua vida. Amém!