terça-feira, 26 de janeiro de 2021

SINAGOGA - SUA IMPORTÂNCIA.


E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas Sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo (Mt.4.23).

Jesus foi o grande Mestre das Sinagogas judaicas, Ele tinha o costume de pregar e ensinar nas Sinagogas. Muitos dos milagres operados por Jesus aconteceu no recinto da Sinagoga.

A sinagoga era um lugar religioso mais democrático que o templo e servia de base para muitas atividades, quer fossem religiosas ou civis. Basicamente era tido como um lugar de orações e leitura da Torá, em qualquer lugar que os judeus estivessem espalhados pelo mundo (diáspora). A palavra sinagoga em si é usada nos evangelhos um pouco mais de 30 vezes e em todo o novo testamento aproximadamente 57 vezes. Na época de Jesus havia cerca de 400 Sinagogas na Palestina.

SIGNIFICADO DO TERMO SINAGOGA.

A palavra sinagoga vem da língua grega e significa assembleia, já o termo hebraico que corresponde a mesma palavra significa casa de reunião ou oração. Cada idioma e grupo de judeus costuma ter um modo próprio de chamar este local de culto, entretanto todos eles tem um sentido de reunião ou escola, pois a sinagoga é um local de aprendizagem em conjunto.

A SINAGOGA COMO O LUGAR DE ORAÇÃO.

Era o lugar em que o povo devia orar, e também eram prometidas respostas às orações. Aquele que não orava na sinagoga de seu povo era considerado um vizinho ruim. A oração não tinha menos valor que o sacrifício no templo. A oração na sinagoga substituiu os sacrifícios no templo. Se houvesse dez pessoas na sinagoga, a presença divina estava com elas.

ORIGEM DAS SINAGOGAS.

Surgiram durante o exílio babilônico, quando o templo de Jerusalém estava em ruínas. A tradição atribui na fundação ao profeta Ezequiel. Quando o templo foi destruído por Tito, no ano 70, havia entre 394 e 480 sinagogas em Jerusalém. Após o ano 70, a sinagoga na Palestina Romana continuou a funcionar como centro comunitário por excelência.

CONTEXTO HISTÓRICO.

A sinagoga desempenhou um grande papel no crescimento e na persistência do judaísmo. Os judeus da dispersão fundaram sinagogas em cada cidade do império em que havia judeus suficientes para mantê-las, em Jerusalém floresceram sinagogas estrangeiras. A Galiléia, que, nos dias dos macabeus, era largamente gentílica (2 Mac 5:21-23), estava cheia de sinagogas no tempo de Cristo. A sinagoga era um centro social em que os judeus, que habitavam uma cidade, se reuniam semanalmente para se encontrarem. Era a instituição de educação para conservar a lei diante do povo e para instruir as crianças na fé ancestral. Substituía o culto do templo, de que eram impedidos pela distância ou pela pobreza. Na sinagoga, o estudo da lei tomou o lugar do sacrifício, o rabi suplantava o sacerdote e a fé comunal era aplicada à vida individual.

ESTRUTURA E UTENSÍLIOS DA SINAGOGA.

As casas das sinagogas eram geralmente fortes edifícios de pedra, por vezes ricamente mobiladas, se a congregação ou empresa eram ricas. Cada sinagoga tinha uma arca em que o rolo da lei era guardado, um estrado com uma escrivaninha de onde a Escritura do dia era lida, luzes para iluminar o edifício e bancos ou assentos para a congregação. A maior parte do equipamento em uso nas antigas sinagogas aparece ainda nas partes que lhe compete nas modernas sinagogas.

A LITURGIA DO CULTO NAS SINAGOGAS.

O culto da sinagoga consistia na recitação do credo judaico ou Shema, “Ouve, ó Israel; Jeová nosso Deus é o único Deus. Amarás, pois, a teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças” (Dt 6:4,5), acompanhada por frases de louvor a Deus chamadas Bekarot, por começarem com a palavra “Bendito”. A seguir ao Shema, vinha uma oração ritual, concluída com uma oportunidade de oração individual silenciosa da parte dos membros da congregação. A leitura da Escritura, que vinha depois, começava com seções especiais da lei que estavam marcadas para dias Santos; mas, como o tempo, veio o Pentateuco interior a ser dividido em partes que davam um ciclo fixo de cento e cinquenta e quatro lições que deviam ser lidas num período definido de tempo. Os judeus palestinianos liam o Pentateuco em cada três anos, enquanto que os judeus babilônicos completavam a leitura num ano. Liam-se também os profetas, como o mostra a leitura feita por Jesus na sinagoga (Lc 4:16 e seg.) . Nessa ocasião, foi provavelmente o próprio Jesus que escolheu a Leitura. A leitura da Escritura é seguida por um sermão explicativo da passagem lida. O sermão na sinagoga de Nazaré esteve inteiramente dentro do procedimento regular do dia. O culto era encerrado com uma benção pronunciada por algum membro sacerdotal da congregação. Não estando presente nenhum pessoal com qualificações sacerdotais, em vez da benção, havia uma oração.

REUNIÃO DOS CRISTÃOS DO PRIMEIRO SÉCULO NA SINAGOGA.

A influência da natureza e ordem do culto da sinagoga sobre o método usado pelas igrejas do primeiro século é claramente óbvia. O próprio Jesus assistia regularmente ao culto da sinagoga e tomava parte nele. Os seus discípulos também tinham sido acostumados a esse ritual. Paulo, nas suas viagens, em qualquer cidade que entrasse, fazia das sinagogas da Dispersão o seu primeiro ponto de contato, e pregava e disputava com os judeus e prosélitos que se reuniam para o ouvir (At 13:5, 15-43; 14:1; 17:3,10,17; 18:4,8; 19:8). As muitas íntimas semelhanças entre os usos da sinagoga e os da Igreja podem indubitavelmente explicar-se pelo fato de que a última absorveu ou seguiu em certo grau o procedimento da primeira. Realmente, alguns cultos cristãos primitivos puderam ser realizados dentro da sinagoga; a epístola de Tiago implica que as comunidades cristãs às quais era dirigida estavam ainda a ter os cultos dentro delas (Tg 2:1 e 2). Devido à sumária e persistente rejeição do evangelho de Cristo pelo povo judaico é que a igreja e a sinagoga se separaram. Hoje estão inteiramente separadas e estão, por razões profundas, em oposição. No entanto, na proeminência dada às Escrituras e ao uso da homília e sermão, ainda a sinagoga e a igreja mostram íntima relação.

Fonte: Boa parte desta postagem foi extraído e articulado do site Biblioteca Bíblica.

https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2011/04/judaismo-sinagoga.html

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