E ensinava no sábado, numa das sinagogas. E eis que estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermidade havia já dezoito anos; e andava curvada e não podia de modo algum endireitar-se. E, vendo-a Jesus, chamou-a a si, e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade. E impôs as mãos sobre ela, e logo se endireitou e glorificava a Deus.
E, tomando a palavra o príncipe da sinagoga, indignado porque Jesus curava no sábado, disse à multidão: Seis dias há em que é necessário trabalhar; nestes, pois, vinde para serdes curados e não no dia de sábado.
Respondeu-lhe, porém, o Senhor e disse: Hipócrita, no sábado não desprende da manjedoura cada um de vós o seu boi ou jumento e não o leva a beber água? E não convinha soltar desta prisão no dia de sábado, esta filha de Abraão, a qual há dezoito anos Satanás mantinha presa?
E, dizendo Ele isso, todos os seus adversários ficaram envergonhados, e todo o povo se alegrava por todas as coisas gloriosas que eram feitas (Lucas, 13.10-17).
Este episódio só é encontrado no evangelho de Lucas, só Lucas, o médico, nos relata este milagre de cura operado por Jesus sobre a mulher que andava encurvada.
JESUS NA SINAGOGA.
Champlim nos
informa que no tempo de Jesus havia sinagogas em qualquer vila. Em Jerusalém,
existiam, aproximadamente, 480. Jesus frequentava e pregava nas sinagogas (Mt
4.23; 9.35; Lc 4.16-30; 13.10; Jo 6.59; 18.20, entre outros). Majoritariamente,
a sinagoga era reservada às discussões voltadas ao judaísmo e, eventualmente,
ainda que correndo alguns riscos, eram conferidas oportunidades para homilias
livres: “E, depois da lição da lei e dos profetas, mandaram-lhes dizer os
principais da sinagoga: Homens irmãos, se tendes alguma palavra de consolação
para o povo, falai” (At 13.15). Além de servir de escola durante a semana para
os filhos dos judeus aprenderem sobre a Torá (Lei de Moisés).
O termo “sinagoga”, do grego sunagoge, tecnicamente, significa “casa” ou “lugar
de reunião”, do hebraico bêt knesset. Alguns estudiosos creditam a Esdras a
responsabilidade da criação da sinagoga no contexto judaico, durante o exílio
babilônico. 
Por volta de 750 a.C., o reino foi dividido em dois: Israel, na região Norte, e
Judá, na região Sul. Em 722 a.C., o reino do Norte foi devastado pelos
assírios. Séculos depois, mais precisamente em 587 a.C., o reino do Sul foi
conquistado pelos babilônios. Em 539 a.C., aqueles que regressaram à sua terra
natal passaram, então, a ser chamados de judeus, por serem provenientes de Judá
e da Judéia.
Foi depois do regresso do exílio na Babilônia que a religião que hoje
conhecemos como judaísmo começou a se desenvolver. O culto era realizado na
sinagoga, um hábito adquirido na Babilônia, devido à inexistência de um templo.
A sinagoga durante a semana servia como escola para os filhos dos judeus
aprenderem a Torá, e na sábado era o ponto de encontro dos judeus para orações
e leitura das Escrituras.  
A SINAGOGA
POR DENTRO.
A respeito desse aspecto interior, há três fatores essenciais que devem ser
rigorosamente observados no que se refere às mobílias de uma sinagoga:
Arca
Esse componente é tido como o “sacrário da Torá”, ou seja, uma espécie de
caixa onde nela é guardado os rolos da Torá, os cinco primeiros livros de
Moisés, onde se baseiam as leituras aos sábados. 
Bimá
É uma espécie de tribuna onde o ministrante faz a leitura da Tora e dos
Profetas e profere bênçãos (da Torá) sobre os presentes. Esdras, ao ensinar a
Palavra de Deus ao povo de Israel, ministrou sobre um estrado, o que
equivaleria a uma tribuna das sinagogas atuais: “E Esdras, o escriba, estava
sobre um púlpito de madeira, que fizeram para aquele fim; e estava em pé junto
a ele...” (Ne 8.4). 
Assentos
O assento mais importante é o que a Bíblia chama de “cadeira de Moisés”:
“Então falou Jesus à multidão, e aos seus discípulos, dizendo: Na cadeira de
Moisés estão assentados os escribas e fariseus” (Mt 23.1,2). E era justamente
nessa cadeira que se sentava o presidente da sinagoga. Segundo alguns, a
distribuição dos assentos seguia uma ordem, uma organização. Por exemplo, os
anciãos se sentavam próximo à Arca, de frente à plateia, os membros mais distintos
à frente, os mais jovens atrás, e por último ficavam as mulheres.
AUTORIDADES DA SINAGOGA.
Em
uma sinagoga, há os oficiais que colaboram para o andamento satisfatório do
agrupamento, e essa organização é de competência de pelo menos três
representantes. São eles:
O príncipe da sinagoga.
E, tomando a palavra o príncipe da sinagoga ... (Lucas 13.14). 
O príncipe da sinagoga ou chefe, era o superintendente responsável pela
liturgia do culto.
A ordem na sinagoga ficava sempre sob a responsabilidade do líder maior, o qual
podemos designar de superintendente. A oração e a leitura da Torá ficavam sob a
direção do chefe, que, caso quisesse, poderia escolher alguém para a explanação
e para orar (Atos 13.15). 
A bênção, era impetrada pelo superintendente da sinagoga.
