Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O fim deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles é para confusão deles mesmos, que só pensam nas coisas terrenas (Fp.3.18,19).
Paulo já havia identificado e alertado a igreja por diversas vezes sobre esses inimigos, que eram crentes professos que estavam corrompendo o evangelho com suas vidas imorais e com falsos ensinos. Uma das grandes virtudes de Paulo era que ele possuía convicções firmes, e ficava muito intranquilo quando o evangelho era distorcido por pessoas que estavam no meio do rebanho de Deus. A preocupação de Paulo era alertar os irmãos aos quais ele ministrava, para não serem enganados por falsos ensinos, a ponto de deixarem a fé.
Depois de identificar os inimigos da cruz de Cristo, Paulo mostra que o ministério pastoral é regado com muitas lágrimas. A maior luta do apóstolo era com as heresias dos falsos cristãos judeus. Paulo chama esses judaizantes de “inimigos da cruz de Cristo”. O apóstolo conclamou a igreja a resistir tais inimigos, mesmo que com lágrimas, pois eles tinham como objetivo principal minar a sua autoridade pastoral.
Este grupo de falsos crentes em Filipos, havia adotado a doutrina dos gnósticos. Eles afirmavam erroneamente que a matéria é ruim. Logo, não há nenhum problema em pecar através da “carne”, pois toda e qualquer coisa que fizermos com o corpo, e através dele, não afetará a nossa alma. Essa ideia herética e diabólica é energicamente refutada pela Palavra de Deus (I Ts.5.23).
PAULO FAZ TRÊS DECLARAÇÕES ACERCA DOS INIMIGOS DA CRUZ:
(1) O deus deles é o ventre.
O termo “ventre” ou "estômago", aqui é figurado e representa os “apetites” carnais e sensuais. Os inimigos da cruz viviam para satisfazer os prazeres da carne — glutonaria, bebedice, imoralidade sexual, etc. — satisfazendo todos os desejos lascivos, pois acreditavam que tais atitudes “meramente carnais” não afetariam a alma nem o espírito. Porém, o ensino de Paulo aos gálatas derruba por terra esse equivocado pensamento (Gl 5.16,17).
(2) A glória deles é para confusão.
Esta expressão: "A glória deles é para confusão", na versão NVI é dito: " Eles têm orgulho do que é vergonhoso; só pensam nas coisas da terra". Paulo sabia que aqueles falsos crentes não tinham qualquer escrúpulo nem vergonha. Entregavam-se às degradações morais sem o menor pudor e, mesmo assim, queriam estar na igreja como se nada tivessem feito de errado. O apóstolo os trata como inimigos da cruz de Cristo, porque as atitudes deles invalidavam a obra expiatória do Senhor.
(3) O fim deles é a perdição.
Paulo percebe que esses inimigos da cruz de Cristo são irreversíveis, não querem arrepender-se para viverem sob o senhorio de Cristo em santidade. Por isso o apóstolo é enfático ao declarar: "O destino deles é a perdição". Tais como esses que estavam perturbando a igreja em Filipos, na atualidade existem muitos camuflados no meio do povo de Deus, com aparência de piedade, mas na verdade são lobos devoradores e inimigos da cruz de Cristo. Porque cruz nos fala de renúncia, e eles não querem renunciar o pecado, querem viver um evangelho de conveniências, ao seu bel-prazer. Infelizmente, isto é fato.