O assistente.
Ao assistente ou ministro era delegado o trabalho de retirar os rolos
escriturísticos da arca e colocá-los em seus devidos lugares, além de outras
atividades simples.
Quando Jesus concluiu a leitura de Isaías na sinagoga, devolveu o rolo das
Escrituras ao assistente: “E [Jesus], cerrando o livro, e tornando-o a dar ao
ministro [assistente], assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam
fitos nele. Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em
vossos ouvidos” (Lc 4.20,21). 
O ministrante da palavra.
O ministrante era responsável pela explanação da Torá, geralmente eram os rabinos, escribas e fariseus que ministravam o ensino da Lei para o povo.
Jesus como era considerado mestre, tinha sempre a oportunidade de ministrar quando ia a sinagoga.
E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga e levantou-se para ler. E foi lhe dado o livro do profeta Isaías ... (Lucas, 4.16,17).
Referências bibliográficas sobre a sinagoga, fontes:
COLEMAN, William L. Manual dos tempos e costumes bíblicos. Minas Gerais:
Editora Betânia, 1991.
KOLATCH, Alfred Jr. Livro judaico dos porquês. São Paulo:
Editora e Livraria Sêfer, 2001.
CHAMPLIN, R.N & BENTES, J.M. Enciclopédia de Bíblia,
teologia e filosofia. São Paulo: Editora Candeia, 1997.
UMA MULHER ENFERMA.
Jesus estava mais 
uma vez ministrando na sinagoga e entre a multidão estava uma mulher 
possessa de um espírito de enfermidade havia já dezoito anos; ela andava
 encurvada sem de modo algum poder endireitar-se. Vivia debaixo de um jugo maligno. Sua enfermidade era espiritual e refletia no físico. 
Suas vértebras se fundiram e era impossível consertar.
Quem sabe na vida daquela mulher a falta de perdão, 
ressentimentos, raízes profundas de amargura, foram as brechas para o 
inimigo trabalhar e lançar a enfermidade. Não sabemos, pois a Palavra 
não nos afirma assim, mas podemos conjecturar.
Durante dezoito anos
 aquela mulher andava encurvada e estava todas as semanas no templo, ouvindo as 
pregações, louvando, ofertando e sacrificando, mas sem nenhuma solução 
para o seu problema. Porém, no dia em que Jesus estava ministrando ela foi beneficiada recebendo a sua cura e libertação.
UMA PREGAÇÃO INTERROMPIDA.
O versículo 12 nos diz que Jesus viu aquela mulher. As mulheres na 
sinagoga ocupavam os últimos lugares, elas não adoravam junto com os 
homens, havia uma cortina que separava, mas Jesus a viu, chamou-a e 
liberou uma Palavra de Autoridade contra o espírito de enfermidade que a
 atormentava, e logo em seguida tocou-a e ela se endireitou e 
glorificava a Deus. O Mestre a contemplou nos últimos bancos, na ala das
 mulheres, sentiu compaixão pela dor daquela mulher, parou de ministrar a palavra, e 
chamou-a para frente, quebrando totalmente o protocolo
 da tradição e diante de todos libertou-a daquela enfermidade maligna. 
A CRÍTICA DO PRÍNCIPE DA SINAGOGA.
E, tomando a palavra o príncipe da sinagoga, indignado porque Jesus 
curava no sábado, disse à multidão: Seis dias há em que é necessário 
trabalhar; nestes, pois, vinde para serdes curados e não no dia de 
sábado (Vers.14).
Após a vitória daquela mulher, o príncipe da sinagoga se levanta para protestar sobre o milagre operado por Jesus; pois não 
aceitava a cura no dia de sábado. Nunca haviam feito nada por ela em 
todo o decorrer dos anos, mas quando Jesus fez levantaram-se contra. 
Jesus defendeu-a! 
Respondeu-lhe, porém, o Senhor e disse: Hipócrita, no sábado não 
desprende da manjedoura cada um de vós o seu boi ou jumento e não o leva
 a beber água? E não convinha soltar desta prisão no dia de sábado, esta
 filha de Abraão, a qual há dezoito anos Satanás mantinha presa? (Vers.15,16). 
A vida é muito mais importante do que as tradições e os rituais religiosos. 
No versículo 16 Jesus
 afirma que aquela mulher estava cativa e era “Filha de Abraão”, ou 
seja, era israelita, filha da promessa, mas Satanás a havia escravizado.
DUAS CLASSES DE PESSOAS.
Ao final da história, no último versículo, haviam duas classes de 
pessoas: Os envergonhados e os que se alegravam com a vitória daquela 
mulher.
E não convinha soltar desta prisão no dia de sábado, esta filha de Abraão, a qual há dezoito anos Satanás mantinha presa?
E,
 dizendo Ele isso, todos os seus adversários ficaram envergonhados, e 
todo o povo se alegrava por todas as coisas gloriosas que eram feitas 
(Lucas, 13.16,17).
Não importa as criticas dos teus adversários que tentam impedir a tua vitória, Jesus quando quer fazer o milagre ninguém impede.
Aquela mulher andava encurvada e não podia levantar a cabeça, só olhava para o chão. Ninguém 
conseguia ver sua face, andava escondida, cheia de complexos. Mas quando
 Jesus chega, Ele muda tudo. Quando Jesus chega o inferno tem que se 
render diante do Seu grande Poder. Quando Jesus chega os inimigos tem 
que recuar e saírem envergonhados. Amém!